INSIDE…
Ele finalizou de muito perto, a media distância, nos lances livres, de lado, de costas e de frente, fintando e driblando com maestria, se deslocando em velocidade, brecando quando necessário, iludindo quem o marcava (mandou três deles para o banco com 5 faltas), marcou com determinação, reboteou como nunca e bloqueou com presteza e refinada técnica, e se não bastasse tudo isso, fez 34 pontos!
Muito mais poderia ter feito, não fosse a pequena ciumeira dos elásticos de sua equipe, que no segundo quarto resolveram “matar” lá de fora, privando o grande jogador de seu instrumento afinado naquela noite, a bola. Mas, logo perceberam que o jogo seria ganho (e por que não os outros…) jogando lá dentro, tirando partido de um grupo de bons jogadores altos e técnicos que se lançados pelos bons armadores que possuem, não encontrariam rivais a altura, mas para tanto, alguns especialistas teriam de abdicar um pouco de suas àureas, incensadas e marqueteadas por uma midiática e ignorante entourage, que muito entrava o desenvolvimento do grande jogo em nossa terra.
E a receita para soerguê-lo passa irremediavelmente pelo conhecimento do que seja atuar lá dentro, inside, com um, dois e até três alas pivôs, que se aproximando da envergadura de um Meyinsse (e nós os temos), e aprimorados nos fundamentos (ainda claudicantes, vide o Felicio…), nos colocaria muito à frente de onde nos encontramos no cenário internacional, e que para tanto devemos desenvolver novas formas de treinamento, novas didáticas voltadas aos jovens, destinando os longos arremessos àqueles poucos realmente especialistas, e não essa hemorragia inestancável de bolinhas, arremessadas pela maioria dos integrantes de todas as equipes nacionais.
Enfim, pudemos ontem assistir o que representa o jogo interior bem jogado, que de 2 em 2, e de 1 em 1, alcança números mais do que suficientes para vencer partidas e campeonatos.
Espero que na final possamos assistir, talvez uma outra forma de atuar, que não essa absurda e medíocre maneira que nos impuseram a forceps.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
O contraste da atuação dele foi seu compatriota, na posição de corner player, errando tudo da zona morta e se deslocando com muita dificuldade. Além, é claro, do Shilton, que chega a ser constrangedor a falta de recursos ofensivos, o que leva o adversário a deixá-lo sozinho com a bola e não ser punido por isso, e mesmo no que supostamente é especialista falhando de forma vexatória, cometendo uma falta a cada dois minutos ou menos. Enquanto isso o Felício, mesmo cru, mas com muito talento, no banco… Haja paciência…
Sem dúvida Rodolpho, a obesidade do americano o trava bastante, e por isso é que defendo a ida dos alas para dentro do perímetro, que em conjunto com o pivô de ofício daquela imensa qualidade, em muito contribuiriam para arremessos mais precisos e acumulo de faltas dos adversários. Alexandre e Marcos têm altura e técnica suficiente para essas funções, o que falta ao Shilton e ao jovem Felicio, que muito ainda tem de ser ensinado, e consequentemente aprender…
Um abraço, Paulo Murilo.
Permita-me usar da democracia – ausente nesse país bolivariano, mas presente neste blog – para discordar em parte, professor.
Gostaria de ver o Marcelinho dentro da linha de 3 pontos, usando seu quase sempre perfeito arremesso de média e curta distância e o Marquinhos na cabeça do garrafão, que sempre causa um desequilíbrio físico gritante entre ele e um ala-armador, de no mínimo 15 cm., fora a facilidade dele de infiltrar partindo daquela posição.
Como rubro-negro, espero que Shilton e o corner player sigam outros caminhos na próxima temporada, abrindo tempo de jogo pro Felício. Não vejo como um jogador com o potencial dele possa evoluir somente treinando, já que joga 5 minutos por jogo, fora o “garbage time”.
E que, pelo amor dos deuses do basquete, enquanto não aprende o dificílimo fundamento do arremesso de 3 pontos, o Gegê limite-se a passar ou infiltrar. Chego a ficar com vergonha alheia quando ele se aventura, e o estrategista nada fala.
Abraço, professor.
Prezado Rodolpho, para que o Marcelo atue da forma preconizado por você será necessária a presença de um só armador jogando para ele, já que de armação de equipe é muito deficiente, principalmente na condução de bola onde sua ambidestralidade deixa muito a desejar, deixando o jogo interior em segundo plano por falta de apoio de fora do perímetro na alimentação dos pivôs. Essa é forma com que a equipe vem atuando na maioria dos jogos, já que dificilmente o Marcos atua junto aos pivôs, preferindo também os longos arremessos. No jogo passado, foi a disposição do Marcelo em verdadeiramente colaborar com o jogo interior que propiciou a grande atuação do Meyinsse, numa ação que conteve seus arremessos bastante contestados pela defesa de Mogi. Mas de maneira geral sua colocação é válida, correspondendo ao que a equipe carioca vem fazendo no campeonato.
Obrigado por suas sempre bem vindas colocações. Um abraço,
Paulo Murilo.