A SELEÇÃO…

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Seleção Brasileira Adulta Masculina
NOME – POSIÇÃO – IDADE – ALTURA – CLUBE – NATURALIDADE

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – SP
Arthur Luiz Belchor Silva – Ala – 30 anos – 2,00m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – DF
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11m – Flamengo (RJ) – SP
Cristiano Silva Felicio – Pivô – 21 anos – 2,10m – Sem clube – MG
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04m – Uniceub/BRB/Brasília – SP
João Paulo Batista – Pivô – 32 anos – 2,05m – Le Mans (França) – PE
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85m – Itabom/Bauru (SP) – EUA
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 30 anos – 1,91m – Barcelona Regal (ESP) – SP
Raul Togni Neto – Armador – 21 anos – 1,85m – Lagun Aro (ESP) – MG
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88m – Blusens Monbus (ESP) – SP
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08m – Real Madrid (ESP) – SP
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90m – Flamengo (RJ) – SP

Comissão Técnica

Diretor: Vanderlei Mazzuchini Jr
Administrador: Leonardo Ribeiro
Técnico: Ruben Magnano
Assistentes Técnicos: Fernando Duró e José Alves Neto
Preparadores Físicos: Diego Jeleilate, Diego Falcão e João Henrique Gomes
Médicos: Alexandre Bezerra Vergete e Gilberto da Cunha Filho
Fisioterapeutas: Adriano Tambosi e Daniel Kan
Fisiologista: Rodrigo Chaves
Nutricionista: Gislaine Bueno
Assistente de Fisioterapia: Lucas Gameiro de Senna
Roupeiro: Edson Donizete da Silva

 

Com a seleção definida para a Copa América, conforme relação publicada pela CBB, muitas considerações, análises, palpites e comentários preencheram a mídia, principalmente a blogueira, que sem duvida alguma é a mais atuante no setor.

Pesquisando e lendo suas matérias, pudemos constatar sutís divergências de opiniões de seus editores, e outras não tão sutis assim por parte dos leitores das mesmas em seus comentários, onde surpreendentemente já se ensaia um processo de fritura do técnico argentino, insatisfeitos que demonstram estar pelos critérios de escolha dos jogadores, e até mesmo pelos métodos autoritários no comando da equipe em seus treinamentos, e mais ainda pelo fato de não permitir áudio presente em seus pedidos de tempo e entrevistas dos jogadores durante o período dos jogos, num movimento que prevê sérias criticas por parte de todos se a Copa América não for o que esperam, não importando planos e projetos que priorizem o ciclo olímpico em que nos encontramos.

No entanto, se admitirmos que um processo evolutivo em técnica e tática somente se torna possível através profundas transformações, e que o hermano tem tentado promovê-las, mesmo cometendo alguns enganos pontuais, como por exemplo, se  cercar de pessoas muito aquém de suas qualificações profissionais, que o assessoram em equívocos bem conhecidos, como nos critérios de convocações, dissonantes de suas propostas de reais mudanças em sistemas de jogo, prejudicadas pelos vícios de longos anos de pratica voltada a uma forma antagônica de como vê e sente o grande jogo, é que temo ver esse insidioso inicio de fritura galgar patamares mais preocupantes em seu caminho em terras tupiniquins.

As propostas do Magnano, colidem de frente com a realidade de nossa formação de base, somada ao corporativismo implantado à modalidade por uma geração de técnicos compromissada com o sistema único, que somente admitiu, como exemplo bem simples, uma dupla armação como antídoto a uma carência (?) de alas mais técnicos, substituindo um deles por um armador mais qualificado, mantendo o sistema único intocado em suas jogadas, sinais e movimentação coreografada, melhorando, é claro, a qualidade dos passes, dos dribles e das fintas na consecução do mesmo, sem mudanças e “invencionices táticas”.

Mas o cara é tinhoso, e competente, teimando, e agora implantando a dupla armação para valer (são cinco os armadores que está levando, mas nem todos do mesmo nível), já que apesar dos enormes (e mais do que previstos…) desfalques no perímetro interno, ainda pode contar com bons alas pivôs a serem abastecidos naquela zona interna, onde são decididos os grandes jogos, apesar de alguns outros bem melhores terem ficado no esquecimento da “assessoria técnica”, que de tão confiável na hora do vamos ver, o faz manter ao seu lado, aquele que realmente decide e define caminhos táticos, e por que não, estratégicos também, o seu fiel escudeiro hermano como ele, e que aos poucos o vai tornando alvo do velado (mas sempre presente) tapetebol de tristes lembranças em nossas seleções nacionais.

Jogando em dupla armação, o técnico argentino mata dois não, três coelhos de uma só vez, primeiro reforçando em muito seu sistema defensivo com armadores situados na faixa dos 1,85m a 1,90m, alturas bem razoáveis numa formação nacional, em composições de “n” possibilidades em diversas situações de jogo exterior, segundo, torna-os cúmplices dos alas pivôs que se movimentam em velocidade interna para composições que visem superioridade numérica dentro das defesas adversárias, principalmente quando usarem defesas zonais, terceiro, pela leveza, agilidade e velocidade, poder utilizar contra ataques mais precisos e técnicos, que é uma capacidade tática preciosa, principalmente se mesclada e equilibrada com a movimentação cadenciada exigida nos momentos em que a leitura de jogo se torna crucial, e onde mais se fará presente a técnica mais apurada de dois armadores de boa qualidade na permanente ajuda entre si, e na função maestra de fazer jogar seus alas pivôs.

