NÍVEL III…
A CBB decidiu após longos debates, exaustivos estudos, apurada pesquisa, que até 2015 somente os técnicos graduados (leia-se também “provisionados”) dos níveis I até o III poderão dirigir equipes no país, no que depreendemos que essa decisão será extensiva à LNB e seus dois campeonatos, o NBB e a LDB.
Cabe a ENTB/CBB graduar todos os técnicos, da formação à elite, através os celebrados cursos de 4 dias que vem promovendo de uns tempos para cá, com audiências que ultrapassam 100 candidatos pagantes, numa concentração de palestras que vão das técnicas e táticas, para as de caráter psicológico, administrativo, e mesmo sobre direito desportivo, tudo, repito, em 4 dias de muita teoria, e pouquíssima prática na modalidade.
Por conta de tão inteligente e oportuno estratagema, devidamente endossado pelos Cref’s de plantão, níveis III estão sendo distribuídos a granel, propiciando o preenchimento das vagas de técnicos e assistentes nas equipes que se defrontarão na LDB, e mesmo no NBB nas competições da LNB.
Claro, que tão profundo, acurado e detalhista preparo do nosso universo de técnicos, têm levado o grande jogo a patamares inexistentes anteriormente, com o pujante incremento de novas técnicas de treinamento, impressionantes avanços técnico táticos, onde uma enorme variedade de sistemas de jogo ofensivo e defensivo têm sido apresentados, assim como edificantes e altamente profissionais gerenciamentos de equipes vêm surgindo a cada dia, a cada ano de competições, marcadas pelo ineditismo, pela ousadia, pela criatividade, redimindo um passado recente nebuloso, principalmente na formação de base visando os importantes ciclos olímpicos que teremos de enfrentar.
E como tão importantes e relevantes passos estão sendo dados, nada como ilustrá-los com exemplos de sucesso, como o posicionamento de um técnico após a perda de um jogo no campeonato mais emblemático do basquete brasileiro, o paulista:
– Vamos parar no hotel. Ninguém vai tomar banho. É só para pegar as coisas e voltar. Quem não estiver no ônibus em cinco minutos, vai ficar. Eu não estou brincando. Ninguém vai tomar banho, ninguém vai demorar. Também não vamos parar para jantar. Estou com vergonha de vocês. Ninguém perde um jogo desse, ainda mais desse jeito, ninguém.
Bem, o jogo foi realizado em uma cidade 470 km distantes da sede da equipe, viagem feita de ônibus no dia do jogo, e cuja volta seria imediatamente após sua realização. A matéria que foi publicada pelo jornalista Fabio Balassiano do blog Bala na Cesta, sobre uma reportagem de Rafaela Gonçalves do Globo.com, vem provar definitivamente que níveis distribuídos a técnicos da forma como o são, em hipótese alguma representam qualificação, e sim um artifício perigoso, interesseiro e político para o futuro do grande jogo no país.
Preparar bons, sérios e atuantes técnicos é tarefa demorada, paciente, e acima de tudo responsável, e que não pode ser produto de interesses corporativos e profundamente grupais. Não se brinca com formação de base, profissionalização, ética. Não se brinca com equipes da elite, não se brinca de técnico impunemente, seja de que nível for…
Amém.
Foto – Reprodução da Tv. Clique na mesma para ampliá-la.
PS – Para maior entendimento acessem http://www.draftbrasil.net/blog/vergonhoso/
Professor, deu desgosto de ver isso.
Também vou escrever para os canais que tenho acesso.
Uma vergonha por completo.
Deveria ser punido, porém nada vai ocorrer,o que é ainda mais lamentável.
Um abraço.
Punido por quem o graduou e profissionalizou, sendo tão nível III como ele? Nem pensar, o clube é herméticamente blindado, prezado Henrique. Ética, conhecimento e competência são penduricalhos para os que ficam de fora…
Um abraço, Paulo.
Professor,
peço a gentileza do senhor para postar o texto que fiz neste comentário:
http://www.draftbrasil.net/blog/vergonhoso/
Creio eu, que quanto mais gente ler, em qualquer espaço o ocorrido,
algo possa mudar.
Ainda entrarei em contato com CREF, ENTB e FPB, enviando este meu texto.
Sinceramente, é um desprazer ler que isso ocorre em qualquer esfera da sociedade.
Chamar este cidadão de professor e treinador de basquetebol ?
Não tem como.
Abraço
Professor! Ando meio preguiçoso e ainda não fiz meu dever de casa por completo (lembra que o senhor me convidou a ler todos os seus artigos?). Mas outro dia numa tentativa de melhorar minha técnica de arremesso li uma matéria sua na qual citou que se a Damiris empunha-se a bola tocando-a somente com as falangetas o arremesso teria maior aproveitamento da força e precisão. Daí fui pra quadra e comecei a chutar focando neste detalhe. O resultado foi surpreendente, me senti mais confiante pra arremessar e além de conseguir chutar com mais força foi mais fácil tentar repetir o movimento do arremesso. Obrigado!
