MAIS TORTO AINDA…
Houve uma época em que eu vivia com uma câmera na mão, fosse fotográfica ou cinematográfica, sempre registrando esportes, complementando minha formação acadêmica na educação física. Registrei basquetebol, voleibol com o Paulo Matta, o grande pioneiro do que aí está, não sendo reverenciado, sequer lembrado, e a natação com Roberto Pavel e a Maria Lenk.
Vídeo só fui ter acesso em 1971 no Mundial Feminino de Basquetebol em São Paulo, quando convenci a Fotótica, a grande firma paulista que se rivalizava com a Cinótica, a gravar o jogo contra as coreanas, em um pesadíssimo equipamento Sony, mostrado naquela noite no hotel onde a seleção estava instalada, mas que bem antes do jogo assistiu a um copião em 16mm que montei na Líder Cinematográfica do jogo entre a França e a mesma Coréia realizado na véspera em Brasília, que filmei e peguei carona no avião das delegações vindo sentado no fundo do corredor, e no chão até o Rio, de onde embarquei na mesma noite para SP com o copião na mão.
Tratava-se de um projeto da Assessoria Técnica de Ensino da EEFD/UFRJ, criada e dirigida por mim e pelo Prof. Alfredo de Faria Junior no campus da Praia Vermelha, onde se originou o único filme conhecido de basquetebol feito no país, e que recuperei em vídeo, contado no artigo Enfim, salvo…
Mas porque tantas reminiscências? Bem, foi uma época em que convivi estreitamente com o voleibol, ajudando o Prof. Paulo Matta em suas incursões cinematográficas pioneiras, das quais um aspirante a técnico, o Bebeto de Freitas, mais tarde grande campeão, inclusive mundial, muito se beneficiou com suas viradas de noite no apartamento do Paulo vendo e revendo filmes em 8mm, super 8mm, 16mm e vídeos em rolo. Hoje, ambos foram devidamente esquecidos e marginalizados pela turma que sempre se encontrava na EEFEx, onde até hoje treina, e conseguindo de forma política não muito bem explicada, reverter o pioneiro patrocínio do Banco do Brasil no basquetebol, num também pioneiro projeto do Prof. Heleno Fonseca Lima, grande técnico daquela modalidade e graduado funcionário daquele banco, fator que catapultou o vôlei, econômica e financeiramente, ao estágio hoje ostentado.
Na mesma época, o hoje poderoso (?) presidente do COB, Arthur Nuzman, fazia palestras para desportistas para assumir a Federação de Volei do RJ, numa jornada em tudo parecida a do Eduardo Viana “Caixa d’Água” da Silva pela Federação de Futebol. Assisti a uma dessas palestras no Instituto Bennet com o Prof. Raimundo Nonato, mais tarde Diretor Técnico da CBB junto ao Prof. Renato Brito Cunha, seu presidente. Nessa palestra o cunho empresarial já era visível no projeto, que se concretizou rapidamente, e se solidificou na Confederação quando do aporte financeiro do Banco do Brasil.
Bem, de lá para cá todos conhecem muito bem o roteiro percorrido, onde o desporto foi transformado em negócio, grande negócio, que infeliz, ou felizmente, vem se tornando público através a mídia de uma forma geral, desnudando um santo que havia sido regiamente paramentado e alimentado com vultosas verbas públicas.
Quando publiquei o artigo O Dedo Torto, foquei um outro lado da questão, o ético, que muito foi deformado frente aos interesses maiores, não só para os dirigentes, mas para jogadores e técnicos também. Foi um chute (ou cortada) no traseiro de uma modalidade que, ao contrario do que sempre foi propalado, não se massificou, e nem pretendeu fazê-lo, para mergulhar de cabeça no universo da alta competição, onde importantes conquistas técnico táticas foram alcançadas, através o talento de ótimos técnicos, e o emprego de muitas e pródigas verbas, inclusive com um Centro de Treinamento também construído com as mesmas, por sobre uma modalidade que em numero de participantes internacionais sequer chega perto do basquetebol, tolhido em seus patrocínios, e aviltado por mais de vinte anos de administrações espúrias e facciosas, numa travessia que tem sido mantida pelos poderosos do vôlei incrustados no comando do desporto nacional, a quem em hipótese alguma interessa o soerguimento do mesmo, única modalidade capaz de superar seu atual e discutível domínio, daí a facilidade com que verbas do Ministério dos Esportes foram e são direcionadas para a manutenção da corriola que lá se encontra, e sempre sob o vetusto manto do grande e poderoso presidente do COB.
