COMEÇO DE ANO…
Inicio de ano, rodada do NBB6 depois das festas, com perspectivas de grandes melhoras, técnica individual e coletiva mais aprimorada, sistemas e táticas depuradas após rodadas intensas e disputadas, expectativas por algo realmente novo, instigante, desafiador…
Mas, o que tivemos na crua realidade dos fatos, o que?
Para começar, um recorde, lídimo e legitimo recorde, com pedigree indiscutível, porém trágico, num jogo em que a equipe do Pinheiros poderia, e deveria, ante a fraqueza do adversário, a Liga Sorocabana, exercer ataques interiores como preparo para embates futuros, que sem dúvida alguma irá enfrentar. Mas optaram por algo inédito, até certo ponto absurdo, pois arremessaram 17/39 bolas de três (as duas equipes perpetraram 62 bolinhas…) e 12/21 de dois pontos, num jogo (?) recheado por 28 erros de fundamentos…
Fico pensando como ser possível uma equipe disputar uma partida arremessando 39 bolas de três e somente 21 de dois, chega até a doer…
Num outro jogo, Uberlândia perde para São José (ambas arremessaram 63 bolas de três…) convergindo inacreditáveis 21/38 de dois e 14/35 de três, frente a um adversário que usou um pouquinho melhor o jogo interno (24/40 nos dois e 12/28 nos três) suficiente para levar o jogo marcado por uma enxurrada indesculpável de 63 tiros aos pombos…
Teve mais, Ceará e Limeira chutaram juntas 54 bolas de três, sendo que os paulistas perderam o jogo convergindo com 16/29 de dois e 9/30 de três, num desperdício de arremessos e esforços arrepiante, e que somente por isso mereceu perder ante uma equipe mais equilibrada (20/43 e 6/24 respectivamente)…
Mogi e Bauru chutaram 52 de longe e Brasília e Vila Velha outras 53 bolinhas, mantendo a média da rodada…
Mas a pérola da coroa ficou com o inovador Tiagão do Palmeiras (ai em cima na foto com seu novo e arrebatador sinal… de três) com sua marca de 3/8 nos longos arremessos, e menciono pérola porque alcançados contra uma equipe que se gaba de sua forte defesa, mas que permite ser metralhada oito vezes por um cincão, levando nove pontos num jogo em que perdeu de sete!! Vá defender bem assim no Anhangabaú…
Mas o impactante foi a somatória dos erros de fundamentos nos jogos em questão, 169 (media de 28.1), rivalizando, ou confirmando os números da liga que fornecerá novos valores mais adiante, a LDB…
Ufa, foi um inicio de ano devastador, preocupante, principalmente quando vemos técnicos estrangeiros que aqui aportaram e muito bem pagos, com formulas para disciplinar nossos craques, e que se renderam ao reinado das bolinhas, pacifica e inquestionavelmente. Muito vivos os caras…
Amém.
Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.
Ola Professor Paulo,
Ontem tive a oportunidade de assistir online o jogo Franca x Sao Jose. Os erros e sistemas taticos dentro da mesma mesmice com as equipes tendo como prioridade as jogadas de perimetro sem infiltracao da bola e do homem a cesta. O curioso deste jogo e que o Sao Jose arremessou um total de 2 lances-livres, e isto so aconteceu nos ultimos segundos do jogo.
O que eu achei inaceitavel para uma equipe profissional como a de Franca e que nos ultimos minutos da partida, quando estava ganhando de 15 pontos, os seus jogadores arremessavam rapidamente a cesta da linha de tres e nao controlavam o ritmo de jogo para manter a diferenca e ganhar de uma forma mais confortavel. Esta falta de controle tatico e tecnico deu chance a equipe do Sao Jose de cortar a diferenca e ainda ter chances de ganhar o jogo, porem esta so procurava o arremesso de tres pontos com um baixo aproveitamento.
Enfim – o jogo esta sendo jogado no instinto e na pelada e nao de uma forma matematica e estrategica.
Ontem li uma materia tambem que o Helio Rubens foi demitido do Uberlandia apos a terceira derrota consecutiva.
Amen!
Bom dia Professor, o senhor falou sobre os técnicos estrangeiros que por aqui aportam. Fiquei pensando no seguinte, eles chegam aqui e logo querem os tão disputados “jogadores americanos” que todos sabem que adoram aparecer, fazer firula e chutar suas bolinhas, mas não vi nenhum técnico controlar essa euforia “americana” ainda.
Enquanto isso nós brasileiros, ficamos assistindo eles fazerem o que querem, e ai de quem tentar fazer o mesmo!
Como vemos Walter, nada de novo no front do grande jogo aqui pelas terras tupiniquins, nada mesmo, absolutamente nada…
O reinado das bolinhas se impõe com sofreguidão, inclusive, e ai reside a tragédia, pelos novos que despontam, e pensar que tudo isso ocorre pelo desprezo que todos curtem pelo ato básico individual de defender, desqualificando e coisificando o coletivo, base estrutural de uma equipe de competição. O pior são os técnicos, ou melhor, os “estrategistas” conceituando a premissa de que jogador adulto pouco tem a aprender, avalisados por uma turma de diretores, coordenadores, agentes, sei lá mais quantos aspones agregados, nessa proposta analfabeta quanto aos principios do grande jogo.
Sim, podemos ensinar jogadores a jogarem melhor, a praticarem com desenvoltura os fundamentos, a qualquer tempo, idade, função, categoria, pois se trata do ferramental básico. O problema é que nâo se interessam, ou simplesmente nada sabem sobre o assunto, mas desfilam chifres, cornos, punhos, cabeças, para cima e para baixo por sobre a ignorância espalhada no meio. Walter, jogo com mais de 50 arremessos de três não existe, ou não é defendido, mesmo.
Por tudo isso, continuaremos a assistir essa inestancável hemorragia de talentosas gerações, patrocinadas pelo cartelismo, pela politica do Q.I. e pela imposição de um corporativismo mafioso, na maioria das vezes patrocinado pelo dinheiro público, o meu, o seu, o nosso, como diz o Góes.
Aceleradamente perco as esperanças para 2016, e o pior, para 2020…
Um abraço, Paulo.
E o mais engraçado, ridículo até, é a tentativa de se utilizarem do espanglês para se comunicarem, ante os olhares compassivos e ininteligíveis dos cracaços americanos. Tudo confete,bem colorido para impressionar os basbaques que os financiam (inclusive nós com os impostos…). Mas prezado Jose, nos merecemos, até mais, ante o compadrio e a passividade colonizada que nos persegue desde sempre.
Um abraço, Paulo Murilo.