O EFICIENTE E PRECISO JOGO INTERIOR…
Talvez tenha sido o jogo mais fluido deste playoff semifinal, com as equipes imprimindo um ritmo veloz e sem descontinuidade, ou seja, muito poucos momentos de indecisão ofensiva, que infelizmente não apresentou nas defesas o mesmo comportamento, e a prova foram os 50 arremessos de três pontos (9/27 para Uberlândia e 10/23 para Bauru) sem as devidas e obrigatórias contestações, que por conta da extrema facilidade para os lançamentos permitiu que as bolinhas contabilizassem 27 e 30 pontos na contagem final de 80 a 77 para Uberlândia.
Acrescentando-se a estes pontos os lances livres convertidos (15/19 para os mineiros e apenas 7/13 para os paulistas), tivemos 38 pontos obtidos no perímetro interno para Uberlândia e 40 para Bauru, onde ambos trabalharam muito bem, principalmente na utilização dos rápidos pivôs que possuem (observem as movimentações internas nas fotos), muito bem lançados pelas competentes duplas armações, que contam em suas escalações, talvez os melhores armadores em ação na Liga.
Se formos um pouquinho mais além nas análises, podemos constatar o quanto de falhas nos lances livres e nos fundamentos (Bauru perdeu 6 e cometeu 8 erros) resultam em derrotas, principalmente em jogos parelhos e muito intensos.
Entretanto, algo de muito instigante se observa na equipe mineira, e que deveria ser explorado crescentemente, o seu poderio interno e externo exercido por uma parelha de alas pivôs única na liga, onde o Cipolini e o Gruber produzem com igual força e intensidade, ações internas e externas, com altos índices de acerto, graças ao seu biótipo atlético, flexível e veloz (Teischmann, Murilo, Lucas, Marcos, Jefferson e Gui se aproximam muito desse formato), e que os tornam também, eficientes na defesa, que atingiria um mais alto grau de eficiência se fossem treinados e utilizados na marcação explicita dos pivôs adversários à frente, e não por trás, numa posição que beneficia os massudos cincões ainda existentes, como o Caio em particular.
Mas acredito que esta será uma etapa a ser galgada, e somente espero que não demore em demasia para ser implantada, afinal, 2016 bate à porta.
Mas nada de eficiente seria atingido por parte destes homens altos trabalhando e se impondo dentro do perímetro, sem o suporte alimentador propiciado por uma competente e técnica dupla armação, fator que aos poucos vem se impondo dentro de nossas melhores equipes, e que deveria ser o espelho técnico tático de nossos jovens na formação, agilizando e interdependendo suas participações sob a égide da criatividade e da mais autêntica leitura de jogo, desacorrentados do impositivo e coercitivo sistema único, com suas jogadas sinalizadas, marcadas, coreografadas, e presos a cordões de controle como marionetes descerebrados e sem vontade própria, a técnicos que ainda teimam em se auto promoverem como as estrelas centrais do espetáculo (e agora os juízes também…), quando na realidade o deveriam ser nos treinos, aqueles de verdade, realmente estudados à luz da realidade das equipes que dirigem, e não como clones de seus devaneios estéticos e ilusórios, transportados para suas mais ilusórias ainda pranchetas ( Um artigo esclarecedor poderá ser lido aqui).
Enfim, bons, apesar de ainda tênues, ventos ameaçam soprar em beneficio do nosso basquete, e que irônica, mas compreensivelmente (para uns poucos…) lógico, se estabelece através um veterano técnico, o mais idoso da liga, fator que devemos analisar com a devida atenção que merece o grande jogo em nosso país.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.