RESCALDOS DE CORRIENTES…
Terminado o Sul Americano em Corrientes, um campeonato que se vence perdendo, fator que contradiz uma modalidade esportiva que sequer aceita empates, podemos rebuscar algo no rescaldo de uma competição repleta de contradições e malfeitos.
Comecemos pelos famigerados técnicos argentinos, todos eles fascinados e direcionados ao epicentro de suas intervenções, a gloriosa prancheta. Sei não, mas gostaria de vê-las surrupiadas em um jogo entre eles, para medir a intensidade de suas reações sem o apoio de suas muletas. Morro de rir com a grafotecnia em seus pedidos de tempo, principalmente quando silêncios monásticos do Hernandez a antecede, fazendo-o penetrar de cabeça no inerme retângulo plástico no solo à sua frente. Creio que mais do que nunca deveríamos conhecer de fato a turma que cuida da formação de base argentina, aquela mesma que fez o Magnano declarar na escada do avião que o trouxe de Atenas, que tudo devia àqueles formadores, os verdadeiros artífices da grandeza dos hermanos. Técnicos, desculpem, estrategistas burocráticos também os temos por aqui, quiça melhores do que alguns deles. Já os formadores…
Infelizmente, o Troféu Guiness das bolinhas (acima de 60 tentativas) ficou por lá mesmo, mas com um condigno representante tupiniquim, o Brasília com seus inacreditáveis e absurdos 13/35 torpedos e tiros de meta do Nezinho (que não daria unzinho sequer se marcado em proximidade, pois o executa entre a cintura e o peito…), e o bem intencionado Peñarol garantindo a vantagem de 13 pontos do hermano que jogaria contra o Flamengo, com seus também comprometedores 9/29 de três, contabilizando um jogo com 22/64 bolinhas, levando o Guiness de ruindade e pusilanimidade.
Um pouco mais tarde, um vencedor Flamengo, mais na garra e empenho, principalmente na entrega defensiva, do que na técnica de jogo, demonstrando uma das verdades mais impactantes do nosso atual basquete, a incapacidade de planejar, treinar e preparar homens altos para atuarem nos pivôs móveis jogando de frente para a cesta, numa repetição teimosa, cansativa e desgastante de ações de costas para a mesma, sob a imóvel assistência do restante da equipe, torcendo de uma privilegiada posição na quadra de jogo para que dê certo, num alheamento inconcebível e primário. Caio, Alexandre e Shilton, mereciam ser preparados para os embates frontais, e não na tatibitate progressão em marcha à ré a que são destinados mediocremente.
Finalmente, um último garimpo em um diálogo do mais puro e genuíno conhecimento da complexidade do grande jogo, entre o narrador e o comentarista do Sportv quando de uma singela, porém segura bandeja do pivô Ronald do Brasília:
– “Essa era para enterrar, afundar, cravar com estilo, não fulano?”
– “Sem dúvida nenhuma, o espetáculo exige isso, o público vibra, se levanta, e promove o jogo…”
– “É isso mesmo, toco e cravada é a essência do jogo, fulano”
– “Concordo beltrano, inclusive já conversei com ele a respeito. Nos Estados Unidos qualquer moleque treina para isso, e vocês, jovens iniciantes que nos assiste, treine as enterradas, 50 vezes, e depois mais 50…”
– “Precisamos disso, sem dúvida sicrano…”
– “Inclusive sou ferrenho defensor da cesta mais baixa para as mulheres, pois também enterrariam como os rapazes…”
Juro que o diálogo aconteceu, revejam o tape, agucem os ouvidos, mas assistam sentados para não serem enterrados, afundados, cravados no solo infértil da descrença em dias melhores para o grande jogo entre nós, pois ainda acredito que o arremesso seja a essência do jogo, tendo inclusive escrito uma tese de doutorado sobre o mesmo.
Fico triste e preocupado com esse tipo de mensagem aos jovens, ainda mais partindo da emissora que se auto define como a mola mestra da educação nesse imenso, injusto e desigual país.
Amém.
Fotos – Reproduções da Tv. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Carissimo Professor
Boa noite!
Mais uma vez constatamos o óbvio em confrontos entre Argentina e Brasil.
