AÇÃO DISSIMULADA OU VERDADEIRA?…

P1020855-001P1020859-002P1020860-001P1020861-001P1020864-001P1020869-001P1020876-001P1020877-001

Num determinado ponto do jogo de ontem em Porto Rico, o comentarista da ESPN, Prof. Wlamir Marques, afirma que naquela altura de preparação para um torneio classificatório para o Mundial, não acreditar que as equipes estivessem escondendo jogo, ainda mais quando a nossa seleção, desfalcada de seus mais experientes jogadores, teria de se esforçar ao máximo nestes jogos, a fim de se apresentar em sua melhor forma quando fosse realmente para valer, que a realidade da equipe era aquela, e que o Magnano teria de fazer jogar o que sobrou em suas mãos.

De certa forma concordo com a análise do excelente comentarista, mas incluiria alguns pormenores técnicos, que na minha humilde opinião, complementariam um quadro preocupante na caminhada rumo à classificação ao Mundial, priorizando a frágil coordenação entre nossa ofensiva externa e interna, e nossa lentidão na rotação defensiva, quando posta em ação reparadora às sucessivas falhas de alguns jogadores submetidos a cortes e penetrações por parte da armação adversária, inclusive intervenções do decantado Alex, contribuindo em muito para o desequilíbrio defensivo, que poderá ser decisivo na Copa, pois nossos pesados pivôs não têm agilidade e velocidade de pernas para acompanhar pivôs que as tem, como ficou bem claro no jogo de ontem.

Esses mesmos pivôs, mais propriamente o Caio, Rafael (outrora bem mais rápido e explosivo, e agora mais para pesadão…) e João, sofrem dessa restrição, e muito mais o novato Felício, que pouco jogará também por sua imaturidade nas grandes competições. Sobra o Guilherme, que de forma alguma pode ser qualificado como pivô na acepção do termo, e que é um desastre quando se opõe a um adversário fora do perímetro, mas que tem se garantido por algumas bolinhas salvadoras lá de fora. Nesse quadro, a possibilidade de defesa frontal aos pivôs adversários se torna praticamente impossível, abrindo um caminho facilitador aos Scolas de plantão, realidade que poderia ter sido razoavelmente relevada se naquelas posições jogadores como Murilo, Teichmann, Cipolini e Gruber tivessem tido uma oportunidade nessa híbrida seleção…

Quanto à coordenação do jogo exterior com o interior, a sequência de fotos demonstra com clareza (melhor seria em vídeo…) o aspecto dicotômico entre os dois perímetros, com a mais absoluta separação entre ambos, fazendo com que a equipe jogue basicamente pelo externo, com freqüentes tiros de três, e algumas penetrações dos armadores para finalizações, ou esporadicamente pelo interno, onde os pivôs tentam definições isoladas sem apoio e participação direta de seus companheiros, estando dentro ou fora dos mesmos.

Com tal dissociação entre os dois setores, o que vemos são tentativas voltadas ao individualismo, com ausência do coletivismo tão defendido pelo técnico argentino, somente atenuado quando opta pela formação baseada na experiente trinca do CEUB, que começou e encerrou o jogo, e alguns momentos de tentativas com dois armadores, pecando, no entanto, pelo fato de um deles substituir um ala, mantendo a estrutura e suporte do sistema único (vide fotos), e não fazendo com que atuem verdadeiramente em dupla, com mútua ajuda nas levadas de bola, nos bloqueios e passes interiores sendo gerados de todos os setores externos, na busca permanente de alimentação contínua e veloz dos pivôs em deslocamentos também constantes e unidirecionais.

Contudo, fica muito difícil aceitar a tese de que muito da maneira de jogar da equipe tenha sido escondida, como forma de não revelar o verdadeiro sistema com que encararemos a competição a valer, ainda mais quando vencer um jogo da forma dramática e lutada como venceu, não deixar muita margem a especulações desse teor, sobrando somente um outro fator que açodaria a discussão, o desvairado rodízio perpetrado pelo hermano, parecendo ainda estar em processo de experiências nas varias posições, reforçada pela evidência de ter lançado a base candanga no inicio e na hora da definição do jogo.

Enfim, continuo na certeza de que o Magnano tem  sérios problemas a enfrentar, sendo o maior deles estar aceitando as bolinhas como solução, e nesse pormenor os cardeais continuarão a dar as cartas, adiando para mais adiante (?) a solução coletivista, claro, se for possível implantá-la.

Vejamos com os argentinos logo mais o que será dissimulado ou verdadeiro, ou simplesmente, falso…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.



Deixe seu comentário