DISCREPÂNCIAS…

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Olhem para estes números, analisem, pensem e concluam, enquanto discorro sobre os mesmos:

 

BRASILIA  82 x 87  SÃO JOSÉ         LIMEIRA  97 x 82   MOGI

 

                22/40         2         17/43                    28/39        2        25/39

                10/33         3         11/24                      6/14        3          2/12

                  8/10         LL       20/26                     23/34      LL        26/33

                     39          R            43                          27        R             24

                       9          E             12                          11       E             14

 

Para começar, algo salta aos olhos, de tão cristalina a evidência, de que se trata de dois jogos opostos, praticados por quatro equipes amantes das bolinhas e suas (in)conveniências.

Não vi nenhum dois dois, e fico com sérias dúvidas em tentar analisar jogos pelos números, mas nestes dois casos vale a pena especular sobre uma situação impar por que passa o basquetebol em nossa terra, amarrado a um sistema único e lançado a uma orgia desenfreada nos arremessos de três pontos, muitas vezes praticados por mais da metade dos jogadores de uma mesma equipe, como que possuídos de uma técnica refinada que, em hipótese alguma, possuem, ah, e com a cumplicidade de seus “estrategistas”…

Brasília, com sua já implantada convergência nos arremessos, ao se manter fiel ao estilo, perdendo 23 ataques de três, propiciou mais rebotes a São José (43) e muito menos incidência de lances livres (8/10 contra 20/26) do que seu oponente, que claramente privilegiou o jogo interno (17/43 contra 22/40), forçando dessa forma mais oportunidades de faltas, tanto que converteu 20 pontos de lances livres, ganhando um importante jogo, mesmo arremessando 11/24 bolinhas, ou seja, perdendo 11 ataques contra os 23 de Brasília. Com tal discrepância venceu um convergente e teimoso adversário, em seus domínios, e voltará a vencê-lo se mantiver a preferência do jogo interno e maior vigilância defensiva no perímetro externo, ponto forte e preferencial da equipe candanga e seu técnico argentino, no que se revela uma brutal incoerência se comparado a seus padrões portenhos.

Enquanto isso, basta comparar os números alcançados no planalto central com os do interior paulista, para constatarmos uma significativa e bem vinda diferença técnica em se tratando de equipes parelhas da elite nacional. Jogo interior intenso, com perda bem menor de ataques ocasionados pelos infames arremessos de três (foram 8/26 para ambas), um numero bem maior de lances livres (49/67), e um percentual muito bom de 67,9% nas bolas de dois. O numero de rebotes trilhou a normalidade entre equipes equilibradas, lastimando-se somente os 25 erros de fundamentos, falha contumaz em nossas equipes, sejam de que categoria forem.

Engraçado, mas tenho sérias desconfianças de que tão evidentes descompassos se originem mais pelo incentivo midiático das “fantásticas bolas de três”, das mais espetaculares “enterradas”, que “se constituem” na “essência do basquete” para seus divulgadores, mas que perante a realidade técnica e tática do grande jogo, se constituem num perigoso desvio dos verdadeiros e determinantes caminhos que terá de percorrer para voltar a se situar no panteão dos vencedores.

Amém.

Fotos – Globoesporte.com. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 



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