A hegemonia Hermana nessa liga deveria causar no mínimo uma reflexão para aqueles que dirigem as maiores equipes (em estrutura)Flamengo, Brasilia, Pinheiros…sobre como perde-se uma competição da mesma forma, onde pela enésima vez Coach Sergio Hernandez (Oveja)repete uma frase emblemática em suas entrevistas e pedidos de tempos, enfatizando para sua defesa avançar por sobre a linha dos três pontos negando os arremessos (?) ou cobranças de laterais, chutes femininos de nossos jogadores que principalmente na armação (Brasilia só nezinho arma, Flamengo só Kojo, Pinheiros só Paulinho) logo que em suas equipes não possuem armadores de oficio como segunda opção, um dos motivos pelos quais a dupla armação quase sempre ensaia-se somente no posicionamento em quadra.
Jogo de Pivô não existe, Flamengo que conta somente com Caio Torres que tenta esboçar algum jogo ao valer-se 70% de sua força física no 1×1 de costas para o cesto, Brasilia que pouco pode contar com seus pivôs, Alirio ineficiente, Ronald inexperiente, Cipriano instavel, Guilherme possui um bom jogo, mas não faz uso do mesmo frequentemente pois joga aberto e pelo Pinheiros, Ah! Pinheiros que conta com Morro que embora seja habilidoso é pouco acionado, Araujo limitado, Mineiro joga do perimetro para fora (agora chuta de 3 pontos), Fiorotto possui um bom jogo de pivô mas encontra-se lesionado sendo assim o que sobra as equipes brasileiras nessa competição?
O chute de 3…o salvador (derrocado) arremesso dos 6,25 mts, pois se faz ausente instruções e comando que faça os jogadores usarem jogos em duplas, infiltrações, em defesas por zona, jogar nos forames, nas lacunas existente no perimetro de uma 2-1-2 por exemplo é algo complicado (?) principalmente em situaçoes de jogo que requerem uma astucia elevada por partes daqueles que comandam o jogo, onde nos pedidos de tempo proferem criticas severas e reclamações sempre amparadas por palavrões, em detrimento do uso da instruções corretivas e apontando soluções executaveis que podem mudar o rumo de uma partida.
Formadores, penso, e sou testemunha disso por estar em plena formação hoje não se faz mais. Em universidades onde o ensino do desporto vem perdendo o espaço para a engenharia corporal, as turmas de licensiatura (voltado a ed fisica escolar) respirando por aparelhos, torna quase que raro a formação de um profissional que reune boa oratória, didática e outros fatores fundamentais para que se tenha um bom profissional formador, que tem ainda o devido cuidado de não confundir formação com especialização precoce (que se bem aplicada) pode ser de grande valia, mas no basquete se dá através da seleção natural seguindo principalmente a composição física.
Aqueles que formam de verdade estão fora do mercado por ter seus conhecimentos subestimados sob uma analise de conhecimento ultrapassado, então esse será nosso futuro? Não muito obrigado, sendo assim prefiro estudar os grandes autores e mestre do ensino de tempos muito anteriores aos de hoje.
abs
Josue
Triste, muito triste, Professor!
Também ouvi esta menção aos novos jogadores, para que treinassem muitas enterradas, que lástima.
Eles não imaginam que alguém em formação não tem maturidade para separar um discurso de outro. Os jovens segmentam conselhos e se aproveitam daquelas dicas que parece chamar mais atenção de seu ego de adolescente,
Entre treinar fundamentos “chatos” e enterradas “estelares” adivinha o que um jovem louco por reconhecimento de seu grupo fará.
Poderiam até treinar os dois, mas não querem gastar tanta energia assim, parece.
Nas peladas, quando vemos um garoto que atingiu uma condição atlética satisfatória, com uma bola na mão, eles não querem criar dribles, arrenmessar de posições diferentes ou posturas diferentes e nem mesmo treinar passes à parede. Eles chegam a murchar as bolas para dar uma melhor pegada, aproximam-se da tabela correndo com a bola na mão e dão enterradas ditas “monstruosas”. Considero lúdico e lícito este comportamento por parte dos jovens, mas não é por que é natural aos jovens que os adultos devem se calar ao ver isto, ou pior, dar maus conselhor aos iniciantes!
