ARTIGO 900 – O RETRATO DE UMA TRISTE REALIDADE…
Quero dedicar esse artigo, o de número 900, a todos aqueles que trabalham pelo grande jogo neste imenso e injusto país, mas que apesar de toda sorte de obstáculos e incompreensões, continuam a lutar e perseverar dentro, e muitas vezes além de suas possibilidades profissionais e econômicas, pelo soerguimento da grande paixão de suas vidas, o basquetebol.
O email que recebi do Prof. Jalber Rodrigues da cidade de Cataguases em Minas Gerais, ilustra com propriedade a verdadeira situação do basquete feminino no país, servindo de parâmetro a uma profunda reflexão sobre o esporte de base no limiar de uma Olimpíada que será aqui realizada em 2016.
Jalber Rodrigues
basquetebol-kta.blogspot.com/
jalber.rodrigues@gmail.com
189.83.17.232
Enviado em 06/01/2012 (2 days ago) as 10:51 pm (2 days ago)
Professor,estou um pouco afastado dos comentários, mas não da leitura. Por anos acompanho a luta incansável pelo soerguimento do basquete no Brasil através de excelentes artigos publicados aqui no blog. No masculino as coisas são difíceis… imagine como é no feminino…fazer base no feminino ainda nem se fale… trabalhamos muito duro, muito mesmo para fazer o mínimo… as meninas não tem expectativa nenhuma… porque e para que se dedicar ao basquete? como fazer com que as meninas trabalhem forte? Como competir com as baladas, com a internet e com a desconfiança dos pais de que “jogar bola não leva a nada”? Não conseguimos nem vincular a educação ao esporte? As críticas são sempre duras e mais pesadas… mas corretas… porém ferem a quem se doa ao máximo e não consegue respaldo, apoio, credibilidade… se o basquete feminino de São Paulo está nessas condições imagine o resto do Brasil? imagine no interior de Minas? Precisamos de ajuda professor!! Precisamos de ajuda! Queremos ter excelentes meninas praticando o fino do basquete… mas precisamos de ajuda professor! Sugestões?!
Desculpe o desabafo e abraço professor!
O que mais podemos acrescentar, meus deuses. Como e de que forma poderemos ajudar perante um quadro tão cruel como esse? Como?
Amém.
OBS-Clique na foto para ampliá-la.
O basquete de base e muito pouco visto no País, um exemplo é que em abril de 2011 tivemos treinamentos da Seleção mineira de Basquete sub 17 em Cataguases e , eu sei que ninguem na cidade a nao ser conhecidos das atletas, sabiam disso. Somos muito pouco ajudados .Quando queremos um espaço nao podemos e quando liberam é pouco. Em Novembro de 2011 As meninas Da Seleçao Mineira de Basquete foram Campeãs Brasileiras 3º Divisão em Macapá no No Amapá. E sei que pouca gente sabe desse feito em nossa cidade e região. Precisamos sim de ajuda , nao so para divulgar e sim para continuar o nosso trabalho com O Basquete.
Meu nome é Camila Rodrigues de Sousa tenho 17 anos e fui Campeã Brasileira de Basquete Feminino Sub 17 !!! E por Final AMO ESSE JOGO..
Estou um pouco afastado do esporte que tanto me ensina lições dentro e fora da quadra, no meu caso mais por falta de perseverança… já vocês meninas, mesmo as que não foram campeãs merecem toda a credibilidade e reconhecimento pela busca a cada dia de um objetivo junto com nosso professor Jalber, o de se divertir nesse esporte tão bom.. ainda não chegou o dia em que vocês irão se divertir e levar o pão de cada dia para casa… mais não parem de lutar, meus aplausos para vocês e quem as conhecem, tem muito orgulho de vocês, PARABÉNS !!!
Concordo plemanente com o comentário do professor, tá difícil a situação para o esprte de base,isso é fato. Mas também acho que tá na hora de parar de chororô e começar a agir. Tinha treino da seleção mineira em Cataguases? ninguem sabia disso? Mas também não foi divulgado. Alguém foi nas escolas convidar os alunos para assistir o treino da seleção? Ah, o jornal Cataguases não coloca materia… mas na cidade tem a radio. Mais, o jornal do Jorge Fábio, jornal do patachoca, blog do Elias jr….e ninguém mandou informações pra eles.
Ah, ninguem patrocina!!!! Vcs já pediram pra alguém além da prefeitura? Quando eu digo pedir, não quero dizer “pires na mão” e sim apresentar orçamentos, planejamentos e projetos.
Quero ver nosso basquete indo longe, mas vamos agir. Quero ajudar o basquete da minha cidade mas todos tem que ajudar. Agir mais e reclamar menos.