Se uma varredura em regra fosse acionada no desporto nacional, muitos dos desmandos e equívocos acontecidos poderiam ser dirimidos, mudando o foco das formidáveis verbas alocadas nos últimos vinte anos, e que fizeram a independência financeira de muita gente auto elegida como importante, secundarizando interesses de uma nação que se debate em tantas indefinições e precariedade educacional, na saúde, segurança e transportes, onde um desporto saudável, escolar e mesmo clubístico, poderia ajudar a sanar a maioria das mazelas existentes, dando lugar a um país realmente olímpico, e não essa trágica realidade de um país cultuador do corpo para a riqueza avassaladora das holdings que administram academias por todo o país, a quem não interessa o desporto escolar em cima de um universo cada vez mais jovem, seus clientes em potencial, e a quem não interessa, e nunca interessou massificação de atividades lúdicas e pré competitivas voltadas à juventude brasileira, que é um direito constitucional seu.
Se por alguns momentos o leitor considerar que me afastei do assunto central aqui exposto, acreditem, são todos fatores de uma mesma cadeia de interesses, que se sobrepõe desde as escolas, os clubes, e até a formação acadêmica dos futuros professores de educação física (jamais profissionais de ed. física, atrelados que estão a conselhos que viabilizam a indústria do corpo…), e cujas indefinições propiciam o aparecimento e quase perpetuação de indivíduos voltados aos interesses financeiros, jamais os educacionais, mas que pelas ações, veladas ou não, que praticam, ainda podem ser contestados, pois podem enterrar a verdade, matá-la, jamais…
Mais do que nunca, o dedo ficou tão torto…
Amém.
Foto – Reprodução de matéria publicada pelo jornal O Globo em 15/3/2014. Clique na mesma para ampliá-la.
Ray Meyer , DePaul University
En mis inicios fui mas parecido a un dictador . Demandaba demasiado de los jugadores . En el period del medio tiempo llegaba al locker room gritando y gestuculando. Pero tuve que cambiar pues lo jugadores son mas inteligantes, y si lo hiciera hoy… los jugadores me miraran sorprendidos y dirian que estoy loco de remate !!
Como entrenador debe ser factual . Usted tiene que decirles porque esta ahceindo ciertas cosas.
Sobre los discursos . Me encantaba dar esos largos y combativos discursos, aprendi que no conducen a los objetivos buscados, simplemente explique lo que han practicado hasta la saciedad en los entrenos.
Adapte su estilo de cochaje a sus jugadores. Si tiene un equipo que puede corer , corra. Si tiene un equipo que no puede correr no corra.
Pero siempre entrene con intensidad, enfocado en la tarea.
Siempre fui un Coach ofensivo, pero si tueiera que empezar de Nuevo, creo que los equipos defensivos son quienes a la largan ganan los campeonatos.
La defense es constsnte pratido tras partido, pero el ataque puede variar. Un jugador tomara 10 tiros y encestar cinco, pero en el siguiente partido solo encesta dos. la defense obligara al ataque a cometer errors y perdidas de pelota ( turnovers ) y lo mantendra competitive en el partido.
El basquetbol siempre sera un juego de porcentajes. es bien simple, es un juego de accion y reaccion.
Usted puede entrenar a sus jugadores y ser malcriado y grosero con ellos, y ellos jugaran porque lo odian. Yo prefiero me yo les agrade . Claro que siempre mantengo la distancia, pero me he convertido en major entrenador cuando conozco pequeños detalles de la vida del jugador. Durante el tiempo que entrene cada jugador fue un individuo. Jamas los estereotipe. Cada uno fue diferente.
Mi trabajo como entrenador fue el de obtener el maximo rendimiento de cada jugador tanto en los entrenos como en los partidos. Los observaba , hablaba con ellos y hacia lo possible para que ellos jugaran un poquito mejor de como lo hacian.
Gil Guadron
Professor, tive o desprazer de assistir os dois jogos (não inteiros, não tem como) da Liga das Américas, que desesperador.
Flamengo chutou 36 bolas de três pontos. Não tem limite né ?!
Sobre o texto, CBV era o “exemplo”. Uma pena que no Brasil tudo seja feita desta forma. Parece que é a única forma tal qual os chutes de três pontos nos falidos jogos de basquetebol.
Abraço !
Gil, ótimo artigo, e fico torcendo para aqueles jovens técnicos (e por que não os veteranos também…)que o lerem saibam aproveitar as excelentes dicas que ele contém. Obrigado. Um abração, Paulo.
Mais do que nunca Henrique, nos reencontramos com a lei dos cardeais, que estão de volta para o desespero do Magnano, a não ser que a exemplo de seu conterrâneo do Brasilia, adira ao imperio das bolinhas. Sinto arrepios ao imaginar o que ocorrerá no Mundial…
Um abraço, Paulo.