CASÉ…
Estávamos em um duro treino de fundamentos de dribles e fintas, sob um calor rigoroso naquele janeiro de 2010 em Vitoria, dirigindo o Saldanha da Gama no NBB2, quando observei algo inusitado para mim, velho conhecedor dos fundamentos do grande jogo, algo desconhecido e da mais fina habilidade, uma tripla troca de mãos no drible antecedendo uma ampla reversão com troca de mãos em alta velocidade, com finalização em bandeja, e tudo isso realizado por um ala pivô de 2,05m, o Casé.
Fui ao seu encontro e pedi que repetisse a brilhante ação, no que fui atendido, mas sem antes agradecê-lo por algo que nunca tinha visto, numa lição inesquecível.
Com a desenvolvimento do treinamento, algo crescia dentro de mim, o projeto de que com a continuidade do trabalho o treinaria na armação de equipe, tantas eram suas qualificações nos fundamentos, no que seria uma reviravolta em sua trajetória de excelente jogador que era, e continua sendo.
Mas o projeto não teve continuidade, e o Casé seguiu sua carreira de ala pivô, subutilizado na maioria das equipes que jogou, num desperdício que me deixa triste até os dias de hoje.
Acompanhei sua trajetória, assim como a de todos os seus companheiros daquela bela equipe, até que o soube participando de seleções de máster e agora da modalidade 3 x 3, quando ainda muito teria de contribuir na liga maior, claro, sob direção competente em tirar dele todo um potencial na maioria das vezes subestimado, o que sempre foi lastimável.
Neste domingo o vi atuando na Copa America 3 x 3, e logo no inicio do jogo final contra os americanos, e sem a participação do armador Eric, contundido, vi com a maior alegria o Casé se utilizar da jogada que tanto me empolgou em Vitoria (veja aqui num vídeo do blog Glogoesporte.com), em ação parecida aos jogos contra o CETAF e o Joinville no NBB2 (jogos completos na opção Multimídia nesse blog)confirmando em mim a certeza de que treiná-lo como armador teria sido uma experiência inusitada, inovadora e transformadora.
Parabenizo o Casé, e seus companheiros na convincente vitoria contra os americanos, e torço para que continue ainda por um bom tempo a nos brindar com sua arte no grande jogo.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Professor,
Permita-me completar sua matéria com o que, ao meu ver, é fundamental para falar do Casé, sempre.
Antes de mais nada Casé é ídolo em Campos. E muito, muito mais importante do que isso, Casé é um mito no ES!
Momento muito oportuno esse. Já explico.
O CETAF acaba de perder a “briga de cachorro magro” contra a Liga Sorocabana e isolar-se na lanterna, que é o seu lugar.
Em absolutamente TODOS os jogos em casa esse ano a torcida, em alto e bom som, grita o nome dele. Por que ele não foi contratado!?
Não posso afirmar, mas boatos são que o time deu um calote em toda a equipe do NBB5 e somente um jogador voltou esse ano. Perdemos nosso Mito, o Simmons (acho que foi segundo ou terceiro maior pontuador do NBB5) e o melhor técnico do NBB5, disparado.
Que dirigente deixaria seu time sem seu maior ídolo? Com o agravante dele estar sem clube, muito bem fisica e tecnicamente, como todo o Brasil pôde ver essa semana.
Lamentável, professor. Lamentável. E com quase 100% de dinheiro público. E Vila Velha sofrendo com enchentes…
Mas esse pessoal jamais apagará o que Casé fez pela comunidade basketeira do ES, especialmente a inesquecível vitória, em casa, frente ao Brasília ano passado.
Um grande abraço, Professor.
O Casé fechou com o Lins Basquete, da cidade de Lins/SP para a disputa do NBB B.
Bom día professor,
Sobre uma jogada entre as pernas que eu vi no vídeo (mais ou menos no minuto 1:30) eu veio dois erros não na técnica e sim na táctica individual: 1 erro depois de driblar e superar o defensor (poderia já fazer a bandeja), ele faz um giro que coloca ao marcador outra vez na jogada e depois finta para ninguém (poderia saltar para fazer a cesta) e aí recebe a falta que de repente poderia ser uma tapa na bola e toda esa jogada bem realizada tecnicamente ficar em nada.
Desculpe meu português escrito mas não sou brasileiro.