Prezada Camila, com suas colocações estão abertos os debates, e quem sabe as soluções apareçam por conta deles. Discussões e debates sempre evoluem para a melhoria e o progresso de um projeto comunitário, e devemos incentivá-los e divulgá-los. Vamos torcer para que o basquete de Cataguases alcance a projeção que merece. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Matheus, que os seus votos se estendam a toda a comunidade de Cataguases, a fim de que o projeto do Prof. Jalber atinja o propósito da maior divulgação possivel do basquetebol em sua bela cidade. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Paulo, sua ajuda será da maior importância para o desenvolvimento do basquetebol em sua cidade, pois se trata de uma modalidade com alto valor educativo e cultural, além do aspecto esportivo. A união de pessoas, como o senhor, em torno do projeto do Prof. Jalber, em muito favorecerá o desenvolvimente e o progresso do grande jogo em Cataguases. Fico na torcida para que tudo evolua positivamente. Um abraço, Paulo Murilo.
Professor Paulo Murilo,
bom dia! Há dias não conversamos… Saudade do bom papo da madrugada… Mas o que me trás aqui é essa realidade assustadora. Minha filha teria chance de ir para algum clube, mas não vai. Depois do guri e de todas as intempéries – uma deles; outras das organizações que jogou – prefiro que minha guria vá pra faculdade. Jogou escolar. Destacou-se. Vida que segue… Perder tempo com o basquete para quê? Para jogar a LBF em troca de casa, comida e um salário mínimo? E depois, quando a idade chegar, o que será dessas gurias?
Meu conselho: jovens, amem o basquete, nunca parem de praticá-lo, mas isso não quer dizer em alto nível, por que ele não existe no masculino, quiçá no feminino. Estudem, sigam suas vidas, por que o dinheiro do basquete é dos cartolas, nunca para o fomento do esporte.
Apesar disso, eu amo o basquete e tento contribuir como dá. Entretanto, nào consigo enganar jovens na transição da adolescência para a vida adulta. Provavelmente, se conseguirmos erguer o basquete, essa geração já terá esquecido de suas frustrações.
Vamos lá Basquete de Cataguases. esse ano eu vou adotar o basquete como meu esporte. Mas temos formar equipes nas escolas daqui. Temos que organizar campeonatos aqui. temos que formar árbitros aqui (isso é importante) e divulgar tudo o que a gente fizer. Todos podemm ajudar um pouquinho. Jogar simplismente não basta! Vamos lá Matheus Lacerda. Vamos Lá Camila Rodrigues! Vcs estão comigo?
Eu sei que o Basquete Brasileiro é realmente ruim, sei que as pessoas que adiministram (e ainda dizem gostar do esporte) mais embolsam do que investem, mas não é justo nós, jovens amantes do esporte não terem nem chance de jogar. Eu só participei de campeonatos escolares, e agora só teria time para jogar em outra cidade. Não pretendo viver do basquete nem ganhar dinheiro com isso, porque realmente não tem futuro.. Mas também não vejo porque não poder aproveitar enquanto ainda somos jovens e conseguimos conciliar estudo e esporte. Não acho justo generalizar, não são todos que não dão certo, que se perdem em drogas, festas e afins.
O basquete no nosso país realmente é uma porcaria mas qual o problema em disputar campeonatos e levarmos essas lembranças para nossa vida??
Olá Carlos, também sinto falta dos papos da madrugada, vamos engrená-los em breve. Como você bem colocou, lucro com o basquete só no bolso dos ocupantes “dos cargos de sacrificio”, como todos eles os definem. O pior, o mais trágico, é que nossa legislação desportiva cada vez mais os beneficiam, e por sobre verbas públicas, sem prestações claras de contas, como que passando um diploma autenticado de trouxas a todos nós. E continuaremos a sê-los enquanto um brado de basta não for lançado por todo o país, da forma mais abrangente e energica que for possivel. Nem o “rouba mas faz” os descarados professam mais, rindo despudorada e cinicamente na cara de todos que ousam interpelá-los. Sinto muita vergonha pela existência desses caras no seio do esporte nacional, vergonha e nojo.
Entretanto, como o amor ao basquete vai muito acima da compreensão desses crápulas, continuamos na luta, da melhor forma que nos é possivel, honesta e dedicadamente. Não somos muitos Carlos, mas suficientes para espetarmos seguidamente os dedos nas caras de todos eles, que acredite, se incomodam bastante, mas não o suficiente…
Um abração, Paulo.
Que sua determinação se transforme em ações concretas, prezado Paulo, unindo a todos aqueles que desejem realmente ajudar a alavancar o basquete na cidade. Mãos a obra, e boa sorte. Fico na torcida. Paulo Murilo.
