DE 2 EM 2 = 96 PONTOS…
Constatar que num campeonato mundial, uma seleção brasileira, ainda mais feminina, arremesse numa partida inteira, e contra uma seleção tradicional como a Coreia, somente duas bolas de três pontos (0/2), e mesmo assim atinge, de 2 em 2 e de 1 em 1 os 96 pontos (o resultado foi de 96×81), é uma alvissareira notícia, empolgante mesmo, pois confirma o que venho defendendo a anos aqui nesse humilde blog, e provei na quadra de jogo no NBB2, que a hierarquia dos arremessos se inicia do mais perto, para o mais distante, não só pelo fator precisão, muito mais pela participação coletiva de toda uma equipe, que para exequibilizar uma cesta de curta distância necessita do trabalho dedicado de todos, e não da exibição extemporânea de “falsos especialistas” da mais complexa arte do basquete, os arremessos de longa distância, campo restrito a muito poucos “realmente” especialistas.
E mais, que a estratégica necessidade de se valorizar cada sacrificado e trabalhoso ataque com pontos mais precisos e de frequência elevada, ao contrário da quase sempre baixa produtividade dos longos arremessos, deveria obrigatoriamente priorizá-los, numa escalada mais profícua e eficiente, e acima de tudo lastreada pelo bom senso tático, e por que não técnico também.
Mas apesar da manutenção de um elevado e incrível número de erros de fundamentos (23 para cada equipe), propiciando inclusive inacreditáveis 27 roubadas de bola (15/12), o simples e objetivo fato da conquista de tão elevado placar sem a conversão de uma única bolinha (as coreanas tentaram e conseguiram um 2/17), por si só demonstra uma clara evolução na perfeita leitura de uma inquestionável verdade, a de que deve toda qualificada e bem treinada equipe procurar sempre a otimização de cada ataque realizado, façanha esta somente atingida através conclusões as mais precisas possíveis, campo irrestrito dos arremessos de médias e curtas distâncias, reservando-se os de longa distância àqueles poucos versados jogadores nos mesmos, e mesmo assim em situações construídas para que sejam realizados nas mais perfeitas situações de liberdade e equilíbrio, sendo dessa forma corretamente definidos como ações complementares, talvez suplementares, jamais prioritárias para quaisquer equipes, de divisões que forem, principalmente em seleções.
Torço para que tão ansiada e esperada conquista não se torne um fator simplesmente pontual, e que se transforme realmente num patamar construído, pensado e praticado em direção ao domínio da eficiência e da elevação na arte de jogar o grande jogo, como deve ser jogado.
Amém.
Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.
Bom dia Professor, o que o senhor achou das novas mudanças para 2014 no tempo de bola da FIBA? Quando o rebote for ofensivo o tempo cairá para 14s, será que com isso as bolas de 3 não serão importantes? Acho que vai ficar mais corrido o jogo.
Abraços.
Ainda não tive conhecimento das novas modificações da regra do jogo, mas se a mencionada por você,prezado José, proceder, não prevejo grandes alterações na forma de atacar das equipes, jogando dentro ou fora do perímetro, pois se tratará somente de uma redução de 10 seg de uma posse normal, a não ser que insistam em perder tempo com sinalizações de jogadas,orquestrando coreografias pré estabelecidas.
Um abraço. Paulo Murilo.