Por estas que devemos agradecer que o basquete não está passando na tv aberta, não é Professor. Abraços.
Prezado Josue, seu relato, preocupante por sinal, é visto por mim com incontida satisfação, não pelo teor em si, mas pelo fato de atestar um novo posicionamento dos mais jovens leitores desse humilde blog, sobre a verdadeira origem do nosso retrocesso no ensino do grande jogo no país, onde aqueles mais preparados para exercer seu comando e futuro são postergados ao anonimato, trocados que são pelos marqueteiros e enriquecedores de curriculos nas divisões de formação de base, onde a verdadeira função da mesma, o preparo minucioso e de longa duração, é substituido pelas enganosas conquistas pura e simples de campeonatos, que pouco representam na fase critica da formação. Pergunta-se quantos destes jovens campeões ascendem às divisões da alta competição, e talvez seja respondido que muito poucos, ou mesmo, nenhum, mas nos curriculos promocionais dos “formadores” irão constar os títulos que os enaltecem e promovem como gênios da prancheta.
Infelizmente, o tempo da meritocracia ainda se encontra muito longe da nossa triste realidade, tempo este, que se resgatado, nos impulsionaria celere a novos tempos, a consistentes e duradouros resultados.
Obrigado por sua audiência e responsável participação, Josue.
Um abraço, Paulo Murilo.
Triste e preocupante mesmo, prezado Alexandre. E pensar que advém tais e equivocadas colocações pela lavra de professores, e não um curioso qualquer do grande jogo.O pior é que direitos de resposta inexistem nessa via de mão única, onde a propriedade sobre um microfone pertence a um dos lados da questão, sem qualquer possibilidade de ecos contrários. Por isso mesmo, exerço aqui desse humilde espaço o sagrado e público direito ao contraditório, não fosse eu também professor e técnico, além de editor e jornalista.
Mas vida que segue, Alexandre, de encontro a um futuro melhor.
Um abraço, Paulo Murilo.
Professor, achei interessante, no boxscore da partida do basquete cearense contra o bauru, a proporção dos arremessos de 2 para os de 3… 47/21. Acho que não por acaso, o treinador é o Alberto Bial, experiente e, corrija-me se estiver errado, ainda representante da antiga (no sentido que a “nova” prefere o de 3 em 3 pt) “escola de técnicos”, que prefere o jogo de 2 em 2 pontos… http://lnb.com.br/noticias/emocao-cearense/
Prezado Diego, o técnico em questão não faz parte da antiga escola de técnicos mencionada por você, e sim da nova, sendo inclusive sua anterior equipe uma das que mais se utilizavam dos arremessos de três. Se por um acaso o mesmo esteja reavaliando e se posicionando para priorizar os arremessps de dois pontos, tanto melhor, pois estaria dando um passo importante na dinâmica do jogo, mas não acredito que o faça na contra mão do corporativismo a que pertence.
Um abraço, Paulo Murilo.
Olá Prof. Paulo, tudo bem?
Estava assistindo os vídeos do jogo Paulistano x Saldanha e uma questão me veio: quais critérios o senhor utilizava para as substituições? O senhor utilizava um “rankeamento subjetivo” de valores técnicos (exemplo: alguém precisa sair, entra o sexto melhor atleta, independente de posição)? E mais: o senhor é adepto da linha de pensamento de que “não há titulares e reservas, somos uma equipe onde todos rodam…” ou acredita ser importante a definição de titulares e reservas para que os atletas tenham uma referência a buscar/manter seu espaço na equipe?
Caso tenha mais alguma dica valiosa sobre substituições, peço que nos fale também… bom, por hora é isso, grande abraço,
Fábio/SP
Diego, essa proporção do Ceará é pífia ainda.
Para se ter uma ideia, um time da NBA chuta 20 bolas de longa distância a cada 70 ou 75 bolas de 2 pontos.
Dois times com defesas de médio nível e ataque consciente não permitiriam, no NBB, mais do que 10 arremessos de longe, jamais. A quadra é muito pequena para sobrar espaços para arremessos longos, livres, com defesas fortes.
