COMPLICANDO O SIMPLES E O ÓBVIO…
Outro jogo do playoff semifinal jogado da forma mais simples e óbvia possível, ou seja, priorizando o jogo interno, comprimindo as defesas (sim, ambas as equipes jogaram “lá dentro”), até o ponto em que passes de dentro para fora do perímetro encontrasse jogadores livres e equilibrados para os arremessos, mas nem sempre direcionados às mãos dos mais competentes na arte dos longos arremessos.
Dígitos como 29/47 de dois pontos, e 10/18 para três por parte do Flamengo, e 20/42 e 6/21 respectivamente, para São José, atestam com precisão a opção pelo jogo interno, mas que encontrou a equipe paulista numa péssima jornada quanto à precisão de todos os arremessos, incluindo os lances livres (28/36) e até prosaicas bandejas, o mesmo não acontecendo com a equipe carioca, apesar de seus 10 erros de fundamentos.
Defendendo um Caio muito forte e técnico, apesar de sua notória e permanente (até quando?) rotunda lentidão, por trás e sem qualquer dobra eficiente, o pivosão fez a festa, abrindo caminho para o jogo interno de seus armadores, principalmente o Kojo, que o assistiu permanentemente, já que o Marcos, bem marcado por sinal, não concluía seus petardos com a constância costumeira.
Defendendo razoavelmente, e trabalhando com firmeza dentro do perímetro, a equipe rubro negra dificilmente perderá a série (poderá até perder, se retornar ao jogo eminentemente externo), para encontrar mais adiante uma equipe que joga melhor ainda no interior do que ela, e se equivalendo no jogo externo. Aquela que se impuser ofensivamente “lá dentro”, e priorizar a defesa antecipativa, principalmente nas linhas de passes aos pivôs, levará uma enorme vantagem, mais ainda em se tratando de um único jogo.
Mas o que não está sendo simples, e muito menos óbvio, é a tendência galopante em direção ao exibicionismo midiático de técnicos e juízes, antenados e seguidos sofregamente por câmeras e microfones não tão indiscretos assim, com a desculpa de que promove o espetáculo, sendo que inclusive já se insinua uma “facilitação” às regras para não prejudicá-lo, promovendo uma farsa indesculpável e anacrônica.
Com as regras sendo cumpridas e obedecidas por todos os integrantes do “espetáculo”, imagens como a que mostro nesse artigo inexistiriam, pois as regras de um jogo foram elaboradas para serem seguidas, se constituindo numa das bases formativas dos futuros jogadores, que deveriam ser poupados de verem e ouvirem as sandices que, absurda e lamentavelmente, estamos testemunhando a cada rodada do NBB5.
Precisamos encerrar esse capitulo que tanto denigre o grande jogo.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Professor, LDB será longa esse ano. Te veremos em ação? Um abraço!
Olá Rodolpho, bom vê-lo aqui no blog, sempre atuante e inquisidor. Sim, será um bom torneio esse da LDB, pena que sob a asfixiante e imperativa presença do sistema único de jogo, aquele que os técnicos professam com rigidez dogmatica, talvez pelo fato de ser o único que conhecem, desde sua formação como jogadores, que a maioria quase absoluta deles foram.
Num cenário dessa absurda dimensão, que oportunidade teria uma nova e independente concepção de jogo estabelecida pela minha presença na direção de uma das equipes? Se no NBB blindaram minha tentativa de mudanças (apesar de que disfarçadamente, alguns técnicos venham se utilizando de conceitos que utilizei e sempre defendi para o grande jogo nos últimos três anos de NBB, o que considero ser positivo), imagine se me seria permitido atuar na fértil zona da formação? Nunca.
Por isso, serei mantido de fora, menos aqui no blog (onde não têm poder, gabarito e conhecimento para tanto), mas, também onde ainda continuarão colhendo dicas e ensinamentos que não têm coragem de solicitar pessoalmente, e mesmo enfrentar em uma quadra de jogo comigo do outro lado, como foi desde sempre no longo passado de minha vida de técnico graduado.
Mas isso um dia pode acaber, quando? Não sei, mas acabará.
Mesmo assim, Rodolpho, agradeço seu interesse em me ver em ação novamente. Muito obrigado, mesmo.
Um abraço, Paulo Murilo.
Com todo respeito a quem Alarico tenha escolhido (seja lá quem for), ao menos por aqui no ES teria motivos de sobra para retornar.
Por sinal, que contradição, não!? Um estado esportivamente bizarro feito o ES, tem o CETAF no NBB, mas não vai a LDB (depois de vários vexames e nenhuma vitória em sua história). O outro ex-membro do NBB sendo o Saldanha da Gama, que não participa nem de um, muito menos do outro, deixando a vaga para um terceiro clube, com resultados igualmente vexatórios e nenhum atleta revelado.
Isso sem falar que o maior clube do estado nunca se dispôs a entrar em nada…
Ah, ES que precisa de gente competente, professor. O sr. de volta seria fantástico!
Mais fantástico ainda, prezado Rodolpho, seria a oportunidade dada ao basquete brasileiro de testemunhar uma outra forma de se jogar o grande jogo, oportunizando jogadores de pouca evidência midiática, mas que são muito bons e apresentariam ótimas performances se bem trabalhados e treinados, num estado talhado ao basquete, com suas inflamadas torcidas, e num momento em que tanto necessitamos erradicar um sistema de jogo que nos lançou à mesmice endêmica em que nos encontramos a duas décadas.
Mas não nos iludemos, pois a realidade é outra, bem outra.
Um abraço, Paulo Murilo.