3 PRA LÁ, 3 PRA CÁ, E LÁ VAMO NÓIS…(ARTIGO 1001)*

Fantástica, heróica, e inacreditável a vitoria de São José em Bauru, classificando-se para o playoff final do paulista, afirmam analistas, comentaristas, torcedores e dirigentes, ainda mais que desfalcada de alguns importantes jogadores, com Dedé, Murilo e Chico, ante um adversário completo, com seus quatro americanos e jogando em casa, abarrotada de torcedores.

Muito bem, e com toda a festa joseense, e decepção do outro lado, algo de instigante fica pairando num céu não tão azul como parece, pois um jogo que conta com 50 bolinhas de três (25/50), ou seja, 50% de acertos, marca impressionante para esse tipo de lançamento, só nos leva a uma conclusão, ninguém de lado algum marcou ninguém, mesmo, numa orgia que presenteou o vencedor com uma além convergência de 14/24 arremessos de dois pontos e 14/29 de três, isto sim, inacreditável numa decisão de chave, e com o perdedor arremessando 11/21 de três e 20/44 de dois.

O mais emblemático de tudo, foram as declarações do técnico perdedor, antes e depois do jogo, nos levando a seriamente interpretar que nessa tão extensa preparação de dez dias, nada de nada quanto a ações contestatórias aos arremessos longos de seu manjado adversário nessa “especialidade” foram devida e exaustivamente treinadas, já que de seu lado a artilharia de três parecia azeitada para o confronto “do quem chuta a última”…

Fico então pensando como terminaria um jogo desse pseudo nível ante uma defesa de verdade, mas verdade mesmo, e não esse pastiche que nos empurram goela abaixo, técnicos, e por que não, jogadores também, vide a declaração do Jefferson ao repórter da TV após o jogo, quando perguntado de que forma explicava sua performance (25 pontos) após à longa ausência por contusão – “Fóco, porque o esforço físico somente corresponde a 20%, cabendo 80% à mente (e aponta a cabeça), fóco, esse o segredo”.  Então como responderia se tivesse sido exigido, vamos conceituar nuns razoáveis 50% de esforço para superar uma também razoável defesa, se existente? Acho honestamente que não responderia da mesma forma, pois um 5/8 para 14/29 de três somente é possível ante algo etéreo e fugaz, na imagem de algo inexistente, defesa, defesa e defesa, o tal fundamento que em dez dias foi negligenciado, e se não foi, o jeito será naturalizar mais um americano, e contratar outro, completando um quinteto, pois afinal de contas,  consta na filosofia popular que é o fundamento mais presente em suas vidas, defense, defense, defense, ou não?

Agora sim, fica a expectativa de quem alcançará o Guiness das bolinhas de três, São José ou Pinheiros, ambos amantes dessa especialidade, e como bons desportistas que são, defense out, e que vença quem meter a última, como de praxe. Fico então imaginando o que acha o nosso técnico hermano disso tudo…

Amém.

Foto – Site Globoesporte.com

*NOTA – Publico hoje o artigo 1001, pois o de número 1000 será postado com brevidade, após solucionados alguns entraves técnicos. Obrigado a todos pela paciência. PM.



4 comentários

  1. Rubens 10.11.2012

    Olá Paulo,

    Acho que tivemos na Liga Sulamericana uma palhinha do que acontece quando os times brasileiros enfrentam defesas mais sólidas, no calvário que foram todas as partidas contra os times argentinos.

    Abraços

  2. Basquete Brasil 10.11.2012

    E nem precisariam ser sólidas demais, bastando serem eficientes, presentes e contestadoras para frearem nossas melhores equipes, acostumadas às facilidades mútuas que professam, num comum acordo lamentável e constrangedor, mas nada que a hemorragia dos três comprometa os sonhos de torcidas, dirigentes, comentaristas, jogadores e técnicos, todos compromissados e comprometidos com essa farsa, somente escancarada quando defrontada com os hermanos, imunes à mesma.
    Um abraço, prezado Rubens. Paulo Murilo.

  3. Douglas Gaiga 12.11.2012

    Olá, professor.

    Pois é… Nada tenho a acrescentar a, sempre, belíssima análise feita pelo senhor. Agradeço aos céus que a FIBA não prosseguiu com a tal linha dos 4 pontos que anos atrás ficou em voga. Nossos estilingues humanos seriam capazes de arremessar de antes da linha que marca o meio da quadra, logicamente, antes dos 8 segundos de posse de bola, que eles teriam para passar essa mesma linha.

    PS: Apenas uma pequena chatice, os provenientes de São José dos Campos são joseenses, e não sanjoanenses, como escrito, caro professor.

    Abraços!

  4. Basquete Brasil 13.11.2012

    Já está consertado, prezado Douglas, muito obrigado. Arremessos do meio da quadra? Fazem parte do treinamento (e com apostas ou prêmios…)de muitos jogadores, inclusive nas seleções, para a alegria de quem vê nisso um fator de integração, de espirito de equipe. Logo, novidade nenhuma, pena que não dediquem tempo equivalente para exerecitar defesas.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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