Prezado Fabio, gostei de seus questionamentos, raríssimos de serem feitos, ainda mais sob a égide de um basquete formatado e padronizado como o nosso, onde 1 substitui 1, 2 ao 2, etc, em tudo e por tudo oposto a critérios que sempre utilizei, originando-se os mesmos nos módulos compostos pelos armadores e pelos pivôs móveis. No caso do Saldanha naquele jogo (inicio da competição para mim)ainda tive de adequar um terceiro fator (não um modulo), os alas Mosley e Matheus, ambos sem as qualificações de um pivô, apesar de muito altos. Considerei então, pela sua grande habilidade individual, o Mosley como armador, orientando o Matheus (muito jovem ainda)para o pivô móvel.
Três eram os armadores de fato, com as qualidades que exigi fossem realçadas nos longos treinos de fundamentos, o Muñoz, o Rafael e o João Gabriel, sendo que o Daniel desde o começo do treinamento parecia reagir um pouco contra as mudanças técnicas, pelo fato de ser, de todos eles, o mais arraigado às jogadas padronizadas do sistema único, o que o fazis interromper amiúde a dinâmica das jogadas para determinar posicionamentos na quadra de jogo (é facil observar isto quando estava em quadra), assim como, seis eram os pivôs móveis, o Amiel, Roberto, Jesus, André, Casé e Lucas Costa, com os quais rotacionei permanentemente com o intuito de manter um nivel de produtividade estável, e se possivel evolutivo, jamais permitindo decréscimo fisico ou mesmo técnico, com alguns pormenores a saber: -O permanente dominio dos rebotes defensivos e boa presença nos ofensivos, onde o Roberto, o Amiel e o Jesus se posicionavam nos bloqueios melhor situados que o Casé, o Andrë e o Lucas, estes muito rápidos e antecipativos. uma boa combinação entre estes dois fatores me dava oportunidades de n combinações voltadas ao nivelamento produtivo deste modulo, inclusive afastando quase que totalmente o perigo do excesso de faltas pessoais.
No modulo dos armadores, com a perda inicial do Muñoz, e com o acomodamento gradual do Mosley (notar como conversava com ele após as substituições)numa posição de armação, e a constatação do travamento que a equipe sofria na movimentação de todos e da bola quando da presença do Daniel, pude contar com o entrosamento do João e do Rafael, e na volta no terceiro quarto, de um Mosley mais integrado às suas novas funções, e de forma brilhante por sinal. Pena que ele e o Lucas tenham deixado a equipe, que no transcorrer da competição teria se tornado muito, mais muito dificil de ser batida.
Enfim Fabio, creio ter respondido a sua pergunta, e gostei demais em poder ter respondido à mesma.
Um abraço, Paulo Murilo.
Nota- Jamais acredite em ranqueamentos subjetivos ou existencia de titulares e reservas, acredite, isto sim, em muito trabalho, em espirito de equipe, de renúncia, de humildade, e acima de tudo de respeito a tudo e a todos, indistintamente. PM.
Professor, obrigado pelos esclarecimentos… Desculpe-me a ignorância (desconhecimento), é que fiquei admirado ao ver a proporção de 50-50 diminuída…
Mudando um pouco de assunto, notei uma coisa, recentemente: além da falta de investimento, a grande desmotivação para que alguns jovens que conheço (nos seus 13, 14, 15 anos) se dediquem fortemente aos treinos, pensem em alguma carreira profissional ou simplesmente passem a amar mais o esporte é essa triste divisão em ‘carregadores de bola(1)/chutadores de 3(2, 3, 4)/infiltrador (2, 3) /reboteiros (4, 5)/pivozão(cincão)’.
Algum comentarista de qualidade mínima talvez até pudesse mudar um pouco o panorama, trazendo uma nova visão, ou simplesmente detalhes novos… mas o corporativismo atrapalha (e muito!) os diferentes, aqueles que querem debater realmente o esporte, e que querem torná-lo maior, aqui no Brasil.
Prezado Diego, o esclarecimento a que você se refere foi dado pelo leitor Rodolpho, a quem você poderá responder aqui mesmo no blog.
Quanto aos comentaristas, formadores de opinião que são, estabelecem pontos de vista em via única, e cometem o maior de todos os erros, o unilateralismo como forma definitiva e única de informação.