Abs
Pois é, prezado Rodolpho, nunca consegui entender como um estado tão propício ao basquetebol não consiga que suas franquias se destaquem na LNB, inclusive perdendo uma delas por não poder contar com patrocínios privados, sendo um estado tão bem sucedido no café e no petróleo. Mesmo no estadual e municipal, o Vitoria perde para Vila Velha em sua própria cidade, o que soa um descalabro.E mais, que clubes de grande tradição como o Alvares Cabral e o Saldanha da Gama deixem de marcar presença na liga maior, possuidores de instalações e ginásios de grande calibre. Simplesmente não consigo entender. E o Casé se fez respeitado nos dois lados, o que não é nada fácil, mas tem de se deslocar para fora de seu querido estado para continuar sua saga de grande jogador.
Enfim, Rodolpho, no dia em que cessar a política dos “provedores” e “donos” do pedaço, creio que avanços ocorrerão, sem dúvida alguma.
Um abraço, Paulo Murilo.
Que bela noticia, prezado Jose, fico feliz em saber do Casé participando de uma boa equipe.
Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Octavio, sugiro que reveja a jogada, de preferência parando a imagem a cada movimento, quando verá que o Casé dribla lateralmente trocando de mãos exatamente para alterar o centro de gravidade do enorme americano, até o momento em que ele cruza as pernas, quando exerce a reversão colado ao mesmo, deixando-o sem possibilidades de reação. A seguir comete um único e quase imperceptível erro, hesitando por uma fração de segundos anterior a ação de arremesso (ele não tenta passar a bola, já que seus dois companheiros se mantinham fora do perímetro), que foi o tempo necessário para, mesmo de costas, o americano tocasse no seu braço evitando a conclusão da bandeja, daí ter o arbitro marcado a falta e consequentes lances livres.Taticamente também agiu certo, pois em nenhum momento de sua ofensiva contou com o apoio de seus companheiros para um corta luz, bloqueio ou pivô, que foi a regra que seguiram pela ausência do armador Eric, contundido na partida anterior.
Um abraço, e obrigado por levantar uma questão técnica de grande valor. Paulo Murilo.
Professor, com a saída do técnico Joao batista do Espírito Santo, nos, capixabas, estamos na expectativa do anúncio de um novo técnico, e eu, particularmente na torcida que você possa voltar ao estado. Mas enfim, alguém daqui te procurou? E se houver o convite, o senhor aceitaria? Acho um desrespeito, após aquele excelente trabalho no Saldanha, o seu nome nunca ter sido cogitado após aquele ano. Abraço
Bom dia Professor Paulo Murilo,venho humildemente agradecer ao senhor pelas palavras,agradecer por fazer parte desse fundanmento,pois se não treinar ele exaustivamente ele não aconteceria!!!Agradecer por ser meu Coach,e me mostrar que em 2 em 2 chegaremos ao resultado final,a Vitória!!!Agradecer pelo oque fez e pelo o que faz pelo nosso Basquete!!Um grande abraço e espero trabalhar com o senhor ainda…Casé10
Grande professor Paulo Murilo;
Pude ter a honra e presenciar de perto o dia dia daquele ano que O Saldanha teve o grande Mestre Paulo Murilo no comando, onde no início implantar seu conhecimento foi muito difícil mas em um prazo curtíssimo de tempo teve resultados surpreendentes como ganhar do Brasília que era até então líder do campeonato, entre outros feitos naquele campeonato. Enquanto o nosso Estado não sair do amadorismo continuará infelizmente colhendo o fruto da desordem onde a cada ano sempre acaba na lanterna do campeonato. Infelizmente sabemos que você é boicotado por saber demais e ser profundo conhecedor do grande jogo, e ouso dizer que muitos pensam que sabem do grande jogo, mas você é simplesmente o maior conhecedor dos fundamentos deste esporte. Minha maior alegria seria poder vê-lo novamente na NBB para poder apreciar seu lindo,diferente e eficiente esquema de jogar o Basquetebol. Saudações. Espero um dia ainda poder ter o prazer de encontrá-lo. Que Deus te abençoe!!
Prezado André, agradeço de coração os seus votos para que eu retorne às quadras, mas, infelizmente não depende de mim tal decisão. Desde o término do NBB2 que me encontro compulsoriamente alijado das competições, exatamente por ter tido a coragem de inovar treinamentos,sistemas de jogo e postar toda a experiência realizada em tempo real neste humilde blog, o que atemorizou muita gente poderosa. Não acredito que serei convidado para qualquer franquia, seja em que divisão for. Mas, se o milagre ocorrer, quem sabe?
Mais uma vez obrigado pela deferência e respeito. Um abraço,
Paulo Murilo.
