UMA TÊNUE ESPERANÇA…

Queria começa o ano publicando algo positivo, alentado, progressista, e acima de tudo, realmente novo, como o ano que se inicia, repleto de esperanças em dias melhores.

Leio então tudo que posso sobre o nosso basquetebol, deixando de lado o que nos chega de fora, antítese de nossa realidade, desde a organização ao jogo em si, pois somente vejo uma maneira de irmos além, concentrando nossos esforços no soerguimento do grande jogo, aqui, bem aqui em terras tupiniquins, e não no eldorado quimérico e fantasioso que alguns teimam em nos empurrar goela abaixo, certos do continuísmo colonialista a que nos acostumaram e impuseram desde sempre.

Centro então na LDB recém finda em sua rodada classificatória inicial, afinal estaremos focando o futuro da LNB, de nossas seleções, de novas concepções de jogo, do amanhã, do 2016 enfim.

Mas algo de muito sério aconteceu, nenhuma imagem foi vinculada, nenhum jogo foi visto por quem lá não estiveram, em Brasília ou em Belo Horizonte, somente relatos de alguns blogueiros, e as indefectíveis estatísticas.

E os relatos e analises beiravam o ufanismo, afinal de contas se tratava da juventude em quadra, com tempo apreciável de jogo, muitos dos jogadores já participantes do NBB, numa demonstração de técnica e bons fundamentos, coletivismo e brilhantismo individual.

Nada pude ver, somente ler e olhar para tabelas estatísticas tão frias, quanto a dureza que passavam. Por que não veicular os jogos na mídia, ou no You Tube e o Vimeo que se prestariam muito bem para isso, sem narrações, comentários e afins, somente as imagens de todos aqueles jovens em ação, a fim de que pudéssemos realmente aquilatar a quantas andam nossas promessas do amanhã, que a essa altura de suas vidas, já deveriam ser donos de uma boa e apreciável técnica e um quase pleno domínio dos fundamentos, já que na ante sala da liga maior, ou não?

Então, peguei lápis e papel e fui perscrutar as ditas cujas, e olha que deu um trabalhão, mas teimoso que sou fui até o fim. O que encontrei? Olha minha gente, foi de assustar, tanto quanto aquele estrangeiro que decidiu ser técnico aqui na terrinha, bolou um magnificente projeto para estar na elite em 3 anos, conseguiu o registro de técnico (provisionado?…), fato que seria absolutamente impossível de um estrangeiro conseguir em sua terra natal, malhou sem piedade o sistema educacional brasileiro, embarcou para BH, xingou seus próprios jogadores em português e na língua dos bálcãs, se enroscou com os juízes, foi expulso e tomou a primeira suspensão de 4 jogos pela LNB, num recorde a partir de agora imbatível, numa atuação lastimável e comprometedora. E não me venham falar que estou faltando à ética, pois não o considero técnico de coisíssima alguma, sequer aspirante, quanto mais do grande jogo.

Voltando às estatísticas, pude colher algumas pérolas, formidáveis pérolas, e que explicitam não estarmos tão bem como apregoaram analises de jogos que poucos assistiram, numa falha imensa, pois não espelhava uma realidade soprada aos ventos, a de que nossa renovação estaria garantida, etc e tal…

Vejamos algumas delas:

– Arremessos de 2 pontos: Classificadas: 651/1264 (51.5%)

Não classificadas:  140/502  (27.8%)

– Arremessos de 3 pontos: Classificadas: 181/589  (30.7%)

Não classificadas:  145/600   (24.1%)

 

– Lances livres:                   Classificadas: 441/739   (59.6%)

Não classificadas:   356/588   (60.5%)

 

– Rebotes:                          Classificadas: 1036 (média de 129.5)

Não classificadas:   1007 (média de 111.8)

 

– Assistências:                     Classificadas:  372  (média de 46.5)

Não classificadas:    233  (média de 25.8)

 

– Erros:                               Classificadas:  375  (média de 46.8)

Não classificadas:     527  (média de 58.5)

Como podemos observar, jogadores de uma divisão sub 22 ainda estão muito aquém, em sua grande maioria dos padrões básicos necessários à divisão superior, onde as marcas de 70% nos arremessos de 2 pontos, 60% nos de 3, 80% nos Lances livres são, ou deveriam ser exigidas, com um numero bem parelho nos rebotes e uma desproporção acentuada nas assistências, demonstrando divergências no jogo interior, e mais grave e emblemático no número astronômico de erros de fundamentos básicos, pois deveríamos computar também os arremessos nessa conta, afinal é o primeiro deles, o ato de arremessar à cesta.

