O PESO DA VERDADE (CANADÁ 91 x 62 BRASIL)…
Tudo dentro dos trinques…para a turma do Canadá, ou não?
Contestar ao máximo que puder as bolinhas de fora (6/18-33%), oferecendo as de dois pontos (16/43%-37%) que poderiam ser razoavelmente bloqueadas se definidas pelos armadores ou o Alex, no que foram precisos nos bloqueios, cirúrgicos até, e concedendo lances livres em bem distribuídas faltas, torcendo para a perda de alguns (12/19-63%), somados a um potente posicionamento nos rebotes defensivos, foi a estratégia bem montada pelos canadenses, que vez ou outra contra atacavam, mas pendendo na maioria das vezes pela armação de jogadas, contando com sua arma mais instigante, os quase sempre conseguidos rebotes ofensivos, alcançando os seguintes números: 23/48-47% nos dois pontos, 8/19-42% nos três, e 21/26-80% nos lances livres, errando 6 vezes nos fundamentos, contra 13 erros nossos…
Do nosso lado, contestar arremessos de fora nem pensar, com alguns jogadores, inclusive, dando as costas para o adversário, e o pior, não correndo para os rebotes, que mesmo sendo função delegada aos grandões, poderiam agregar preciosa ajuda aos mesmos, como os canadenses o faziam do outro lado da quadra, e culminando com o baile ofensivo que levaram dos armadores que penetravam quando e onde queriam seguidamente. Enfim, o caos generalizado, e sabem por que, mesmo? Isso, na mosca, a lentidão física e de raciocínio dos grandões, que ainda ousavam ir marcar muito além do perímetro externo sem as condições básicas para fazê-lo, inclusa a maior delas, a velocidade de recuperação, e a ausência mais primaria e básica do posicionamento defensivo dos que guarneciam o perímetro lá de fora.
Torno a repetir como nos dois artigos anteriores, que qualquer dos nossos adversários, agirá da mesma forma que os portorriquenhos e agora os canadenses, e acreditem, o Uruguai e a Jamaica também o farão, contestando os arremessos de três, incentivando os de dois e imprimindo grande velocidade dentro do nosso perímetro interno, onde qualquer pivô de razoável técnica, mas dotado de boa velocidade e agilidade, infernizará a vida dos nossos bem nutridos e lentos cincões, que em contrapartida repetirão tão previsíveis ações atacando a cesta do outro lado a passo de cágado…
Concluindo, nosso perímetro externo defensivo ao ser batido sistematicamente pela armação contraria e não contestando seus longos arremessos, expõe em demasia a capacidade de cobertura da turma que guarnece o perímetro interno, ao mesmo tempo em que estes, pela lentidão de seus componentes, ficam fragilizados ante a velocidade de deslocamento dos atacantes interiores, sendo mais letais ainda pela pouca participação coordenada de todos na rotação defensiva.
Resultado? 29 pontos de diferença, numa derrota anunciada e previsível pela inadequação de muitos jogadores à proposta técnico tática do Magnano, resultante de uma convocação antítese do planejado, que visava grande leitura de jogo, velocidade e força defensiva, permanente movimentação ofensiva interior, liderada por uma dupla e dinâmica armação exterior, ambos os setores estritamente coordenados em suas movimentações, contando ainda com oportunas aberturas para bem equilibrados arremessos de três, e acima de tudo, o domínio do rebote defensivo propiciando a grande arma dos contra ataques.
Creio que não preciso mais me estender em função do óbvio, a dura realidade do fatal desencontro entre o sistema de jogo pretendido e treinado por 50 dias pelo técnico argentino, frente a mais dura realidade ainda da inadequação de muitos dos convocados para exequibilizá-lo, incapazes de assimilá-lo, ou mesmo aceitá-lo, frente às suas limitações técnicas e mais ainda, físicas, provocando a dolorosa situação em que se encontra a seleção para uma qualificação ao Mundial do ano que vem.
Poderemos ainda considerar mais alguns pormenores, como e a exemplo:
– O total desconhecimento por parte do Batista, Caio e Rafael (o Feliciano não conta…)do que venha a ser receber passes em deslocamento sagital relacionado ao posicionamento sempre contrario à bola, somente sabendo fazê-lo na forma mais estática possível, que para eles é sinônimo de segurança, e sempre do lado onde se encontra a bola.
– Por conta disso, os armadores se vêem constantemente presos a flutuações e mínima visão angular para um passe mais preciso e posterior e concomitante deslocamento, já que direcionado a um ponto fixo, o que não ocorreria se o alvo se mantivesse em movimento, ou seja, um passo sempre adiante da marcação.
– Tal desencontro origina a total perda de coordenação do movimento ofensivo, tornando-o previsível e passível de antecipações defensivas.
– Descoordenada em seu sistema de jogo, a equipe passa a desenvolver ações individualizadas, tanto na concepção, quanto na finalização das jogadas, facilitando a defesa e quebrando o principio coletivista.
