A DERRADEIRA VAGA…
“O Bala certamente vai abordar isso de modo mais apropriado, assim como o professor Paulo Murilo pode fazer, com muito mais autoridade, nesta sexta-feira, então não vale nos precipitar tanto. Sobre os desarranjos de gestão de nossa CBB. Nem em dia de convocação de Sul-Americano o processo fica muito claro.(…)” ( Trecho do artigo Duas listas, algumas dúvidas, publicado no Blog VinteUm do jornalista Giancarlo Giampietro em 25/4/12).
Pronto, eis-me perante uma bela encruzilhada, a mesma onde estanquei nos anos anteriores de Basquete Brasil, pelo fato de que, nunca comento convocações sob a ótica do achismo, das preferências pessoais e impessoais, do marketing, do ouvir dizer, das indicações “abalizadas”, das colocações dos que lá dentro estiveram, ou mesmo daqueles que nunca ultrapassaram as laterais de uma quadra, dos aproveitadores de mercado, dos atravessadores de jovens, daqueles que se locupletam através sonhos, projetos e altos ganhos que não lhe dizem respeito, dos oportunistas, dos alpinistas, dos subservientes, dos incautos, dos farsantes, dos mesquinhos, ou mesmo dos que somente…comentam. Enfim, quando muito lembro uma imprecisão, luto por uma lacuna, por um esquecimento, nada mais, pois sendo um professor e um técnico, guardo para mim convocações dentro de conceitos que defendo, e pelos quais luto para serem, ao menos, discutidos pela ótica da coerência, da justa e democrática escolha, jamais por coercitivas formatações e padronizações vindas de exógenas, injustas e quase sempre parciais influências.
Critico, isto sim, a falsa riqueza de talentos, que nos premia com duas seleções adultas, fato inédito no mundo, que sempre se pautou, em se tratando de seleção nacional, por uma seleção sênior, representativa do país, e uma de novos visando competições preparatórias às necessárias renovações.
Duas convocações, no cenário de carência técnica em que nos encontramos, beira ao ridículo, ainda mais quando o noviço técnico ainda sequer estabeleceu seu caminho e sua influência técnico tática no âmago do grande jogo no país.
Seleção nacional é coisa muito séria, e uma convocação única, orientada e dirigida pelo Técnico Principal Magnano, onde no Sul Americano contaria com os residentes no país e os já liberados de fora, mais alguns jovens talentos, cujos mais efetivos na preparação e na competição se agregariam àqueles ainda envolvidos com suas competições, para, ai sim, complementarem a seleção destinada aos Jogos Olímpicos.
Esse deveria ter sido o projeto Londres, unificado e coerente, e mesmo que um técnico outro, e por vontade do Técnico Principal, tivesse que dirigir no Sul Americano, que fosse um dos assistentes do mesmo, sintonizado com as diretrizes emanadas pelo trabalho conjunto, e não constituir-se uma nova comissão profissional e bem paga, onerando desnecessariamente os cofres da CBB (ou estão tão bem fornidos assim?…), numa Babel de conceitos nada recomendável.
Se tenho comigo uma seleção nacional? Claro, mas utópica e fora de questão, pois proferiria um modo de jogar totalmente inverso ao que ai está nessa mesmice endêmica que nos limita e oprime. Mas fica comigo guardada, sem que, no entanto, me negue a torcer honestamente para que a seleção de fato faça um excelente torneio, que nos orgulhe e enterneça.
Mas, não querendo parecer total e intransigentemente do contra, e no caso de uma hipotética possibilidade, sugeriria uma indicação, aquela 12ª que a maioria dos entendidos apontam ser a única a completar os 11 já eleitos (o que duvido muito quando o fator NBA está, e sempre esteve presente…), a derradeira porta de entrada ao éden olímpico.
Sem dúvida alguma, pelo conjunto da obra, ninguém seria mais merecedor de tão disputada vaga do que o Vanderlei…
Amém.
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