Pode parecer incrível, mas tivemos um jogo, Minas e Vitoria, com 54 erros de fundamentos, 43 entre Bahia e Palmeiras e Suzano e Vitoria, ou mesmo 38 entre São José e Bauru, e uma grande quantidade de jogos que ultrapassaram os 30 erros. Tais números são incompatíveis numa divisão anterior à elite, comprometedora mesmo, demonstrando um ainda pouco apreço que muitas equipes destinam ao preparo básico e necessário dos fundamentos do jogo, e não estamos falando da formação de base bem mais atrás.

Por outro lado, tivemos equipes bem preparadas nos mesmos, como Flamengo e Pinheiros, respectivamente cometendo 25 e 29 erros entre as classificadas e Paulistano (36), Londrina (36) e LSB (37) entre as não classificadas.

Esperamos que nas chaves finais, as equipes reservem um bom tempo no preparo dos fundamentos, na redescoberta do DPJ, substituíndo as aventuras arrivistas dos arremessos despropositados de três pontos, e que também se aprimorem nas técnicas de defesa, de rebote e, principalmente, na leitura de jogo, não aquela visando obedecer coreografias de chifres, punhos e congêneres, e sim as que denotam os verdadeiros talentos, sabendo utilizar suas habilidades, ato contínuo às situações de jogo que se lhes apresentam, com presteza, velocidade e inteligência, bases postulares da criatividade, e do livre pensar., e que os técnicos, os verdadeiros, respeitem essa linha limítrofe, que bem separa o verdadeiro jogador do repetidor de esquemas e jogadas, formatado e padronizado, inanimado enfim.

Torço para que nessa fase, a LNB possa se livrar das amarras globais, veiculando em Stream ou pelo You Tube ou Vimeo, jogos da LDO, a fim de que todos possam aquilatar, analisar e divulgar o grande jogo por todo esse enorme, desigual e ainda muito injusto país. E por que não, o NBB também, como fiz com o Saldanha no NBB2 (videos alocados no espaço Multimidia deste blog), estando esses importantes documentos para analise, estudo e sugestões a todos aqueles que realmente o amam e o querem bem.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

 

 



10 comentários

  1. Igor 04.01.2013

    60% de aproveitamento da bola de 3????
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Santo Ufanismo Batman!
    UM aproveitamento desse nem na NBA…
    Sério, em que mundo vc vive??? Sita um, somente um, jogador que tenha essa média em qualquer campeonato??? Putz eh cada uma q eu tenho q ler nessa terra de ninguém que é o nosso basquete…

  2. Gil Guadron 04.01.2013

    —- UNA DE MIS GRANDES INFLUENCIAS —-

    ” Cuando mejora un poco cada dia, eventualmente ocurriran grandes cosas.. no mañana, ni pasado mañana, pero eventualmente ocurrira. No busque por el rapido y enorme progreso. Busque las pequeñas mejoras o progresos que ocurren cada dia. Pues es la unica manera en que suceden, y cuando suceden — duran por mucho tiempo ” John Wooden.

    1 — La primera responsabilidad del entrenador es la de considerar a los jugadores, al margen de su edad y experiencia como seres pensantes.

    ” La mayor responsabilidad del entrenador es enseñarle a sus jugadores de manera correcta y efectiva la ejecucion de los diversos fundamentos del basquetbol. El entrenador es, antes que todo, un professor ” John Wooden.

    Una idea bien importante que aprendi, alla a mediados de los años 70’s es que no puedo enseñar todo lo que se de basquetbol. Que del — mundo — basquetbol debia escojer de entre tantas cosas, para construir mi identidad como entrenador. Mi filosofia.

    Parte de ella , es mi manera de dirigir el entrenamiento.

    2 — Cada jugador en un individuo, conozca a cada uno de ellos, pues lo que emocionalmente funciona para uno podria no funcionar para otro.

