O (POSSÍVEL) REFERENCIAL…
Chego em casa vindo de um banco, onde fui acertar uma renegociação numa divida, seguindo as baixas de juros, no que consegui em parte, após horas de espera e discussões. Do jardim escuto o telefone fixo tocar, e imaginei poder ser o Pedro, afinal, por conta da saída não pude assistir ao jogo da Nigéria com a Grécia, e como sempre faz, liga para comentarmos os jogos. Atendo, e não deu outra, era o Pedro…
Paulo, você perdeu o melhor jogo do pré olímpico até agora, com dois armadores endiabrados da Nigéria, e seus alas e pivô extremamente ágeis e rápidos, dando uma canseira nos gregos e vencê-los. Você gostaria de ter visto algo que sempre defendeu…
Pronto, explodo, não por perder o jogo, mas por ser lembrado que tenho alguma razão defendendo o sistema de jogo que propugno a longo tempo, mas que só defendo, impedido que sou de tornar levá-lo às quadras, pelo simples fato de não comungar com a mesmice endêmica que nos impuseram desde sempre, da qual ao me insurgir veemente e decididamente, tornou-me inelegível a qualquer equipe neste injusto e cartorializado país.
E nesse ponto, lembrei que nada postei sobre o rachão de ontem, enquanto, no mesmo torneio a Argentina jogou para valer, numa situação que pouco entendi, mas que deve fazer parte do nosso treinamento, que aliás foi aberto a todos, pois jogo garanto que não foi.
Mesmo assim, vi o argentino torcer as feições com algumas bolinhas disparadas a esmo (6/17), principalmente em contra ataques, numa contestação aberta a seus rogos, principalmente por parte dos cardeais. Mas como só foi um “treino”, quem sabe entrarão em sintonia mais à frente? Minha opinião sincera? Duvido que entrem, nos restando somente brandir aos deuses para que tais bolinhas caiam, senão…
Hoje jogamos com os hermanos, num momento importante para ambos, pois se de um lado uma seleção experiente, forte, porém encanecida, parte para um gran finale numa competição olímpica que já venceu, por outro, um grupamento estruturalmente heterogêneo, desde sua formação de base, que ao se encontrar com um técnico coletivista e adepto de uma defesa forte, tem a oportunidade de rever alguns cansados comportamentos conceituais de jogo, para evoluir para algo mais consistente, confiável e menos aventureiro, abrindo portas para algo mais, muito mais importante para o nosso basquete, um referencial que possa vir a direcionar nossa formação de base, sinalizando novos caminhos, novas e instigantes formas de jogar o grande jogo.
Amém.
Foto – Colin Foster/Divulgação. Clique na mesma para ampliá-la.