O ARY QUE RECORDAREI…
Foi em Brasília, durante o Sul Americano de clubes que tive uma das últimas oportunidades de estar com o Ary, da forma como sempre convivemos nos últimos 50 anos (fizemos este ano cinqüenta anos de formados em Educação Física pela EEFD/UFRJ), em torno de uma farta mesa após jogos e até treinos. O Ary, além do excelente técnico que foi, era um festeiro de mão cheia, sempre pronto a uma conversa sobre o grande jogo sob qualquer pretexto, fizesse sol ou chuva.
Mas além do amor ao basquete, algo nos aproximava sobremaneira, o impulso de descobrirmos novos talentos e encaminhá-los às quadras, preparando-os desde muito cedo. Foi uma época de grande brilho aqui no Rio e no restante do país, onde a formação de base era uma realidade de fato, onde conviviam grandes técnicos formadores, onde vicejavam sistemas e valores dos mais variados matizes, onde a criatividade era a palavra de ordem.
O Ary foi mais longe na busca do basquete de elite, das seleções, das grandes conquistas, mas nunca perdemos o contato e o gosto pela discussão sadia e inteligente, recheadas de “causos” e de reminiscências imorredouras, hoje praticamente varridas para baixo do tapete da história. Um pedaço importante dela se foi com ele, mas os verdadeiros amigos não deixarão que a esqueçam, o que seria, ai sim, uma perda irreparável.
Nas fotos acima, junto ao Alcir Magalhães, o Heleno Lima, o Bruno Lima, o Pedro Rodrigues e a mim, muitas passagens sérias, pitorescas e até brincalhonas, eram desfiadas e sempre relembradas, como um preito às tradições e princípios que sempre nortearam o grande jogo junto àqueles que o amavam de verdade, integralmente, dando a ele mais do que recebíamos, quando recebíamos, mas nunca o renegando, o traindo por outros interesses que não a perene busca de sua grandeza. E foi o que fizemos, o que ele fez, legando um tesouro de inestimável, inesgotável valor.
Logo mais irei me despedir do amigo, e das profundezas do mais absoluto silencio nos comunicaremos através as imorredouras lembranças de um tempo glorioso e gostoso em que vivemos, pela amizade, o respeito, e acima de tudo, pela imensa saudade. Até mais amigo Ary, até.
Amém.
Fotos – Clique nas mesmas para ampliá-las.
Para fines de los 70’s recibi la en El Salvador uma publicacion de basquete de Ary, una coleccion de apuntes personales, recuerdo una de la seleccion de la entonces Yugoeslavia. este document fue publicada por el Ministerio de Educacao de Brasil.
Mis recuerdos y respetos.
Gil Guadron
Sem dúvida alguma, Gil, foi uma grande perda para todos nós, mas seguiremos adiante na luta que ele tão bem soube travar. Vida que segue.
Um abração, Paulo.
Professor Paulo, que notícia triste.
Compartilhei este texto do senhor no facebook do meu blog.
O basquetebol brasileiro perdeu um grande técnico.
Um abraço Professor !
Sim Henrique, foi muito triste, mas vida que segue, sempre em frente, com fé e muitas esperanças em dias melhores. Obrigado pela veiculação do texto em seu blog, que infelizmente desconheço o link. Me envie se possivel.Um abraço, Paulo Murilo.