Concordo plenamente com seus pontos de vista, jovem Amanda, e fico muito triste na constatação de um quadro tão desolador, que não se restringe à sua cidade, mas sim em todo o país. O esporte para os jovens carece de uma politica nacional direcionada para os mesmos, e cuja inexistência desencadeia essa triste realidade. Precisamos reverter esse processo devastador, com muito trabalho, persistência e uma enorme dose de patriotismo.
Não se desencante e nem desista de seu amor ao basquete, pois certamente dias melhores virão.
Um abraço, Paulo Murilo.
Professor Paulo,
quando você tenta assistir (e não consegue) um jogo do Nacional Feminino, fica mesmo a dúvida de como estamos lá na base.
Triste é saber que daqui a quatro anos teremos Jogos Olímpicos por aqui e nada está sendo feito lá embaixo, na base, onde dá sustentação para o resto da modalidade.
O que é feito, é realizado por abnegados como o Jalber, que contra tudo e contra todos, tenta melhorar a realidade do feminino, mas parece que tudo conspira contra, que o clamor do Jalber por ajuda, não é ouvido por quem deveria.
Um pena.
Onde estão a CBB e FMB ? Provavelmente atrás de uma mesa qualquer.
Um abraço
Mesa, Henrique? Estão isso sim, refastelados em poltronas da primeira classe de aviões, hoteis de primeira, Resorts paradisiacos, em conchavos pré eleições, trocas de favores, escambo puro e simples, super faturamentos, pois “quem tem padrinho não morre pagão…”
São os cargos “de sacrificio” mais rentáveis a curto e medio prazos nesse desigual e injusto país, onde a meritocracia, pela indigência educacional e cultural (…e proposital) de seu povo é solenemente substituida pelo mais deslavado e criminoso coronelismo politico. Geração para 2016? E isso lá importa quando o negócio “é faturar?”
O que fazer? Meus deuses, tremo só de pensar no que deveriamos fazer, real e decisivamente. Enquanto lá não chegamos, continuemos trabalhando, educando, e orientando com determinação, força, e acima de tudo, indignação e coragem, pois não há mal que sempre dure, com certeza…
Um abraço, Paulo.
É Professor, a coisas está feia mesmo!
Não pela situação em si do nosso amado Basquetebol, essa é notória, mas sim pelo desânimo e descrença por partes dos jovens e pais, opinioões como as que foram expressadas aqui. Penso que isso já preocupante ao extremo, pois, se um pai desaconselha o filho ou a filha e não seguir carreira no Basquete ou mesmo uma jovem que dessiste por não vislumbrar um futuro ou uma perspectiva de ascenção dentro do esporte ai sim a coisa vai desendar de vez.
Discordo em parte da opinião do Carlos. Primeiro por que acredito que é possível conciliar etudos e carreira esportiva, há vários exemplos por ai. Segundo por que sempre há espaço para quem é bom e quem é bom sempre vai ganhar mais. A minha opinião é que neste cenário atual, onde o nível técnico do basquete feminino está baixo de mais, quem se destacar terá grandes chances de ir para a seleção e estando lá, se for boa de verdade, as portas para o exterior se abrirão. Penso que nunca foi tão fácil chegar a seleção feminina como agora.
Aqui onde moro por exemplo há cada vez menos crianças e jovens praticando Basquete, mas tem um lado positivo, pelo menos para alguns. Como há pouco material humano os colégios particulares estão oferencendo bolsas de estudo mais facilmente para manter os seus times. Cinco de minhas alunas foram fazer testes em dois colégios particulares e três conseguiram bolsas de estudo. É uma oportunidade, um benefício que Basquete proporcinou a elas.
As coisas estão difícies? Sim. E ao que parece cada vez mais. Mas nào podemos desanimar nem desaconselhar quem quer que seja a não seguir carreira no Basquetebol, pois, se não tivermos ninguém jogando como poderemos transformar a situação.
Um abraço, Cleverson.
Cleverson, acredito que os exemplos descritos por você se repitam amiúde em todo o país, num país que nem de longe é possuidor de uma, qualquer uma, política esportiva voltada aos jovens, nas escolas, nos clubes, nas comunidades, absolutamente nenhuma, onde cargos técnicos à nivel ministerial e de segundo escalão são frutos de escambos entre a politicalha partidária e corrupta, como garantia de “governabilidade”, uma vergonha transcedental e trágica.Por tudo isso, continuar batalhando a causa dos jovens é uma obrigação para todo aquele que abraça o magistério e a técnica, ao preço que for, ao custo que tenha de pagar, pois como você mesmo atesta – se não tivermos ninguém jogando (ensinando, dirigindo, orientando)como poderemos transformar a situação?-
Um abraço, Paulo Murilo.