    3 — Los jugadores deberan practicar hasta automatizar los fundamentos del basquetbol. Entonces divida las tareas complejas en pequeñas partes, practiquelas y luego reconstruyalas.

    ” Los juegos apretados generalmente son perdidos y no ganados . Lo que quiero decir con lo anterior es que la mayoria de los partidos son ganados, porque el rival cometio errores en los momentos cruciales del partido “. John Wooden.

    4 — Somos modelos de comportamiento socio – emocionales para nuestros jugadores . Seamos uno positivo para ellos.

    5 — Encuentre algo agradable que decir de sus jugadores. Establezca un ambiente que promueva el aprendizaje , construyendo un ambiente libre de amenazas emocionales.

    6 — Como entrenador enfoquese , refuerze positivamente el esfuerzo y no solo, en los resultados

    ” Todo lo que le puede pedir a un jugador es que den el maximo de su esfuerzo,y eso solo usted lo sabra , entonces si es asi, usted es exitoso, y el resultado del partido es inmaterial, pero si usted no dio el maximo de su esfuerzo, aunque el marcador este a su favor, usted a fracasado.

    Esto no quiere decir que usted como entrenador no deba cochar para ganar. Usted debe enseñar a sus jugadores a jugar para ganar y hacer todo lo que este en su poder que sea etico y honesto para ganar “. John Wooden.

    7 — Lo mas seguro es que cuando un jugador no esta haciendo bien lo que queremos que ejecute es porque nosotros no explicamos ,demostramos,u observamos y no ofrecimos una adecuada retroalimentacion.

    ” Usted no a enseñado, si sus jugadores no han aprendido ” John Wooden

    8 — Cubrase de paciencia , y sus jugadores ejecuten bastantes repeticiones de los ejercicios,y tan pronto como puedan, los practiquen en condiciones reales del partido .

    — Los jugadores, al margen de su edad / destrezas son seres pensantes, capaces de tomar sus propias decisiones, y nuestra metodologia deberia estar enfocada para fortalecer tal concepto. —

    9 — Determine los objetivos a lograr por cada semana de entrenamientos, y evaluelos constantemente.

    10 — ” Existen pequeños detalles en cada tarea que ejecuta, y si usted no presta atencion al mas pequeño de ellos , usted no esta enseñando las cosas como un todo ; pues si un eslabon es debil, las cosas se vendran al suelo. Subraye, presteles atencion a las pequeñas cosas para que al ser articuladas , se pueda construir el todo “. John Wooden.

    Con respetos.

    Gil Guadron.

  3. Josue Filho 04.01.2013

    Profº Paulo

    Boa noite!

    18 times, 216 atletas e várias contratações principalmente de atletas estrangeiros.

    Deixo algumas perguntas frente essa contraditoriedade a qual o basquete caminha nos dias de hoje. Pois se a LDB tem como um dos principais focos desenvolver atletas (em 3 meses como?)e descobrir novos talentos (como se NINGUEM DA CBB esteve presente) os clubes, não deveriam fazer contratações e sim investir na formação de talentos. Abaixo:

    Na temporada passada tivemos diversas contratações de atletas estrangeiros nos clubes. Para justificar tais contratações qual seria o argumento dos clubes sendo que possuem atletas de base para compor o elenco?

    Podemos interpretar que ao contratar jogadores estrangeiros, os clubes não valorizam o trabalho dos profissionais formadores?

    O que fazem com os atletas que possuem mais de 22 anos após o término da LDB e que fora ccontratado só para a competição em questão?

    216 atletas, gostaria que tivessem no minimo 50% de chances de continuarem seus sonhos de jogar basquete. Mas com tanta importação creio que será dificil…

    Abs

  4. Basquete Brasil 05.01.2013

    Prezado Igor, como seu email foi devidamente confirmado, logo, não se tratando de um anônimo, respondo seu comentário como sempre faço quando questionado por pessoas responsáveis pelo que escrevem:
    1 – Sugiro com veemência que aprimore sua escrita, pois perdi um bom tempo tentando decifrá-la, daí a demora na resposta…
    2 – Sinto enormememnte que não tenha entendido as entrelinhas dos 60%, mas entendo sua dificuldade, afinal de contas nem todos os amantes do grande jogo gostam de perder tempo com penduricalhos desnecessários e escritas mais elaboradas, time is money…
    3 – A seu pedido cito um gênio nos três, o IGOR DE PERNAMBUCO!!
    Progressos em 2013. Paulo Murilo.