– Finalmente, para que o sistema de jogo planejado e treinado por quase dois meses pudesse vingar a contento, necessitaria de jogadores, não só comprometidos e compromissados com o mesmo, mas principalmente capazes técnica e fisicamente de aceitá-lo, desenvolvê-lo e adotá-lo como proprietário da equipe, o que claramente não ocorre por muitos fatores, sendo o mais enfático o da convocação, inadequada, estrutural e conflitante, pela ausência daquelas mínimas qualidades técnicas necessárias para seu amadurecimento visando uma competição de alto nível.
Destroçado o esquema, dói muito a cena de um técnico graduado e altamente qualificado se ver perante uma expulsão de quadra, como que jogando a toalha, depois de ter lançado a prancheta ao solo em um dos pedidos de tempo, nervoso e desestabilizado, agora mais do que nunca frente a teimosa realidade da falha maior, a de forçar um sistema de trabalho e de jogo por sobre jogadores sem as valências básicas para absorvê-lo, premido por nomes e estabilidade de alguns deles, numa convocação equivocada e injusta a outros que por serem, ao menos, mais velozes e ágeis, apesar de inominados, poderiam auxiliá-lo com mais prestações técnicas na busca do coletivismo, do “equipo” que tanto almeja, mas que no momento grave por que está passando a equipe, necessita que seja elaborada uma adaptação emergencial voltada ao que realmente ainda pode ser extraído de produtividade de cada jogador, mesmo que para tanto modifique, ou mesmo adapte a sua forma de atacar, e principalmente, de defender…
Constatação dolorosa final foi a definitiva comprovação de quem o substitui no comando da equipe em sua ausência, um outro hermano…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
E hoje mais uma derrota, como o senhor anunciou, iriam deitar e rolar no garrafão e mais uma vez aconteceu.
Batista engoliu a gente e os outros coadjuvantes do garrafão, idem.
Não tem muito o que falar, é bater sempre nas mesmas teclas.
Os caras não tem fundamentos porque nunca foram treinados para ter, logo é cobrar o impossível.
É apenas o que estamos cansados de ver no NBB, infelizmente.
Um abraço Professor.
E a Jamaica e demais classificados também seguirão à risca esse caminho, claro, se a seleção vencer logo mais. Infelizmente essa é a dura realidade, Henrique. Quem sabe aprendamos com tudo isso, quem sabe…
Um abraço, Paulo.
Me preocupam algumas coisas Professor, muito das quais, muito além do jogo de amanhã, sendo ele um catalizador ou não em transformar preocupações em realidade:
I – Magnano pedir pra sair após o torneio ou saírem com ele.
Afinal, para carreira dele isso é um mancha gigante, ainda mais se não nos classificarmos diretamente.
Por que se ele sair,quem vai vir entre os magos das pranchetas ?!?!
José Neto ? Gustavo ? O primeiro treinando, o segundo auxiliando ?
(Vale lembrar Gustavo foi o técnico no desastroso sulamericano/12 ?)
(Vale lembrar Neto, que enfim venceu um torneio no brasileiro tendo o melhor elenco, o mais caro elenco e quase perdeu !!!!!!)
II – Oscar amanhã irá falar à ESPN, as falas prontas de sempre, apontando o dedo para os que não foram.
(Argentina não tem Delfino e outros, Venezuela não tem Vasquez, Porto Rico que está quase completo não tem Peter John, Europeu está sem vários caras, Kirilenko e Shved na Rússia, Noah na França, Pau Gasol pela Espanha e por aí vai).
Ou seja, as falas prontas dele não valem para torneios FIBA que estão esvaziados faz tempo.
Vai falar mas vai aparece na mídia e atacando, mais uma vez, os problemas errados.
III – Problemas: ESTRUTURA DO BASQUETEBOL, da base ao adulto,
nossa falência por completo em:
TER PRATICANTES da modalidade
ENSINAR a modalidade
RENOVAR pro alto nível
entre várias outras.
Isso aí ficará jogado novamente para debaixo do tapete, mais uma vez.
Pois faltou o Nenê no Sulamericano Sub-17 que ficamos em TERCEIRO LUGAR este ano.
Faltou o Splitter no Mundial Juvenil que vencemos 1 jogo de 5.
Faltou o Anderson Varejão no Sulamericano 2012 que ficamos em QUARTO LUGAR e vencemos a POTÊNCIA PARAGUAI por 4 pontos.
Então Professor, isso me tira o sono, muito mais do que perder ou vence a Jamaica, afinal, pelo basquetebol mostrado até aqui, somos azarões para amanhã.
E você ainda tem dúvidas de que o Tapetebol já está em pleno desenvolvimento, e que um salário para lá dos 20 mil dólares não tem pretendentes muito bem assessorados por diligentes agentes, para os quais os interesses da seleção ficam lá pelo segundo plano? A fila, que é imensa, anda inexoravelmente, Henrique, bem à margem da capacitação e do mérito, e osmoticamente ligada ao QI mais deslavado e pusilânime.
Quanto ao Oscar, nada a declarar, assim como concordar com você na abordagem sobre a atual estrutura do nosso basquetebol, falida, viciosa, corporativista, centrista e anti democrática, enfim, um completo caos. Mas ainda acredito numa retomada, que será custosa, batalhada e acima de tudo corajosa de uns poucos que ainda teimam no amor ao grande jogo.
Um abraço Henrique, Paulo.