Uma pessoa que me ajuda muito é o Professor Eurdes (ex-professor de educacão física da UFMS), inclusive ele o conhece e me passou ótimas referências de vossa senhoria.
A minha impressão no âmbito do basquete brasileiro é que os times preferem, infelizmente, técnicos com características mais emocionais (coléricos e/ou emotivos) do que racionais e isto faz com que a tática do jogo se perca, principalmente nos momentos de decisão.
Professor,
não vi. Não sei quem fez o citado no texto. Fato isolado ou comum? O que mais me chama a atenção é a falta de tratamento profissional com os atletas que queremos que sejam… Profissionais! Estes, logo estarão fazendo corpo mole para derrubar o técnico, pois quando se ataca alguém, temos que esperar que o processo natural ocorra: autodefesa.
470 Km em um ônibus, depois de 1,5h de basquete e sem comer??? Este senhor, mais que um técnico, é um grande ser humano!
Fiz um PS adendo ao artigo com a sua matéria, prezado Henrique. Um abraço, Paulo.
Prezado Regis Mario, fico feliz com a sua evolução na arte do arremesso, que é uma técnica refinada e da mais alta precisão. Estude-a da forma mais ampla possivel, e sempre encontrará detalhes insuspeitos à maioria dos praticantes do grande jogo. Envie um grande abraço ao Prof.Eurdes, colega de longo tempo.
Um abraço, Paulo Murilo.
Eh Carlos Alex, estamos realmente no caminho do descrédito total, pois “nunca na história desse país”, fomos tão baixo como agora. E o cenário sugere uma descida mais íngreme ainda.
Espero que esteja tudo bem com você e o Yannick. Paulo.
Gostei do ângulo da foto tirada da grande musa do basketball brasileiro.
E que tal o recheio, de uma clareza e objetividade ímpar? Creio que o Champolion adoraria…
Um abraço, Paulo Murilo.
Talvez nem os armadores consigam reproduzir o desenho, muito menos os movimentos.
Professor, e o Cetaf?
Tenho a certeza de que nem o autor da “obra” o entenda…
O que tem o Cetaf, prezado Rodolpho?
Paulo Murilo.
Quais as suas expectativas sobre o Cetaf no NBB? Te surpreendeu a confirmação do clube pra essa temporada? Estreia contra o Flamengo já…
Abraço!
Olha, meu prezado Rodolpho, conhecendo a tenacidade do Luis Felipe, não me surpreendeu a confirmação do Cetaf no NBB5, e ele terá ainda pela frente a montagem de sua equipe, num mercado carente de “nomes”, mas repleto de bons jogadores ainda em atividade, que por estarem em equipes que não disputarão o NBB, poderiam formar um elenco de boa qualidade, confiável, e altamente competitivo, claro, se bem treinado e democraticamente liderado.
Jogadores que residem no ES, como o Rafinha, Amiel, De Jesus, Casé, João Gabriel, Matheus, se reunidos a outros que lá atuaram, como o Muñoz, Roberto, André, Manuil, Bruno, Marcos, Gaspar, e do talentoso Yannick, formariam uma equipe de respeito para agora e mais a frente, num projeto que serviria de espelho para a formação de base futura, pois são jogadores experientes, responsáveis e que sem dúvida alguma se amalgamariam com precisão a formas diferenciadas de jogar o grande jogo.
Seria uma retomada corajosa com grandes possibilidades de acerto, mas dependente da orientação pautada pelo Luis Felipe na esfera administrativa da equipe.
São essas as minhas expectativas sobre um possivel e factível Cetaf, Rodolpho.
Um abraço, Paulo Murilo.
Viva o otimismo, professor!
Viva Rodolpho, viva, agora e sempre…
Paulo Murilo.
Ola Professor Paulo,
Tudo bem? Foi um prazer rever voce durante as minhas ferias no Rio. O papo foi muito bom infelizmente as 3 horas passaram rapidamente.
Quer dizer que depois de mais de 20 anos dirigindo equipes profissionais em varios paises, trabalhando para a FIBA por varios anos como FIBA Expert para a Asia e com 7 livros publicados, eu precisaria ter um certificado emitido por nao sei quem para poder dirigir uma equipe no Brasil>?
Ate breve,
Walter
Foi igualmente um grande prazer para mim também, Walter, e já aguardo futuros encontros.
Quanto ao certificado (ou provisionamento), sua larga e competente experiência internacional corre o sério risco de nada representar para os luminares expedidores de níveis da ENTB/CBB, com seus transcedentais cursos de 4 dias. Outro dia ficamos eu e o Prof.Pedro Rodrigues nos questionando a qual nivel pertenceriamos se avaliados, face aos avançados critérios da prestigiosa escola. Respondi que provavelmente o Zero… Logo, Walter, o que esperar dessa turma?
Um abraço, Paulo.
Obrigado professor.
Por questões pessoais fiquei fora uns dias, mas retorno !
Obrigado mesmo !
De nada Henrique, causas meritórias sobre o grande jogo, sempre terão guarida aqui nesta humilde trincheira, que tanto você conhece e participa. Um abraço, Paulo.