FRANCAMENTE…
A cada dia que passa mais difícil se torna escrever sobre o nosso basquetebol, já nem falo pelos equívocos e desmandos da CBB, e sim pelos jogos do NBB, com sua dinâmica rame-rame, repetitiva, cansativa, a tal ponto que, por mais experiente e tolerante que seja, me falta paciência e ânimo para testemunhar tanta mesmice, tanta acomodação ao corporativismo técnico tático que nos coisifica, não só aqui, mas lá fora também.
Ontem mesmo, no primeiro pedido de tempo que o novo e estreante técnico do Uberlândia pediu, solicitou a “chifre” aos seus jogadores, só que não fiquei sabendo se “para cima” ou “para baixo”, no que daria no mesmo, pois eles não executaram nenhuma delas, incluindo as “camisas”, “cabeças”, e demais variações de um “samba de uma nota só”, incoerente e desafinado.
Nada que possamos relatar de novo, novinho, curioso, moleque, insinuante, ou mesmo, corajoso, nada, absolutamente, nada, nadinha…
Mas péra lá Paulo, e o jovem e exuberante Paulistano, não conta?
Bem, se convergir em muitos de seus jogos (número de arremessos de 3 próximos, iguais ou superiores aos de 2 pontos, e que não é prerrogativa somente dessa equipe), número elevado e ineficiente dos mesmos pela incapacidade de atuar internamente, apesar de contar com bons e promissores pivôs, contar com armadores que tentam e teimam em ser definidores e pouco passadores, exercer em muitas partidas uma eficiente defesa, mas drenar seus esforços em ataques inócuos e precipitados, passar seu jovem técnico, intranqüilidade a seus jogadores através uma postura agressiva e excessivamente “participativa”de fora da quadra, inclusive com arbitragens, quando maior e decisivo comedimento atingiria resultados opostos e melhores pela imagem transmitida de tranqüilidade e auto domínio, podemos considerar com bastante convicção, que pouco contou para a melhoria de nosso jogo, mesmo.
E pensar que a seleção para o sul americano, básica e obrigatoriamente jovem, contará com uma liderança que privilegia as “bolinhas”, em detrimento de um jogo mais preciso, mais seguro próximo à cesta, onde armadores alas e pivôs pudessem exercer seus fundamentos igualitariamente? Por mais este importante fator, reafirmo que não, pois a não tão jovem equipe do Paulistano ficou a dever algo de realmente inédito, incisivo, insinuante, marcante e exemplar, como um novo sistema, ou uma forma diferenciada de jogar o grande jogo.
O campeonato vai se afunilando, assim como a mesmice endêmica, num modelo que se repete a cada bola ao alto, e outra, e mais outra, num moto continuo desesperador.
Claro que existe muita emoção e jogos duros, afinal algumas equipes se equivalem, mas, e os fundamentos, a base formativa, a diversidade técnico tática, por onde andam, se é que existem, por onde? Sinalizem a “chifre” e “vamo que vamo…”
Amém.
Fotos reproduzidas da TV (Clique nas mesmas para ampliá-las)- Jogo interno e externo (fotos 1 e 2) dentro do sistema único, inclusive com os pivôs apartados da cesta. Helio Rubens( foto3),um dos poucos técnicos que com sua vasta experiência poderia, se quisesse, mudar um pouco do que aí está.
Nobre Professor, as fotos escolhidas para ilustrar esse post são deveras esclarecedoras da situação descrita. Impressionante observar como a marcação é frouxa, com zonas imóveis, e o jogo interno é absolutamente confuso, sem movimentação adequada, os jogadores parecem bolas de gude se chocando… Abraços!
Professor Paulo,
será Hélio Rubens, o único técnico de todo NBB4 que os atletas fazem questão de ouvir, mesmo que por alguns segundos apenas, sem conversar ou estarem olhando para a arquibancada ou para o nada ?!?
Em alguns tempos técnicos, quando vou ao ginásio, eu fico até constrangido com a atitude dos atletas.
Um abraço !
Mas Victor, são determinações dos estrategistas de plantão, contestá-los? Quem se atreve, a não ser aqueles raros que se negam a pertencer a patota…e por isso estão fora?
Padronização, formatação, corporativismo é isso ai, integralmente.
Mas como disse, vamo que vamo…
Um abraço, Paulo.
Já aconteceu de um técnico que ao levantar os olhos da prancheta não encontrou mais ninguém sentado à sua frente, sério. Ontem mesmo um bradava aos berros- Minha prancheta! Quero minha prancheta! Recebeu-a,deu dois rabiscos e… perdeu o jogo.
Helio Rubens tem 70 anos, 60 deles envolto pelo basquetebol, muita experiência, muitas conquistas, muita tradição, tem o que transmitir, ensinar, daí o seu alto grau de recepção por parte dos jogadores. O seu constrangimento não é maior que o meu, que lidei com jogadores por toda uma vida, tendo sido sempre prestigiado e respeitado por todos eles, sempre. Mas em nosso país…ora, a quem importa?
Um abraço, Paulo.
Caro professor, enfim achei um blog que acompanhe tambem o que eu vejo no basquetebol brasileiro, jogo basquetebol mais sou bem critico com a questão de treinamentos e formação de atletas e equipes no Brasil.
O Brasil se aplica um arroz e feijão tatico deprimente, e carece de técnicos bons em adaptar taticas em situações de jogo para seus times. Eu nao entendo a pouco tempo vi um jogo do franca x Brasilia aque na minha cidade, e mesmo perdendo por 20 pts o “experiente” Helio Rubens nao tem coragem de parar o jogo e mudar movimentação ou alguma tatica para a situação de jogo que estava ocorrendo. Eu vejo basquetebol europeu e NBA , e vejo que quando o tecnico para o jogo o time volta com uma postura movimentação e jogadas totalmentes diferentes, e completando o meu raciocionio eu acho que a formação de atletas no brasil nao tira bom proveito do talento individual de seus atletas nao se ve jogo de transiçao dribles objetivos e bem executados, e sim um passa passa arremessa, o jogo e desinteressante tatica e tecnicamente.
Abraços
Que bom tê-lo como leitor, prezado Tiago. No artigo publicado hoje, abordo pontos mencionados por você em seu comentário, e concordo ser preocupante o momento técnico tático que vivemos atualmente no nosso basquete. Mas acredito que aos poucos evoluiremos, no sentido de resgatarmos o grande jogo entre nós. O trabalho é gigantesco, mas não impossível de ser alcançado.
Um abraço, Paulo Murilo.