  5. Basquete Brasil 05.01.2013

    Amigo Gil, depois do importante e esclarecido comentário ai de cima, é um colirio ter mais uma sua colaboração de qualidade aqui publicada, e que me remete a uma promessa ainda, e infelizmente, não cumprida por falta de recursos, a da página CBEB, que seria totalmente voltada aos artigos técnicos, como os seus.Mas com a teimosia que me acompanha desde sempre, a tornarei realidade muito em breve, acredite. Até lá, conto com sua paciente espera, fruto da eterna compreensão que une nossos ideais pelo progresso do grande jogo. Um abração, Paulo.

  6. Basquete Brasil 05.01.2013

    Prezado Josue, seus questionamentos tocam fundo no cerne dos reais problemas que assaltam o basquetebol em nossa terra. Mas nenhum deles alcança em importância a triste realidade de nossa formação de base, onde um restrito número de equipes realmente preparam seus jovens com qualidade e responsabilidade visando uma renovação que nos tire dessa mesmice endêmica em que nos encontramos, sendo muito mais fácil organizar equipes em ritmo de linha de montagem, que a maioria de dirigentes, técnicos, agentes e empresarios imprimem para a disputa do NBB. Num mercado de trabalho, onde a equipe lider já atrasa salários, quiça outras também, ainda encontramos franquias, técnicos e dirigentes que não abrem mão de estrangeiros que auferem (?)status às suas equipes, que com raras exceções são de qualidade superior aos nossos jogadores. Num cenário desses que oportunidades poderão ter nossos jovens, mal preparados nos fundamentos em sua maioria? E o pior, quando orientados e dirigidos por técnicos, que em sua maioria são orientados em cursos de 4 dias a formatarem e padronizarem as técnicas e táticas que ai estão?
    Francamente Josue, se não mudarmos drasticamente esse tipo de liderança e orientação na estrutura básica do nosso basquetebol, 2016 se transformará num fiasco inominável, mas claro, menos para aqueles que enriquecerão na montagem da infraestrutura olímpica, que não estão nem ai para basquete e similares, educação então…
    Um abraço, Paulo Murilo.

  7. Rodolpho 05.01.2013

    Um time que arremessa 50% dos 2 pontos, 40% dos 3 pontos e 80% dos lances livres dificilmente perde, quando a defesa é, no mínimo, mediana, e a quantidade de chutes de fora é, no máximo, um terço dos chutes de dentro. No caso específico do NBB a possibilidade de derrota é ZERO.

    Porém, do meu ponto de vista supra citado, o mais importante é uma defesa de nível médio. Levando em conta que o Alex é o único jogador do Brasil que consiga defender bem durante um jogo inteiro (embora que, por comodismo, às vezes não faça), a possibilidade de uma defesa forte é nula, e por isso, infelizmente, temos que discutir % de arremessos.

  8. Basquete Brasil 06.01.2013

    Sem duvida que dentro dessa realidade apontada por você, Rodolpho, as possibilidades de derrota seriam quase nulas. Mas algo continuaria a incomodar, a continuidade de uma mesmice técnica e comportamental pautando o nosso basquete, pela ausência consentida de defesa, apondo um duelo de longos arremessos, não importando seu grau de acerto, já que a resposta encontraria as mesmas facilidades, vencendo aquele que acertar, ou errar, o último. Tem sido assim nos últimos anos, e continuará sendo por outros tantos, até o dia em que uma das partes resolver defender, ou tentar de mais perto beneficiando a precisão, ou mesmo, que mudemos nosso modo de pensar e agir o grande jogo, tirando-o desse ciclo repetitivo e profundamente mediocre. Até lá, tome bolinhas a granel e permissividade defensiva. Lamento ter de ser, e o pior, continuar assim.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  9. Hugo 17.01.2013

    Prof. Paulo, apenas uma correção, quando você fala em veicular jogos em “strimmer”, acredito que você se refere a stream, correto?

  10. Basquete Brasil 17.01.2013

    Corretíssimo, prezado Hugo, desculpe o erro tecnológico… Farei a devida correção, obrigado.
    Paulo Murilo.

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