Torço para que o Magnano atinja seus objetivos, agora mais do que nunca, quando opta de verdade por uma forma de jogar que sempre defendi, estudei e apliquei na pratica, não como forma definitiva de jogar, mas como algo instigante e diferenciado de agir no âmago do grande, grandíssimo jogo, podendo não ser ainda o ideal, mas abrindo de vez um caminho que nos leve para bem longe da mesmice endêmica em que nos encontramos.

Finalmente, fico realmente abismado com a composição da comissão técnica da seleção com 16 integrantes (haja verba para tanta gente…) para 12 jogadores, e me pergunto para que três técnicos, três preparadores físicos, dois médicos, três fisioterapeutas, um fisiologista, nutricionista (será que levaremos um hospital de campanha e uma cozinha própria?) para uma competição de tiro curto como essa? Creio ser muito pagé para pouco índio, ou não?

Mas para um país rico com uma confederação mais rica ainda e livre de dividas como o nosso, tudo é possível, inclusive os desperdícios e os aspones…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.



2 comentários

  1. Josue Filho 20.08.2013

    Caro Professor!

    Boa Noite!

    Eu acompanho diariamente as noticias em busca de agregar informações inerentes a minha formação na modalidade e poder construir novos conhecimentos baseados em muitos adquiridos desde então.

    Quando fala-se em Seleção Brasileira seja masculina ou feminina, me vem uma mistura de emoções da esperança ao desespero, principalmente nessas duas ultimas convocações que foram feitas.

    No feminino, Zanon vem trabalhando com atletas novas, dando espaço, buscando novos talentos (o nivel de talento no gênero está duvidoso), pois as atletas erram demais em fundamentos principalmente PASSES, Isabela Ramona apesar de pontuar muito bem, não sabe driblar, conduzir a bola de maneira eficiente, porém o pensamento é o de ”esta pontuando é isso que importa…” bem como nossas armadoras que perdem bolas a esmo, principalmente nas fintas ou por pressão da adversaria, onde sendo assim, teremos que novamente recorrer a Adrianinha e Patricia Chuca para termos uma armação segura. Damiris, precisa de atenção especial, precisa ser lapidada e esta sendo utilizada como uma das principais armas da equipe, mas vejo em Clarissa uma maturidade muito superior a de Damiris, mas infelizmente ja foi especializada em uma só posição. Apesar dos pesares, ainda boto fé que o competente Zanon irá classificar essa equipe para o Mundial, basta que tenha peito para contrapor a CBB sendo ousado pois pelas pré-convocadas da para montar um bom elenco.

    Ja no masculino (Ah! Masculino), eu cortaria metade desse atual selecionado e ousaria, dando chances reais a atletas que realmente estão merecendo a vaga a muito tempo. Alex Oliveira do Paulistano é um exemplo, jogador atlético, de uma postura defensiva impar, pró-ativo e dinâmico (atendendo diversas variáveis de jogo), pode atuar dentro e fora do garrafão, Murilo que encontra-se em ótima fase e um dos melhores pivôs do Brasil (ouso em dizer melhor que Caio Torres), nesse sentido faria algumas alterações na escalação como: Murilo no lugar de JP Batista, Alex Oliveira no lugar de Benite (já temos armadores de mais e Benite é um atleta aquém na posição, se bem que ele esta sendo escalado com escolta…), Alex deixaria a seleção mais atlética e com maior poderio defensivo. Traria outra jovem promessa Gui Deodato no lugar de Arthur, não vejo Arthur em um momento digno de seleção e também ja teve muitas oportunidades e no entanto não fez jus a elas.

    Pensar que todos aqueles os quais pediram dispensa (Nene, Leandrinho, Splitter, Bebe e cia), podem estar no Mundial e Olimpíada e Faverani que também pode ser um nome, em detrimento daqueles que hoje estão suando a camisa, nao seria justo.

    Tudo isso é falta de planejamento. A Seleção de novos, parece ser uma esperança (confio muito), mas precisa desde já trabalhar com mais atletas sendo lapidados (retirar vícios, deixa-los mais dinâmicos e menos especializados) e coloca-los a prova o quanto antes em jogos amistosos, eu diria até se fosse o caso, de criar essa seleção e inscreve-los no próprio NBB (ideia ja proposta por outras pessoas) seria algo de muito produtivo.

    Com relação a Magnano, ainda que eu admire seu trabalho e reconheça uma leve mudança (na parte defensiva), creio que suas restricoes realmente podem colocar todo o trabalho a perder. Precisamos de mais carisma, aproximação do publico, promoção da modalidade enquanto seleção, precisamos de idolos (hoje os ídolos sao os americanos que aqui estao: Shammell, Taylor, Basden, Caleb e etc), atletas brasileiros tem apelo regional pra não dizer clubístico e olhe lá.

    Torcerei sempre para meu pais, mas confesso que nessa Copa America o amor a pátria e a modalidade serão os combustíveis para minha torcida, pois se dependesse do elenco infelizmente nem ligaria a TV.

    Abs

    Josué

  2. Basquete Brasil 21.08.2013

    Josué, seu comentário é um bem postado artigo, intenso e muito honesto, técnico também. Gostei demais, somente reparando num pormenor, o de cortar jogadores quando sequer deveriam ter sido convocados, em detrimento de outros melhor qualificados, mas isto é outra história. De qualquer forma, admiro sua lucidez.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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