É DE DAR MEDO…
Sim é de dar medo a trilha em que segue aceleradamente o nosso querido grande jogo (mais para ex por aqui…), com uma significativa e apavorante constatação, a de que, em média, mais da metade dos jogadores de qualquer equipe finalista (e por que não, todas as outras?…) se auto credenciam como “especialistas” nos longos, refinados e dificílimos arremessos de três pontos, e de uma forma aventureira e na maioria das vezes, irresponsável, mas que contam com a permissividade explícita de seus técnicos, incapazes que estão demonstrando a cada temporada que passa, em contê-los, ou mesmo direcioná-los ao jogo coletivo, e em última instância, simplesmente (?) treiná-los, ou mesmo ensiná-los a arremessar com técnica e precisão, fatores que talvez os direcionassem aos médios e curtos lançamentos, convencendo-os de que por serem mais precisos em muito otimizariam as custosas e exaustivas tentativas de ataque, apesar de termos de reconhecer que para aproximações às cestas, sistemas de jogo sofisticados e bem pensados, somados a um preparo definitivo nos fundamentos do jogo se fazem necessários, conotando nesse aspecto o fator colimador dessa refinada equação, o de que poucos conhecem, se aplicam, ou mesmo se interessam em conhecer tão dispensáveis detalhes, já que “estrategistas” (categoria agora agregada a supervisores que montam equipes para serem dirigidas(?) por concessivos e omissos técnicos de ocasião) se consideram, estando muito acima de detalhes afeitos e dirigidos à formação, pois somente o interessam o produto pronto e finalizado…
Então, fora a emoção galopante de jogos entre equipes, em sua maioria absoluta, que se equivalem por praticarem os mesmos sistemas de jogo, conotando evidentes e equilibrados confrontos, levando torcidas ao delírio, escamoteia-se uma dura realidade, a de que estamos a desenvolver uma cultura de jogo onde a atividade exterior, pela deficiente formação nos fundamentos de ataque e defesa desde as categorias menores, vem superando em muito o interior, incentivada por aqueles que nada entendem do grande jogo, mas popularizam e endeusam tal realidade, onde as bolinhas reinam absolutas, facilitadas pelo amargo consenso da não existência defensiva, como num acordo mutual entre as partes que se enfrentam, onde aquele que converter a última vence a partida, até o próximo embate, quando, quem sabe, cairão às pencas…
No jogo de ontem, sete jogadores do Flamengo e oito do Mogi arremessaram de três pontos, com algumas pérolas como Washam (0/5) e Marcos (3/9) num total de 11/33, com 15/38 de dois pontos, contra 9/22 de três e 20/41 de dois de uma equipe paulista que nada conseguirá se não se ocupar em defender o perímetro externo com a mesma gana com que defende e deveria atacar o interno, no que duvido bastante, pois o trocar 3 por 2 se torna uma tarefa penosa para um basquete tão mal fundamentado que praticamos, onde culturas ofensivas e defensivas deveriam se revezar na medida em que forem técnica e taticamente desenvolvidas por professores e técnicos de verdade, e não estrategistas de prancheta…
Honestamente, não posso negar a grande carga emotiva que vem cercando muito dos confrontos do NBB6 e da Liga Ouro, fator que não faz com que me afaste da realidade de suas fraquezas e deficiências, principalmente pela cultura do jogo exterior, que está sendo insidiosamente implantada pelo reinado das bolinhas, que duvido enfaticamente, seja permitido quando de nossos encontros internacionais mais adiante, assim como possa vir a ser a estratégia desenvolvida rumo a 2016, privando nossos jovens de uma realidade, que não é absolutamente aquela que deveria ser ensinada e desenvolvida junto aos mesmos.
Quem sabe acordemos a tempo, no que, infeliz e desde sempre, duvido…
Amém.
Fotos – Reproduções de TV. Clique nas mesmas para ampliá-las acessando as legendas.