TÉCNICOS, REFLEXIVOS OU ERRÁTICOS?…
Fui ao jogo com meu filho André, que como eu gosta de basquete, e que pela temperatura amena dentro do ginásio, previa-se uma partida bem disputada, sem os desgastes originados pela deficiente ventilação ambiente, que a pleno verão se torna insuportável.
Mas não foi bem assim, pois o jogo padeceu dos usuais males do nosso judiado basquetebol, a começar pela incrível marca de 28 erros somados de fundamentos, marca intolerável em uma divisão de que se apregoa de elite.
Mais intolerável ainda, o acúmulo de equívocos e erros primários, tanto de jogadores, como de técnicos, sendo que um deles, agindo e se comportando como adolescente irritadiço, parecendo em sua errática movimentação e gesticulação aquele boneco do carnaval de Olinda, o que em hipótese alguma transfere segurança e equilíbrio a seus jogadores na quadra, numa situação em que a tranquilidade e arguta observação propiciaria intervenções pontuais eficientes e seguras, que ao não ocorrerem levaram sua equipe a derrota, principalmente a prolongada manutenção de dois pivôs, um gordo e outro rústico nos fundamentos juntos, ambos tentando impedir a ida “para dentro” dos armadores paulistas, que ao comprimirem a defesa carioca dentro do perímetro, permitia os passes de dentro para fora que encontravam um dos dois irmãos Fisher ou o Barrios absolutamente livres e equilibrados para seus longos arremessos, que decidiram a parada. Outrossim, faltou sensibilidade e firmeza aos rubro negros para buscarem os pontos de que necessitavam nas bolas curtas, pois seu oponente soube muito bem contestar as bolinhas, não tão salvadoras como imaginavam.
No banco paulista, um técnico que ainda permite aventuras juvenis, como as do Gui, que de promissor prospecto de ala eficiente e penetrador, rapidamente se transforma em mais um dos corner players que vêm se instalando na praça, com seus temerários e imprecisos arremessos para lá da linha de três pontos NBA, num desperdício que já está cobrando significativos juros ao jovem jogador. Também erra na colocação e deslocamentos de seus bons pivôs sagitalmente e distante da cesta, afastando-os dos rebotes, permitindo que ajam na desajeitada armação de jogadas e arremessos improváveis de três. No entanto, seu comportamento observador e analítico, o colocou em flagrante vantagem sobre o hiperativo e saltitante oponente, basicamente naqueles momentos em que uma cabeça fria se impõe a outra, intempestiva e obliterada pelas “emoções”…
No mais, fora a inconcebível enxurrada de arremessos de três (18/55 para ambas), numa perda capital de tempo e esforço físico e mental, a pancadaria que se instalou embaixo das cestas, sob os olhares algo míopes de uma trinca de arbitragem mais interessada em mediações do que simplesmente aplicar com isenção e rigor as regras do grande jogo.
No jogo de logo mais, duas situações bem nítidas serão determinantes, a necessidade de vitória do time da casa para não se situar a uma derrota da eliminação, e na casa do oponente, e a imperativa oportunidade que os visitantes terão de levar para seus domínios uma decisão em dois jogos bastando vencer um deles.
Para tanto, seus comandantes necessitarão fazer alguns ajustes em seus comportamentos técnicos, emotivos e até estratégicos. Técnicos, privilegiando o jogo interno com seus índices de acerto bem maiores que as aventuras das bolinhas, otimizando suas oportunidades nos ataques, e defendendo energicamente o perímetro externo, buscando de 2 em 2 e de 1 em 1, pontuação necessária e produtiva, destinando as bolas de três àqueles realmente especialistas, e mesmo assim equilibrados e razoavelmente livres. Emotivos, observando e refletindo sobre o comportamento e capacitação na leitura de jogo de seus jogadores, ação somente franqueada a quem se mantêm tranquilo e senhor de suas ações, e não carnavalescos e midiáticos. Estratégicos, quando compreenderem definitivamente que seus papéis determinantes são estabelecidos nos treinos, e não à beira da quadra e nas bordas de uma prancheta…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Professor,
e os dois são técnicos “nível Seleção Brasileira”.
Daí percebemos o quanto estamos bem !
Um abraço !
Nível esse tão avançado e contemporâneo, que inverte papéis clássicos e respeitados, como o atendimento ao chamado de seu país para defendê-lo em competições internacionais, agora substituído por visitas protocoladas de uma comissão técnica para ouví-los em seus nichos de estrelas…
Simplesmente não compreendo e nem aceito tal submissão e deposição do papel de liderança e comando, que se esvái perante uma absurda negação do que venha a ser uma seleção nacional.
Sem dúvida Henrique, não estamos nada bem, agora, e muito menos para 2016.
Um abraço, paulo.