SIMPLES E OBJETIVO…
O primeiro quarto foi um horror, que nem a desculpa de que em decisões os nervos afloram, convencia, mais ainda quando jogadores mais do que experientes estavam em quadra. Flamengo e Uberlândia são equipes compostas de veteranos, e alguns mais do que veteranos. O engraçado é que ambas se marcavam firmemente, evitando as bolinhas, vigiando as infiltrações, mas…errando a não mais poder.
Veio o segundo quarto e, surpresa das surpresas, a sempre afoita equipe rubro negra postou-se em forte defesa, dentro, e intensamente fora do perímetro, brecando a grande arma do Uberlândia, as bolinhas de três, indo mais além quando resolveu jogar com seus bons pivôs, vencendo ao final dos quartos iniciais por 39 x 28. Nessa fase, a equipe carioca tentou 0/2 arremessos de três pontos, algo surpreendente e inusitado, provando que de 2 em 2 poderiam alcançar os 40 pontos, com mais precisão e segurança, otimizando seus ataques e valorizando seus esforços defensivos.
Mas, veio a recaída no terceiro quarto, quando as equipes desembestaram a chutar de três, como que numa volta a um hábito solidamente enraizado, e perpetraram os cariocas um 0/7 até que conseguiram acertar a primeira bolinha na metade do quarto. A sucessão de erros provocou uma reação mineira bastante perigosa, quando aconteceu o mais inesperado ainda, o Flamengo voltou a jogar com seus pivôs e a evitar os arremessos desnecessários, além de voltar a marcar forte fora do perímetro. Resultado? Venceu um jogo inicialmente difícil por 77 x 62, e classificou-se às semifinais.
Fica no ar uma indagação – Por que não jogam sempre assim, por quê? Mesmo no sistema único, a opção pelo jogo seguro e preciso se torna factível na medida em que a equipe opte pela simplicidade e objetividade das ações ofensivas, abdicando dos arremessos arrivistas e, principalmente, optando pelo jogo de equipe, tornando-a unida e participativa.
Enfim, se for repetida essa atitude técnico tática, poderemos testemunhar uma equipe seriamente candidata ao titulo da liga. Aguardemos então.
Amém.
Foto de Fernando Azevedo. Clique na mesma para ampliá-la.
Professor,
Visitando o Rio de Janeiro, pude assistir no ginásio do Tijuca o jogo do meu time, Flamengo, sexta feira. Bom jogo, por sinal.
Bem inusitado o Flamengo levar somente 62 pontos. Seis pontos (2 bolas de três) aconteceram por erros grotescos da arbitragem. Mais meia dúzia por pura preguiça defensiva do Duda, que joga o tempo INTEIRO na defesa sem olhar pra bola por um instante, e tomou 3 bolas sem sequer ter visto quem penetrou no garrafão. Poderia ter sido 50 pontos somente.
Noves fora a preguiça (ou falta de conhecimento) do Duda, somente o Helio falhou de forma bizarra na defesa, pressionando o Valtinho menos do que devia. Por incrível que pareça, o treinador rubronegro pediu (no início do jogo) para que Helio pressionasse mais o Valtinho, o que aconteceu poucas vezes. Depois ambos devem ter desistido, sabe-se lá por que.
Que partida da dupla de pivôs! Como é bom ver o Kammerichs em quadra! Uma aula de inteligência. Mesmo pontuando bem menos (6 pontos) do que o Caio (22 pontos) foi tão eficiente e fundamental quanto o seu companheiro. Aula de desapego a números e gana pela vitória, de forma coletiva. Seria o fato de não ter sido formado no Brasil apenas coincidência?
Quanto ao Marcelinho usando sua principal jogada (o arremesso de 3 pontos a 3 passos da linha, com dupla marcação) deixo aqui minha indignação. O grande jogo não merece isso! E não foi por falta de recursos, pois quando decidiu cavar faltas, abrir espaço na defesa, o cardeal fez uma partida muito eficiente, pendurando o Robert Day. E Jackson anulou o Collum de forma incontestável. Engraçado como na hora H o jogador estrangeiro assume a responsabilidade e o brasileiro não. Por quê?
Saudações aos Rubro Negros. Bonita festa no ginásio na sexta -feira. Pena o torcedor ainda ser tratado como gado nas arenas.
Boa análise Rodolpho, mesmo. O que me tem chamado a atenção nos comentários feitos aqui no blog de um tempo para cá, é a progressiva qualidade dos mesmos, focando, técnica, aspectos táticos, e uma generosa dose de conhecimento em todos. Fico feliz em constatar essa grande melhoria na arte de comentar, com isenção e objetividade, pela grande maioria dos que acessam os artigos. O soerguimento do grande jogo necessita vitalmente desse fluir de informações e opiniões bem embasadas e, acima se tudo, responsáveis.
Um abraço, Paulo Murilo.