OS FUNDAMENTOS DE TODOS?…
Professor Paulo,
Acredito que o senhor certamente irá escrever algum artigo sobre a entrevista dada pelo Rafa Monclova, publicada no Território LNB (http://lnb.com.br/territorio/entrevista-exclusiva-com-rafa-monclova/). Muito interessante a opinião do técnico espanhol, que enfatizou bastante a importância do aprimoramento da técnica/tática individual para a formação de bons jogadores.
Um abraço,
Lucas Diego.
Bom dia professor, gostaria de saber se o Sr leu a entrevista do Sr. Rafa Monclova, tec do Cajasol Sevilla no site Territorio LNB/NBB? O Sr Rafa fala muito de um assunto que o Sr sempre defende aqui, que é o apuramento da tecnica individual na formação dos nossos jogadores em detrimento da massificação de jogadas. Interessante a visão de um tecnico espanhol e dá pra ver a diferença de mentalidade.
Antonio Ferreira
Não só li, como estava com o artigo quase pronto ao receber esses comentários veiculados no artigo anterior, e que me fez repensar a forma como o abordaria, inicialmente com uma forte critica ao aspecto contraditório na fala do referido técnico no teor da entrevista, quando defende enfaticamente a pratica dos fundamentos para todos os jogadores, independendo de posições em que atuam, como ferramental básico de suas evoluções técnico táticas, em confronto com sua clinica para jogadores e técnicos da LDB, onde setorizou e aplicou os exercícios de fundamentos por posições, armadores, alas e pivôs, perdendo uma excelente oportunidade de reiterar e gravar na mente de todos os participantes a necessidade da pratica generalista dos fundamentos, conforme sua explanação anterior.
Bem, concordo que exercícios especiais de fundamentos devam ser ensinados e praticados por armadores, alas e pivôs, mas em etapas mais avançadas, paralelas e decorrentes do desenvolvimento dos mesmos, que não é o caso da maioria das equipes da LDB, onde se erra em demasia nos fundamentos básicos, priorizando a diversidade no ensino para as categorias menores, como o fazem na Espanha (vide as declarações do prof. espanhol) e na Europa em geral, reiterando e concordando com o mesmo ser o habito da pratica generalista, com a participação não setorizada de todos, se constituir na base de todo plano sério de treinamento, inclusive auxiliando em muito na preparação física, com o melhor dos dois mundos, a posse e contato permanente com a bola, e a movimentação enérgica e profunda de todos os segmentos articulares e musculares do corpo em desenvolvimento, complementado pelo controle e equilíbrio mental necessários para a evolução harmônica e rítmica de todos os jovens, e por que não adultos também, no processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.
Lamento porém, que somente sejam reconhecidos como válidos e avançados os sistemas e métodos de treinamento vindos do exterior, como algo inusitado e revolucionário (o que absolutamente não o é, já que clássicos), mesmo existindo no país profissionais capazes e competentes na preparação de jogadores, e que nunca foram reunidos e ouvidos em projetos de formação de base, sendo afastados e negados coercitivamente do meio basquetebolístico, substituídos por técnicos formados, formatados e padronizados em cursos de 4/5 dias, e estrangeiros que não oferecem perigo ao mercado de trabalho, pois mesmo sendo muito bem pagos por verbas oficiais, logo se vão “deixando” um pretenso legado que pouco ajudará no soerguimento do basquetebol entre nós sem a devida e necessária continuidade, mas garantindo o mercado para aqueles poucos que o dominam e o particularizam entre si, inter pares.
O técnico espanhol confirmou o que se faz em seu país, na Europa, nos Estados Unidos, no desenvolvimento do grande jogo, e que foi por nós conhecido no passado, hoje esquecido em nome da estratégia, dos “estrategistas”, com descerebradas pranchetas nas mãos.
Amém.
Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.
Professor Paulo,
Muito obrigado pelo artigo dedicado a esse tema tão importante, mas que, infelizmente, não tem espaço aqui no país. Gostaria de fazer um pedido, se não fosse incomodar demais: um artigo que listasse uma pequena bibliografia base acerca do basquete, contendo livros, artigos científicos e outros materiais. Isso poderia me ajudar bastante (assim como os demais leitores) no estudo do nosso esporte. Acredito que o senhor com toda a sua “pequena” experiência pode ajudar um jovem de 18 anos como eu a buscar informações relevantes sobre o basquete.
Desde já, agradeço a oportunidade de dialogar com o senhor.
Um abraço,
Lucas Diego.
Seu pedido faz coro com a de muitos leitores, e que atenderei na medida do possível. Obrigado pela audiência e pelo diálogo franco e generoso. Um abraço.
Paulo Murilo.
Prof Paulo Murilo, primeiramente gostaria de agradeçer a utilização do meu comentário como pano de fundo para seu artigo, o que muito me invaideçe. Obrigado. O tema é apaixonante e me remete à minha juventude quando jogava (fui um “peladeiro” muito bom, sem falsa modéstia) e observava mais a técnica dos outros jogadores (da minha equipe ou adversários) do que a tatica da outra equipe. O que sempre me motivou foi melhorar meus indices (cestas convertidas, assistencias, ajuda nos rebotes (pois não sou muito alto para disputá-los, porém sempre procurava “limpar” o garrafão na minha área de responsabilidade). Gostaria que o Sr ou outro professor fosse ajudar as seleções brasileiras de base e até no adulto para que nossos jogadores evoluissem nos seus fundamentos individuais e melhorassem seus arsenais de jogadas ofensivas e o seu posicionamento defensivo. Enfim, talvez seja só um sonho, mas sei que o basquete nacional ganharia muito.
Obrigado
Nada a agradecer, prezado Antonio,foi um comentário bem motivador, originando o artigo. Quanto a ajudar seleções, já o faço a mais de 50 anos, quando muitos que ajudei a progredir nas técnicas do grande jogo, doaram seus esforços a muitas seleções municipais, estaduais e nacionais, e se mais não faço é porque não me permitem fazê-lo.
Obrigado pela audiência. Abraços. Paulo Murilo.