Um abraço, Paulo Murilo.
Olá a todos.
É notório que a televisão quer esse tal show. Uma simples análise das imagens consideradas as melhores das partidas são exclusivamente de arremessos de 3 (de preferência a mais de 1 metro da linha dos 3 pontos) e enterradas. Não se vê uma movimentação ofensiva bem trabalhada que cumina em um arremesso de média ou curta distância, ou uma boa defesa que recupera uma bola, ou um contra-ataque rápido e organizado que gere uma bandeja de fácil conversão.
Realmente esses comentaristas são empregados desse tal show que tanto cobram e, pelo visto, defendem a execução do mesmo de forma até maquiavélica (no pior sentido que essa palavra possa ter), já que como professores, negligenciam aquilo que defenderam como formadores/instrutores de atletas pela simples defesa de seus atuais empregos. Sinceramente, até consigo entender essa postura, afinal quem está fora do mercado corporativista atualmente implementado e que consegue uma vaguinha como comentarista, tende a defender o seu posto. Porém, isso não dá o direito de executarem desserviços dessa magnitude em rede nacional e em um exclusivo canal de transmissão do maior campeonato nacional, onde são vistos por inúmeros jovens em formação, ávidos para ter no que se espelharem dentro desse pobre basquete de elite que é praticado por essas bandas.
Enfim, essa atitude pode até ser compreendida, porém nunca perdoada.
Abraços!
Os “melhores” momentos realmente são enterradas e arremessos de bem longe. Isso é completamente justificável e não causa dano algum ao basketball. A maior liga do mundo faz de uma forma bem mais escancarada e tal atitude só ajuda na promoção da liga.
Pedir o quê? Um clipe com bandejas bem trabalhadas e arremessos curtos!? Um clipe recheado de Pick ´n´ Roll? Há sim de promover o espetáculo com jogadas que empolgam o público, seja esse especializado ou não. Esporte não pode ficar restrito a um pequeno grupo de pseudo-especialistas. A massificação passam também pela promoção de espetáculos.
Particularmente não sou fã de qualquer presepada, mas as vejo com fundamentais na divulgação e massificação do esporte. Há espaço para tudo e para todos. Os profissionais que levam tudo no espetáculo ficam com os melhores momentos e os que levam a sério ficam com títulos.
Brasília é o melhor caso disso tudo. Noves fora os arremessos do Nezinho, é um time que foca bem na defesa, e nos jogos decisivos abusa do jogo bem jogado, com infiltrações do Alex e o Guilherme fazendo seus marcadores de bobinhos.
Cada um tem o que merece. O Byra Bello, cada vez que solta essas pérolas, fica mais distante de conseguir um emprego como técnico no NBB. E o Bial só consegue porque também levou um belo patrocínio para seu time.
Apesar de não professar tais atitudes, espero que esses torneios de 3 x 3, streeball, basketball na areia, enfim, tudo mesmo, sirva pra massificar o esporte.
Prezado Douglas, seu comentário sereno e responsável, muito bem enfoca o atual momento do basquetebol no país, principalmente quanto às influências exercidas pelos formadores de opinião junto aos jovens que se iniciam na modalidade.Concordo plenamente com o seu relato, assim como reconheço o quanto de evolução nos falta alcançar para que realmente soergamos o grande jogo. Infelizmente, o cerne da questão abordada por você, nos remete a uma longa espera que teremos de enfrentar, até o momento em que o bom senso esteja realmente presente e acontecendo.
Um abraço, Paulo Murilo.
“Pedir o quê? Um clipe com bandejas bem trabalhadas e arremessos curtos!? Um clipe recheado de Pick ´n´ Roll? Há sim de promover o espetáculo com jogadas que empolgam o público, seja esse especializado ou não. Esporte não pode ficar restrito a um pequeno grupo de pseudo-especialistas. A massificação passa também pela promoção de espetáculos.”
