DESCULPEM A RANZINZINSE (EM 3 ATOS)…
Ato 1 – Vila Velha e Paulistano jogaram três prorrogações para definir um vencedor, no caso os paulistas, por 126 x 120.
Até ai tudo bem, pois não faltaram altas doses de emoção e calafrios na espinha de quem lá esteve, eu não, já que pela TV só jogos determinados pelo Sportv…
Então, como técnico ranzinza que acham que sou, fui aos números, principalmente aqueles que tanto empobrecem o basquete brasileiro, e o que constatei? Vejamos:
– Foram arremessadas 66/119 bolas de dois pontos (35/62 para o Vila Velha, e 31/57 para o Paulistano), sendo perdidos 53 arremessos para ambos.
– Nas tentativas de três, 20/73 (9/35 para o Vila Velha e 11/38 para o Paulistano) ambas as equipes erraram 53 arremessos num total de 73, igual número de erros nas de dois pontos, para um total de 119 tentativas. Mesmo não indo de encontro aos percentuais, constata-se que bastaria que uma das equipes economizasse, vamos somente imaginar, 10 bolinhas de três, trocando-as pelas de dois, para vencer o jogo no tempo normal, sem atropelos e fortes emoções.
Agora, ir a um ginásio calorento, para assistir uma absurda sequência de 53 arremessos de três perdidos, alguns inclusive em contra ataques, realmente torna-se tragicômico, senão, simplesmente…trágico.
Mas há quem goste, e como…
Ato 2 – Que números, minha gente, vejam só:
– 4/8 (50%) nos arremessos de dois;
– 8/15 (53%) nos de três;
– 8/8 (100%) nos lances livres;
– 5 assistências;
– 5 rebotes;
Foram os números do jogador Nezinho do Brasília, quando anotou 40 pontos no jogo contra o Ceará, em que a equipe do planalto central venceu por 104 x 100, após uma prorrogação.
Sem dúvida uma excelente participação, agora, deixarem-no arremessar 15 bolas de três, livre e solto, e naquele estilo com a bola na altura do peito (e olha que ele não é alto…) beira ao ridículo defensivo (na foto não se vê nem um resquício de defesa pressionando-o), ante os 24 pontos conquistados num estilo defensável pelo ângulo em que é executado.
Mas o próprio jogador esclarece as criticas que recebe, numa matéria do GloboEsporte – (…)- Eu não jogo para esses caras que acham que entendem de basquete. Eu não jogo para eles. Eu jogo para manter esse sorriso. Eles nunca vão tirar minha alegria – pontuou (…)
A não ser quando marcado severamente, sumindo o sorriso e seu jogo, substituídos pela pressão na arbitragem, no que é, inquestionavelmente, um dos três mestres de sua vencedora equipe.
Mas como entendo muito pouco do grande jogo, fico por aqui…
Ato 3 – Primeira rodada das quartas de final da LDB, com a presença do Rúben Magnano, em sua busca hercúlea de novos valores para a seleção.
Jogos disputados, suados, emocionantes, pegados, e decididos nos “detalhes”, os célebres e sempre lembrados “detalhes”…
Mas nenhum deles transcendeu os números de erros nos fundamentos do jogo, que atingiram as seguintes marcas:
– Flamengo (12) e Suzano (26), num total de 38!
– Brasília (31) e São José (16), num total de 47!!!
– Total geral da rodada – 85 erros, isso mesmo, 85!
Fico imaginando as anotações do Magnano em sua prancheta, e como tenta analisar o futuro de nossa seleção…
Só vejo uma alternativa, mudar tudo, rigorosamente tudo na formação de base, começando pela realista e objetiva formação de nossos técnicos, das escolas de educação física, até a ENTB. Sem esse alto investimento técnico e cultural, não iremos a lugar nenhum, nenhum mesmo.
Amém.
Fotos – GloboEsporte(Arthur Costa) e Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Já começaram a chegar as primeiras inscrições Para a I Oficina de Aprimoramento do Ensino do Basquetebol (Detalhes aqui), todas de fora do estado do Rio. Legal, não?