DO AMIGO PEDRO…
O MUNDO DO BASQUETEBOL ATUAL APRESENTA UMA HISTÓRIA DE UM CONTEXTO MORAL, E SE ALÉM DESTE CONTEXTO MORAL, AINDA INCLUIRMOS UMA CONCLUSÃO, CORREMOS O RISCO DE SER REPETITIVOS OU ATÉ MESMO, – O QUE CONSIDERO MAIS GRAVE- DE INDUZIR O LEITOR A SOMENTE UM TIPO DE LIÇÃO, VISTO QUE AS PARÁBOLAS PODEM APRESENTAR CONTEXTOS DIFERENTES BASEADOS EM NOSSO ESPÍRITO, MEIO OU MOMENTO.
COM ESTA SUGESTÃO ACREDITO QUE SERÁ UMA CONTRIBUIÇÃO NA DIREÇÃO DE UMA VIDA COM MAIS REFLEXÃO,CONCILIANDO RAZÃO E SENTIMENTO.
PEDRO RODRIGUES
AS PARÁBOLAS E O NOSSO MUNDO ATUAL DO BASQUETEBOL BRASILEIRO.
PARÁBOLAS,
São breves narrativas, às vezes dramáticas, às vezes cômicas, que possuem contexto moral explícito ou implícito e que além de apresentar um pouco da cultura de um povo, nos ajudam a decidir sobre questões morais do nosso dia a dia.
O MEDO CAUSAD0 PELA INTELIGÊNCIA E PORQUE O TALENTO ASSUSTA
Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:
“Meu jovem, você cometeu um grande erro”.
Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável!
Devia ter começado um pouco mais na sombra.
Devia ter gaguejado um pouco.
Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos.
O TALENTO ASSUSTA.
Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava numa carreira difícil.
Isso, na Inglaterra.
Imaginem aqui, no Brasil!…
Não é demais lembrar a famosa trova de António Aleixo, poeta português:
“Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência”.
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência.
Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas, com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.
Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.
É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.
Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.
Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas…
Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.
É um paradoxo angustiante
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: “Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra”.
O problema é que os inteligentes costumam brilhar!
Que Deus os proteja, então, dos medíocres!…
Amém Pedro, amém.
Foto – Pedro e Paulo. Clique na mesma para ampliá-la.
Caro prof. Paulo Murilo,
É a mais pura realidade. Basta a pessoa demonstrar um pingo de inteligência para ser limada, isolada, ignorada.
Quem não faz parte da “família” ou da “turma” acaba sendo escanteado, porque o mundo do basquete no Brasil hj é reduzido, minúsculo, mesmo nos grandes centros.
Perdi as contas de quanta gente boa está fora das quadras.
A pergunta é: até quando?
A simples existência parece que incomoda.
O pior é que incomoda justamente as pessoas que sabem o “tamanho do estrago” que a existência dessas pessoas pode causar.
Da minha parte, nego-me a conchavos, puxa-saquismos, “falso coleguismo”, aqueles bate-papos hipócritas de técnicos que fingem ser amigos à mesa de um bar.
Antes só do que mal acompanhado.
Abços,
Fábio/SP
Mas não se transforme num monge isolado, Fabio, busque nos seus alunos e jogadores o sadio convívio, onde a troca de saberes e aprendizados oscilam em ambos os sentidos, trocas estas que valorizam e dão sentido à vida, ao progresso, ao bem estar, à educação e à cultura de qualidade superior. A grande conquista dos educados e cultos é a do saber, valor negado àqueles que propugnam pela politica rasteira e mesquinha. Haverá um tempo em que a sociedade mais educada e culta saberá distinguir e aceitar essa transcedental evidência, valorizando aqueles que se dedicaram de corpo, mente e alma a ela. Quem sabe a sua geração conquiste essa meta, pois a minha se estingue pelo pêso dos anos, pelo peso dos medíocres, pelo peso da injustiça. Siga em frente, estude e pesquise muito, e quem sabe, um dia, uma época, será reconhecido. Torço desde sempre para que sim. Um abraço, Paulo.