PS- Os artigos já foram entregues? PM.
Professor, fiquei bastante lisonjeado por ser lembrado em seus tão bem escritos artigos, agradeço bastante!
O desabafo não significa que ficarei só na reclamação, o intuito foi mostrar à todos os ferrenhos críticos que nossas condições de trabalho são muito precárias e trabalhamos muito duro para minimizar todas as dificuldades. Nossas meninas aqui treinam, quando conseguem, 4 vezes na semana, algumas conciliam treinos com trabalho (algumas meninas com 15 já trabalham) e jogam muito pouco esse ano conseguimos um record de 18 jogos durante todo o ano… um trato extremamente amador, mas queremos fazer basquete de qualidade.
Encontrei um grande parceiro no SESI MINAS que está nos ajudando nos custos das competições e existe sim um esforço da federação de Minas para retomarmos o basquete feminino. A política de jogos escolares é interessante, mas o sistema educacional não da suporte às escola para que se possa conciliar treinos e as aulas. Claro que alguns encontram uma forma alternativa de treinar, mas legalmente o treino tem que ser dado dentro da aula, e temos que atender toda a escola com todas as suas necessidades e responsabilidades que a Educação Física carrega consigo. No final das contas o País que vai sediar uma edição dos Jogos Olímpicos não conseguem conciliar educação e esporte, e as meninas chegam em um ponto, mesmo tendo muito potencial, que são obrigadas a optar… estudar ou jogar…
Esse é um panorama que precisa sim de críticas, críticas que nos fortaleçam, mas que precisa muito mais de vontade política e de arregaçarmos as mangas e trabalharmos duro…
Mas não devemos esquecer que não voltaremos a condição de Campeões mundiais, porque seremos sempre campeões… esses títulos nunca serão apagados… o que devemos trabalhar para sermos respeitados com tal.
Por isso pedi ajuda!! O basquete precisa de unidade.
Jalber, nada mais fiz do que reportar um grave e permanente problema vivido, não só por você, mas pela quase totalidade dos técnicos envolvidos com o basquete em geral, não só o feminino. Abordagens como esta deveriam ser levadas em grande consideração pelos poderes que comandam a modalidade no país, já que fruto das experiências e vivências diárias de todos os envolvidos no processo educacional. Espero que o alerta se alastre e desencadeie soluções reais, e não ilusões enganosas e de cunho eminentemente politicas.
No entanto, torço para que professores e técnicos bem intencionados e bem preparados, assim como você, resistam às vississitudes, às asperezas do caminho escolhido, e continuem na batalha, pois num dia qualquer, de um futuro próximo ou distante, algo de muito bom terá sido plantado, honesta e patrioticamente plantado, e ai, quem sabe, poderemos colher algo de valor e produtivo advindo de nossos bem cuidados jovens. Essa é a esperança que um país como o nosso tem de alimentar, sempre.
Um abraço. Paulo.
Retomando a pergunta antes feita e me apresentado. Me chamo Nilson, sou treinador de basquete de base, atualmente sou campeão sub-12 e sub-13 no ES pela equipe da LUSB, trabalho em um pequeno projeto e não conto com nenhum especialista da área para me ajudar esclarecer dúvidas. Dessa forma, recorro a tudo que posso e está no meu alcance para buscar informação, visto que são poucas as referências bibliográficas na área. Preciso de alguma informação sobre a defesa denominada triangulo de dois, pois ouvi alguns treinadores citarem e não sei como realmente funciona. Imagino que seja uma marcação onde 2 jogadores marcam individualmente na frente e três marcam atrás como um triangulo se adequando ao sistema de ataque. Gostaria muito de informações a respeito. Muito obrigado pela atenção e grande abraço.
Prezado Nilson, dando uma revisao periódica no blog, vejo que nao respondi ao seu comentário de 16/5/2012, e quero me penitenciar dessa omissao junto a você. Sem dúvida alguma, o blog em seus 1673 artigos publicados nos últimos 18 anos, contempla em larga escala artigos técnicos de toda sorte, da iniciaçao aos sistemas táticos de jogo, com diagramas, fotos e alguns vídeos. No espço Buscar Conteúdo, basta digitar o assunto que desejar acessar, como Drible, Passes, Fintas, Defesas, etc. para escolher o assunto que mais se interessar. Desculpe o enorme atraso, mas sao fatores que um veículo de informaçao tao vasto pode sofrer frente ao largo interesse por ele despertado. Desculpe a falha. Um abraço. Paulo Murilo.