UM BOM CAMINHO…
A equipe ainda está incompleta, treinou em segredo, falou muito pouco, e mesmo assim através uns poucos jogadores mais midiáticos, e veio para um jogo contra um adversário muito fraco e previsível.
Reapresentou sua disposição defensiva vista em Mar del Plata, mais robustecida com uma táboa mais consistente e forte pela presença do Nenê, que em conjunto com o Varejão e o Spliter, sem dúvida alguma formarão um dos núcleos defensivos mais fortes da competição olímpica.
Ofensivamente, pelo que foi apresentado, algumas pequenas tendências puderam ser apontadas e observadas, sem, no entanto apresentarem algo de realmente inovador. Nas fotos 1 e 2, temos algumas pistas pela observação do posicionamento defensivo dos maoris à vontade e majoritários na primeira foto, e sob pressão de três brasileiros no âmago do perímetro na segunda, quando toda uma gama de possibilidades se descortinam pela intensa movimentação interior de nossos jogadores, e o posicionamento da armação exterior, pronta para dar seguimento às possíveis e várias opções de jogadas, mas com um fator restritivo, quando o segundo armador na ocasião, o Alex, ocupa uma posição que deveria estar sendo exercida pelo Guilherme, não só por sua maior estatura, mas pela habilidade que demonstra quando em ação dentro do garrafão, principalmente nos arremessos curtos e com reversão, assim como seria mantido um forte equilíbrio defensivo pela presença do Alex junto ao Nezinho.
Na foto 3, mais uma vez vemos um ala pivô de grande estatura e velocidade, o Marcos, se situando muito fora do perímetro, claramente se posicionando para o tiro longo, quando poderia estar colocando toda a sua habilidade pontuadora a serviço de arremessos mais precisos e eficientes se dentro do perímetro.
No entanto, algo de muito positivo pudemos observar no transcurso da partida, como a intensa movimentação de todos os jogadores, e não duplas ou aventuras solitárias, como podemos atestar na foto 4, onde bloqueios simultâneos dentro e fora do perímetro mantêm a defesa adversária colada nos atacantes, originando daí bons espaços para ações ofensivas mais perto da cesta, otimizando os ataques, para de dois em dois avançarem no placar.
Na foto 5 temos uma situação perto da ideal, com praticamente todos os homens mais altos da equipe dentro da zona de rebotes, permitindo dessa forma que segundas situações de ataque aconteçam com mais frequência. Rebotes ofensivos é uma garantia bastante segura de sucesso, ao acrescentar ataques extras em jogos mais difíceis e decisivos.
O que não pode ocorrer é permitir que uma superioridade posicional defensiva supere as possibilidades acima mencionadas, com podemos observar na última foto, que é uma constante em nossos campeonatos regionais e nacionais, fator que poderíamos releva desde a base, pela ação coletiva constante de todos os jogadores, principalmente junto à cesta.
Enfim, pontos positivos estão sendo implementados, e razoavelmente utilizados pelos jogadores, ainda muito presos a vícios de longa data, inclusive os mais jovens da seleção. Acredito que a continuidade desse trabalho proposto pelo Magnano, sirva de parâmetro aos demais técnicos, no intuito de tentarmos mudar nossa endêmica forma de jogar, aspecto este somente possível pela reformulação didático pedagógica no ensinar o grande jogo entre nós, através a criação de metodologias de longo prazo, informatizadas e divulgadas ao longo de um bem elaborado projeto de alcance nacional, bem ao contrário das reuniões de fim de semana até agora patrocinadas por uma ENTB equivocada e errática.
Acredito que possamos melhorar bastante no decorrer da preparação, e que, se optarmos por uma dupla armação e um jogo interior intenso por parte de nossos potentes alas pivôs, muito de oportunidades poderemos auferir nas grandes competições que participaremos até 2016.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Duas ótimas exibições da seleção, considerando que foram apenas os dois primeiros jogos de preparação pra Londres.
A defesa é ainda mais intensa e eficiente do que no Pré-Olímpico, especialmente com a chegada do Nenê. Infelizmente não teremos Rafael, que muito somaria ao já forte trio Nenê/Varejão/Splitter.
O ataque, com o passar dos treinos e jogos, certamente se ajustará. Lembrando que a dependência em Marcelinho Huertas é enorme e ele foi o último a se apresentar devido as finais pelo Barcelona.
Não sei bem o motivo, mas não me surpreende o fato de Leandrinho não ter jogado por falta de seguro, sendo que a CBB sabia muito tempo atrás do caso e nada fez. Já é rotina…
Nunca é demais celebrar a permanência do argentino na nossa seleção. Se ele teríamos (denovo) que nos contentar a vencer Pan-Americanos contra times B de seleções secundárias.
E o Marcelinho Machado, professor!? Até ele joga o bom basquete com o Magnano!
Prezado Rodolpho, no artigo de hoje creio que respondo algumas duvidas suas. Um abraço, Paulo Murilo.