Desculpe, prezado Rodolpho, mas o humilde pseudo-especialista aqui defenderá sempre a técnica do jogo acima de qualquer penduricalho que o promova. E técnicas finas e precisas estão contidas nos exemplos mencionados por você no paragrafo acima, técnicas estas mais do que centenárias, que exigiram um longo aprendizado, repleto de estudos, pesquisas e ações práticas, grangeando admiração e respeito por todos aqueles que realmente compreendem e amam o grande jogo, e que por isso mesmo lutam para que tantas tradições sejam mantidas e renovadas através as novas gerações, que não podem ser levadas pelas “simplificações midiáticas” de, ai sim, pseudos conhecedores travestidos de analistas e comentaristas, em nome de uma publicidade que tenta minimizar um desporto belo e complexo, bem fora do real alcance de seus toscos conhecimentos.
Prezado Rodolpho, preserve seu amor pelo grande jogo, começando pelo reconhecimento de seu poder junto aos jovens, desafiando-os, e jamais mediocrizando-os.
Um abraço, Paulo Murilo.
Professor,
É bem óbvio que o senhor não é um pseudo-especialista, e conhece o jogo de verdade, a fundo.
Talvez não tenha entendido o que eu quis dizer, nada mais que isso.
Veja pelos meu comentários que também sou fã incondicional da técnica apurada e detalhes bem trabalhados.
Mas restringir o esporte a isso é como um soberbo fã de bossa nova desprezar a alegria que o funk leva à favela, a elitização (nesse caso técnica) que somente empobrecem o jogo.
O caso da NBA, por exemplo, que tá cheia de jogadores tecnicamente fracos, mas, com a permissividade dos apitadores, privilegia quem usa 3 ou mais passos pra enterrar, ainda assim é sucesso pois, no fim, quem joga da forma correta é quem vence.
Que o malabarismo continue a ter seu espaço, principalmente na divulgação, mas que não nos leve (principalmente na seleção nacional) aos seus péssimos vícios, da preguiça defensiva e falta de técnica nos fundamentos.
Olá, Rodolpho!
Respeito sua opinião, mas, como o professor, também sou contrário a essa filosofia do “falem bem, ou mal, mas falem de mim”. Transportando para nosso escopo, que é o basquete, ficaria algo como: “mostrem-me bem, ou mal, mas tornem-me midiático”.
Acredito que temos a aprender muito mais com a Liga ACB do que com a NBA. Lá também temos o futebol como o principal esporte do país, onde a maioria das menções esportivas são feitas sobre este (apesar da dicotomia Barcelona vs. Real Madrid nos diferenciar deles. Digamos que aqui temos mais assunto), porém, com um excelente trabalho, o basquete ganhou o seu espaço. Muitas vezes tenho a oportunidade de ver os melhores momentos das partidas no próprio site da ACB (excelente por sinal, e isso sim é um exemplo saudável à LNB/CBB de como ser midiático) e vejo enterradas (sim, elas ocorrem), arremessos de 3 pontos (equilibrados, bem executados e em baixo número, já que como você disse, os espaços são poucos em meia quadra para arremessos de longa distância quando há marcação), jogadas de pivô, arremessos curtos, contra-ataques, etc…
Acredito que um basquete bem jogado atrairia muito mais telespectadores, pelo simples fato de verem um jogo com ritmo, naturalmente bem disputados. Outro exemplo é a Euroliga, podendo ser comparada com a Liga Sulamericana. Fui ao ginásio do Clube Pinheiros e eu, que sou um amante da modalidade, fiquei entendiado em muitos momentos ao ver aquele jogo bagunçado, de perde e ganha de posses de bola, arremessos malucos faltando mais de 10 segundos de posse de bola, 1 x 1 intermináveis enquanto os outros jogadores assistiam a partida em local mais privilegiado que o meu, a própria quadra, etc… Se eu me senti entediado, imagino uma pessoa, dita leiga, que coloca no canal, se interessa por perceber que é um jogo de basquete, mas se depara com tal situação. Não assiste sequer 1 quarto inteiro. O próprio professor citou em um de seus comentários que em uma das partidas da Liga, preferiu ir trabalhar em seu livro a ver o jogo. Isso porque é um amante incondicional da modalidade.
Acredito que a pior marketing negativo que o basquete pode ter é ser mal jogado. Nem 1 milhão de enterradas ou bolinhas de 3 pontos podem salvar um jogo insosso.
Abraços!
