“NÃO TEM ESSA”…

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(…)Nesta quinta-feira, o Paulistano tentou 30 bolas de três e converteu apenas sete, em um aproveitamento inferior a 25%. O técnico Gustavo de Conti tem a solução para a próxima partida:

– Precisamos acertar mais cestas, não chutar menos. Nosso time é isso mesmo, estamos livres, precisamos chutar. Se a defesa deles deixar a gente chutar, a gente vai arremessar, não tem essa- justifica o treinador.

Na partida, o São José acertou 12 bolas de três pontos em 21 tentativas, em um aproveitamento muito superior ao do Paulistano.(…)

(Trecho da matéria “Eu assumo a culpa” publicada no Globoesporte.com em 16/5/2014).

Bem, esse é um relato surpreendente, ainda mais partindo de um técnico exigente em suas táticas, quase dogmático quanto à movimentação e deslocamentos de seus jogadores, dentro dos rígidos sistemas que emprega e demonstra, sofregadamente, em sua prancheta a cada tempo que usufrui no transcorrer de uma partida, somados à sua intensa e sufocante atitude ao lado da quadra onde se divide em cobrador agitado e impositivo de jogadores, e pressionador contumaz das arbitragens, comentando inclusive que “apitou contra minha equipe, reclamo mesmo”…

Na verdade, e num ponto pode ter razão, ao afirmar- “Se a defesa deles deixar a gente chutar, a gente vai arremessar, não tem essa”…

Mas “essa” o que? Críticas ao desperdício doentio de só arremessarem de três, inclusive em contra ataques, pois na maioria das vezes equipes apostam na baixa produtividade das bolinhas “pagando para ver” jogadores com técnica medíocre arriscarem um brilhareco midiático, em vez da aproximação mais eficiente, porém exigente nas técnicas fundamentais? Ora, ora jovem técnico, arremessos mais próximos, por apresentarem eficiência relevante, permitem que de 2 em 2 otimizem os esforços de todos a cada ataque realizado, já que as perdas são menores, vencendo partidas, e não os números desse jogo em particular, que apresentaram o seguinte resultado quanto aos longos arremessos: 7/30 (ou 21 pontos) para sua equipe, e 12/21 (ou 36 pontos) para São José, 15 a mais no placar, que se trocada a metade das perdas (10,5) por arremessos de 2 pontos, venceria um jogo que perdeu por 5, mesmo que seu adversário usufruísse da mesma condição, pois somariam somente 9 pontos a mais em seu resultado.

No fundo, no fundo, assumir a culpa taticamente não redime uma outra, a de se permitir morder iscas travestidas de “pagar para ver”, inclusive assumidas por seus próprios jogadores em muitas situações, pois as técnicas de empunhadura, precisão, equilíbrio e força, necessárias ao especialista dos três pontos, não são factíveis a qualquer jogador, que mesmo assim têm de ser contestados (o festejado “fator sorte”…), e sim para uns poucos, disputados a peso de ouro pelas maiores ligas do mundo, em cujas equipes seria inadmissível que, como a que dirige, 7 jogadores se julguem capacitados, assim como 6 de seu oponente, na difícil e seletiva arte dos longos arremessos, sem que sejam refreados em suas equivocadas escolhas, direcionando-os a melhores, tática e tecnicamente falando.

O “hoje elas não caíram” mas no próximo “cairão”, é bem o reflexo do basquetebol que estamos ensinando e divulgando no seio da formação de base, e cujos resultados e reflexos estamos colhendo nos embates internacionais, vide a derrota de nossa seleção masculina sub-18, ontem, para a equipe do clube Joventud Badalona, no International Junior Tournement Euroleague 2014, por 69×43, onde elas por certo, “não cairam”…

Quanto ao jogo em si, mais um festival das midiáticas, confusas e controversas pranchetas, onde a clareza cede espaço ao…Deixa pra lá…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.



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