O BURACO É MAIS EMBAIXO…

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Uma viajada nas fotos aqui publicadas, talvez contasse a história toda sem perdas de tempo, tal qual o estilo candango de jogar, no já celebrado “chega e chuta”, indistintamente, se através armadores, alas ou pivôs, todos sem muito tempo para interpretar na prática os sistemas de jogo do hermano, estabelecendo a convergência como marca de uma equipe apressada e desequilibrada (18/38 de dois e 10/34 de três, contra 19/38 e 9/24 respectivamente de São José), pois sequer sua defesa, incensada desde sempre pela mídia especializada, consegue conter um franzino latino que, simplesmente, converte 50 pontos por cima dela.

Colocações várias poderiam ser feitas, como a perda do Guilherme por contusão, e por conseguinte a quebra do quarteto vencedor naquele momento mais decisivo do campeonato, provando ser uma boa equipe, mas um fraco plantel, onde grande parte de seu banco fica muito distante da qualidade do mesmo, e onde os pivôs são colocados no plano braçal e brigador, originando ações de finalizações à longas distâncias incompatíveis com suas qualificações, exemplificado pelos 0/6 arremessos de três do Goree, quase igualando em perdas os 2/9 do Nezinho com seu inenarrável “estilo”…

Lá pelo final do último quarto, um discurso do técnico argentino (vide foto inicial) descortina toda uma crua realidade, a de que dificilmente conseguirá fazer com que um grupo veterano e longamente rodado, assimile algo contrário ao que os tornaram vencedores nos últimos anos, o que de certa forma “mudou” a sua proposta, “aderindo” ao estilo das bolinhas, que aposta na recíproca de seus adversários, atraídos pela facilitação defensiva, propiciando os contra ataques de que tanto gostam, porém, arriscando a dura realidade de que muitos deles também encestam, e o Quezada com seus 50 pontos é a prova que teimam em persistir, sob a complacente e enigmática cumplicidade de seu estrategista, que afirma amar ensinar, mas não consegue fazê-lo no planalto como desejaria…

Enfim, e mais uma vez volto a afirmar, o NBB é uma competição imprevisível no aspecto tático, amarrado a um sistema único, que privilegia o individualismo exacerbado, aqui tremendamente prejudicado pela má qualidade dos fundamentos do jogo, destinando o coletivismo ao patamar mais baixo, fruto de uma busca insana pelos “ícones midiáticos”, numa cópia canhestra da matriz acima do equador, incensada e babada por gente que não ama e nem entende o grande jogo, mas sim almeja sentar a beira da quadra do Madison Square Garden para curtir selfies de sua patológica e inamovível realidade de colonizados de carteirinha…

Quem sabe revertam a serie num ginásio vazio, onde poderão ecoar gritos e lamentos ricocheteados no concreto de suas bancadas, numa antevisão do que acontece quando planejamento e prática se chocam para valer, quem sabe…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las (e com legendas).



6 comentários

  1. Henrique Lima 03.05.2014

    Brasília perdeu de um time comandado pelo Zanon, que está longe de ser um treinador com recursos diferentes fora do que vemos por aí.

    Tomou 50 ptos de um jogador mediano/bom.

    Tomou 20 ptos e 19 rebotes de um atleta totalmente fora de forma.

    Tudo isso na mesma série ! Inacreditável.

    Professor, não existem milagres.

    Para ser bom, tem que ser bom na quadra.

    Brasília foi decepcionante e o Hernandez ainda mais.

    Deu uma melhorada na temporada regular mas foi uma grande decepção nos playoffs.

    Um abraço

  2. Rodolpho 03.05.2014

    Se os jogadores do NBB trocassem os treinos que fazem pelos treinos de uma escolinha de adolescentes de 13 anos, certamente o nível técnico aumentaria muito.

  3. Fábio/SP 04.05.2014

    Prof. Paulo,

    É tanto desperdício de jogadores com boas habilidades porém mal aplicadas no contexto do jogo que dá certo desespero. Bauru fez hoje um “jogo suicida” contra o Flamengo chutando de fora TUDO que podia e sem ao menos ter gente em quantidade pra brigar nos rebotes de ataque, pois até o Murilo joga aberto chutando de 3 por lá… o time de São José (fui ver no Palmeiras)é de uma fragilidade ofensiva absoluta, não possui sequer uma bola de segurança, tudo é no limiar do arriscado, quando cai é uma maravilha mas quando não cai… no meio disso tudo o Flamengo vai pairando acima do resto, não por jogar diferente, mas porquê Olivinha e o pivô americano Meynsse vão “macetando” os adversários embaixo da tabela, muito embora o primeiro também tenha o vício de jogar aberto, mas com o diferencial de ir para o rebote e ter um “tempo de bola” melhor que os demais. Gostaria de pedir ao senhor que, num exercício hipotético, liste a sua “seleção de jogadores coadjuvantes” deste NBB, com jogadores pouco, sub ou mal utilizados de cada plantel escolheria para compor seu time. Abç

  4. Basquete Brasil 04.05.2014

    Henrique, enquanto existirem os “donos” de cofres que administram a seu bel prazer a constituição de equipes, com a passiva e comprometedora cumplicidade de técnicos garantindo seus empregos, não iremos a lugar algum, a não ser pelos “emocionantes”embates nos NBB’s da vida, onde a técnica, e até a execução primaria dos fundamentos ficam na poeira da estrada. Precisamos evoluir dentro das quadras, pois fora delas tudo ficará na mesma ad perpetuam.
    Um abraço, Paulo.

  5. Basquete Brasil 04.05.2014

    Prezado Rodolpho, a pratica dos fundamentos que se iniciam nas escolinhas, é a mesma que deveria permanecer até o último dia de profissional de um sério jogador, mas que infelizmente é esquecida pelos “estrategistas” da modalidade. Pena que isso aconteça, pois é o que nos falta para soerguermos o grande jogo.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  6. Basquete Brasil 04.05.2014

    Fábio, você tem razão em seus comentários, e concordo plenamente com o monumental desperdício que é cometido contra jogadores de qualidade, mas que não têm a promoção devida. Sem dúvida alguma, se convidado para uma equipe, muitos destes inominados jogadores seriam minha escolha primordial, pois além de eficientes e constantes, são mais receptivos por serem altamente inteligentes e argutos, qualidades que assustam muito estrategista de plantão.
    Quais apontar? Jogadores semelhantes aos que dirigi no Saldanha no NBB2, e até mesmo a maioria deles que ainda se encontram em atividade, e quem sabe, e se fosse possível, agregando aos mesmos um grupo desses jovens que estão sendo promovidos antes do tempo, para prepará-los e treiná-los como deveria sê-lo, e não jogados às feras, inclusive na NBA…
    Mas como você mesmo diz, trata-se simplesmente de um exercício hipotético, já que condenado ao ostracismo, exatamente por pensar dessa forma. Vida que segue Fábio, vida que segue…
    Um abraço, Paulo.

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