Casé, obrigado pela amável e respeitosa resposta que muito me sensibilizou. Sem dúvida ficaria muito feliz em tornar a trabalhar, não só com você, mas com todos aqueles componentes daquela instigante e poderosa equipe, que se tivesse sido mantida influenciaria profundamente a maneira de jogarmos o grande jogo, não tenho a menor duvida. Mesmo assim, algumas influências se tornaram realidade, como a dupla armação, os pivôs mais ágeis e velozes, fatores que acrescentaram uma melhoria técnica e tática considerável. Quem sabe, com a ajuda dos deuses poderemos nos encontrar todos num projeto vencedor, quem sabe?
Torço pelo seu sucesso desde sempre.
Um abração, Paulo.
Prezado Thomaz, fico feliz com a sua lembrança daquele belo trabalho realizado no Saldanha, por uma equipe realmente única. Pena que o projeto tenha sido encerrado, após um começo promissor e mais adiante vencedor, com a mais absoluta certeza. Também gostaria tornar à direção de uma equipe da liga, pois de muito sei estar preparado para tal responsabilidade, mas o poder decisório passa muito longe dessa vontade, configurando uma realidade que não posso ultrapassar, já que política e corporativista.
Porém, acredito que dias melhores virão, com certeza.
Um Abraço, Paulo Murilo.
Prezado Paulo.
Essa jogada que casé fez eu já vi algumas vezes. Nos anos 90, tinhamos uma “pelada” em vitória, mais precisamente na praia do canto, aos sabados e domingos. Casé estava sempre presente. Ainda bem jovem, alto e magro. Uma característica dele era de infiltração e chute de fora. Não gostava de jogar de pivô, aliás não jogava de pivô mesmo sendo o mais alto da turma. Não jogava por que tinha uma grande habilidade com as mão, era rápido como um armador baixo. Difícil de ser marcado. Me recordo que, anos depois, jogando pelo time de Campos, do rio, numa partida contra o flamengo no campeonato carioca, em que Oscar ainda jogava, ele foi o cestinha jogando de ala/armador, acho que mais como armador. Este jogo foi televisionado.
Pensei que ele iria seguir jogando como ala/armador, mas graças a alguns técnicos com pouca visão o colocaram como pivô, abraviando sua real capacidade.
Parabens Casé e Paulo Murilo
Joaquim
Obrigado, prezado Quim, e como você mesmo atesta, não estava eu muito longe da realidade quando previ que sob minha orientação o Casé seria levado a armação de equipe, face às suas qualidades de técnica apurada nos fundamentos, e seu espírito agregador, coletivista, e com uma ótima leitura de jogo. Infelizmente, o projeto não foi adiante, fruto de uma estratégia equivocada de quem o administrava. O triste é ver o envelhecimento daquele grupo sem que se tirasse dele todo um potencial latente e pulsante de que era, e ainda é, possuidor. Sem dúvida, ousar e pensar grande ainda é um entrave no desenvolvimento do grande jogo entre nós, proprietário de uma famiglia corporativista e mafiosa.
Mas, dia acontecerá em que o mérito tornará ao seu lugar de direito.
Um abraço, Paulo Murilo
Muita gente poderosa o quer fora do basquete, professor?
HHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAAH
Conte-nos mais sobre isso…
Somando a eles a sua gargalhante adesão, João, creio não ter nada a mais a contar, principalmente a você…
Paulo Murilo.
Sinceramente,
do alto da sua experiência, você acha que tem gente no basquete que faz complô para você não trabalhar? Tem raiva de você? O que acontece?
Sinceramente, não consigo entender esta sua fala…
Você acha mesmo que tem alguém que vai proibir algum time de contratar você?
ahahahhaha
Isso é se achar no centro do universo… me desculpe.
Se algum time te achar bom, achar que você acrescenta para a equipe, simples, vai lá e te contrata…
Prezado João, honestamente não sei porque não respondi o seu comentário, talvez uma falha na revisão dos mais de 1200 artigos publicados, ou outro qualquer motivo, mas pelo qual me desculpo. Sim, tem pessoas que encontraram um meio de me negar continuidade na liga, e bem sei porque, mas não tenho ainda as provas necessárias para, no mínimo, processá-los por cerceamento de trabalho, já que profissional qualificado que sou, bem acima de muitos que lá estão desde sempre. Mas confio que ainda conseguirei levantar as provas que busco de muito, e na realidade estou bem próximo de conseguí-las, com a ajuda de pessoas honestas e justas. Enfim, continuo na luta desde essa humilde trincheira, onde não podem cercear um trabalho que visa, exclusivamente, o melhor para o grande jogo em nosso enorme e injusto país.
Um abraço, e mais uma vez, desculpe a demora na resposta.
Paulo Murilo.