Prezado Rodolpho, compreendo suas intenções voltadas à divulgação do basquetebol, mas permita-me um suscinto comentário sobre os permissiveis malabarismos com vistas à massificação e popularização da modalidade junto ao público, jovens em especial. E é exatamente sobre esse segmento, os jovens, que me permito optar, sempre, pela rigidez voltada ao melhor ensino, aos melhores exemplos que se possa oferecer àqueles que se iniciam na arte de praticar o grande jogo, que só se materializará em sua grandeza através a técnica refinada e inteligente em sua prática. Como professor e técnico, em hipótese alguma devo ceder na incessante busca pelo que honesta e profundamente acredito ser o destino do grande jogo, a perfeição, perene perfeição, por mais longinqua que se encontre.
Um abraço, Paulo Murilo.
Perfeitamente, professor.
E se o sr. fosse diretor da Sportv, e não um inteligente e honesto professor, pensaria no malabarismo, pensaria o oposto, pois esse é o objetivo deles, audiência.
Como amante, fico no meio termo, apreciando uma forte defesa mas compreendendo a busca de um malabarismo a mais, inclusive a bizarra fórmula de final em único jogo.
Não gostaria de ver o grande jogo, mesmo que bem jogado, na pequeneza da bocha.
Prezados Srs.
Bom dia!
Eu penso que nem tanto ao mar e nem tanto a terra. O Basquete pode ser um grande produto sem alienação.
Para alcançarmos de efeito, temos que saber o básico algo que infelizmente a grande maioria de nossos atletas principalmente os Pivôs e Armadores pecam e muito ao termos constado em estatisticas monstruosos 40 erros por jogo.
Não é obrigação do atleta dar espetáculo, o espetaculo inicia-se do alto escalão da modalidade quer seja clube, ou até mesmo nossa CBB que vem dando um air ball atrás do outro.
O espetáculo tem dia certo para ser mostrado que é no jogo das estrelas (?) quais? não temos atletas com identidade para termos um evento desse porte com essa nomeclatura os campeonatos de enterradas beiram o ridiculo em criatividade e plasticidade, lembre-se para enterradas o fundamento mãe é a bandeja, coordenação motora que é ausente nos treinamentos principalmente da base (isso não é geralização entendam). Prova do que estou dizendo é que em uma pesquisa que estou fazendo, numa prévia perguntei para 2 meninos atletas federados das categorias sub-19 e su-21 sobre quais seriam seus ídolos, estes me responderam Kobe e Lebron colocando Jordan como imensurável. Perguntei sobre um idolo no Brasil eles responderam que não tinham, mas achavam Larry Taylor e Shammell os melhores eles estão errados,
Se comparados com atletas da posição atuantes aqui no Brasil o que Larry e Shammell tem de vantagem? Fundamentos! Eles não enterram em todos os jogos (principalmente Shammell), mas possuem um dominio consideravel dos fundamentos do jogo e mostram um basquete simples porém efeciente e tem identidade nacional. Falei sobre Huertas, Nene, Varejao eles se lembraram, pela associação, pareciam que os citados não eram brasileiros.
Penso que o momento é crescer de fora para dentro assim como o volei, reformulou a administração que reformulou os clubes e este seus profissionais que é o que falta hoje no mercado.
Ao fazer essa reformulação as enterradas, chutes de 3 dentre outros tantos lances midiatiacos, surgirao de maneira espontanea e o espetaculo sera bem sucedido tanto dentro quanto fora das quadras.
Prezado Rodolpho, um pequeno reparo, pois me graduei na ECO/UFRJ em Jornalismo audiovisual, tv inclusa, logo, como diretor de uma empresa televisiva, e sendo professor e técnico de basquetebol, jamais permitiria a palhaçada instaurada, haja vista o grupo de voleibol que prima pela técnica e os fundamentos como apelo à modalidade.Se eles podem e fazem acontecer pelo lado técnico, e não o circense, porque não o grande jogo? Trata-se única e exclusivamente de uma questão de competência e conhecimento, simples assim.
Um abraço, Paulo Murilo.
Bem colocados os seus pontos de vista, prezado Josue. Concordo com os mesmos. Um abraço, Paulo Murilo.