UMA POSSÍVEL (E REPETITIVA) FINAL…

Brasília, Flamengo, Bauru, São José, Pinheiros, Franca, Uberlândia, enfim, quais as duas possíveis finalistas?

Honestamente, muito pouco importaria esta discussão, frente à mesmice técnico tática como atuam, fazendo com que aquelas com os jogadores mais capazes de 1 a 5 finalizem a competição, não fossem duas delas sutilmente diferenciadas das demais em alguns aspectos, Brasília e Flamengo, mesmo atuando basicamente com o sistema único de jogo.

Brasília, agora preenchida com um pivosão clássico, o Paulo Prestes, tendo de fazer jogar esse grande investimento atuando também no interior, fugindo um pouco de sua maior arma, os arremessos de fora do perímetro e o agora mais do que nunca poder de rebote facilitador de sua segunda maior arma, os contra ataques.

No entanto, mesmo com tantas definições, algo incomoda sobremaneira, as seguidas e crescentes convergências, como a do seu último jogo frente ao Uberlândia, com 18/36 nos arremessos de dois pontos e 17/36 nos de três, numa vitoria de 22 pontos de diferença, ante um adversário, como a maioria dos que enfrenta, incapaz de contestar tal avalanche de fora do perímetro, numa confessa permissividade defensiva indesculpável e comprometedora, tanto para os que lá estão dentro da quadra, como principalmente, para quem dirige de fora da mesma, numa divisão equânime de responsabilidade e omissão.

A outra equipe diferenciada lidera a competição invicta, fator de grande importância frente às demais, pois, mesmo atuando dentro do padrão tático praticado por todas, consegue impor de forma mais eficiente uma defesa compacta e agressiva, junto a uma forma de atacar mais livre e criativa, com a utilização de dois armadores técnicos e rápidos atuando juntos, dois alas incisivos dentro do perímetro, mas apresentando um fator diminuidor de sua natural velocidade interior pela grande lerdeza de seu cincão Caio, que ao se confirmar tal final, equilibrará essa baixa velocidade interior no enfrentamento do também lento pivô candango, aspecto este razoavelmente compensado pela volúpia anotadora do restante da equipe, além de sua notória rodagem e experiência competitiva.

As demais equipes mencionadas perdem um pouco suas possibilidades de protagonizarem uma final, por estarem um degrau abaixo no aspecto de experiência competitiva, que somente seria compensada se apresentassem sistemas de jogo realmente diferenciados da mesmice endêmica em que estão todos mergulhados, exceto os dois participantes mencionados pelos sutis  detalhes acima explicitados.

Acredito, fazendo coro às projeções da mídia voltadas ao grande jogo, que por mais uma vez poderemos testemunhar uma final repetitiva e inodora entre Brasília e Flamengo, frente à incapacidade criativa na busca de novas formas de atuar pelas demais equipes participantes da Liga.

Uma pena e um grande desperdício essa ausência de formas diferenciadas de jogar o grande jogo, por culpa e falta de ousadia e coragem por parte de técnicos que se negam ao novo, ao instigante, ao progresso, e que teimosa e inutilmente continuam à beira da quadra torcendo para que as bolinhas caiam…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.



2 comentários

  1. Rodolpho 05.02.2013

    Professor, pude acompanhar dois jogos do Brasília depois da chegada do Paulão Prestes, sendo um deles (derrota para o Vila Velha) no ginásio. E constatei que nada mudou. Nada.

    Primeiro, porque o pivô é extremamente ruim. É muito lento, com uma dificuldade inaceitável na transição. Parte do jogo, inclusive, que é infinitamente mais rápida na Europa, o que explica porque ele praticamente não entrava em quadra por lá. É verdade que Brasília tem um jogo de transição rápido para os padrões NBB, fruto da ausência de armador (Nezinho não se encaixa nesse perfil) e anarquia organizacional do seu ataque, o que resulta na temida convergência. Mas isso não justificaria tamanha lentidão.

    Segundo, que o pivô passa longe, muito longe, de ser o melhor cincão do NBB. Além da lentidão supra citada, ele não tem quase nenhum recurso básico. Não tem um gancho, um trabalho de pernas, NADA. Limita-se a ser um trator, bem acima do peso e fora de forma, com tempo de quadra limitado por isso.

    E por final, porque Brasília não dá a mínima para um pivô. A quantidade de arremessos de fora continua a mesma. O que houve foi uma simples mudança de nomes, concentrando os restos para um só pivô, o que pra mim é um regresso. O que antes era distribuído entre Alírio, Cipriano e Ronald (com eventuais ajudas do Guilherme), hoje sobre pro Paulão. Isso leva ao regresso por dois motivos: 1) Perderam o chute de fora do Alírio (não gosto, mas ao menos já era parte do repertório), e 2) o principal de tudo, praticamente zeraram o tempo de quadra do menino Ronald, jogador que me parece muito talentoso.

    Acho que o Ronald deveria procurar outro time pra jogar. Creio que tenha um futuro de seleção brasileira pela frente. É alto e rápido, se movimenta bem, mas é TOTALMENTE perdido num sistema de jogo que exclui os pivôs das ações ofensivas.

    Com relação à final, sendo ela em jogo único (que absurdo!), Brasília tem chance de vencer, se os arremessos tresloucados caírem e com uma defesa mais forte do Alex, contra ataques do Arthur e individualismo do Guilherme. Mas o “Matchup” do Flamengo facilita a marcação carioca, em minha humilde opinião, o que os deixa com ligeira vantagem.

    Um grande abraço e melhores dias ao nosso esporte!

  2. Basquete Brasil 05.02.2013

    Excelente análise, prezado Rodolpho, tocando os pontos nevrálgicos da equipe do planalto, e suas opções no caso de um confronto final com a equipe carioca,e concordando com seu posicionamento ao absurdo de um decisório jogo único, injusto critério para ambas as equipes, obrigadas a atender o jugo impositivo da TV.Quem sabe para o NBB6 teremos de volta o bom senso perdido?
    Um abraço, Paulo Murilo.

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