DESTUMULTUANDO…
Começa o jogo, e para variar uma bola de três para cada lado é detonada, como querendo afirmar quais os rumos que ambas as equipes pretendem direcionar, num hábito largamente divulgado no âmbito das franquias da LNB.
Antecedendo um pouco ao seu início, um ligeiro toque no transmissor FM atado ao árbitro, sinalizando que sua senhoria está conectando seus conhecimentos técnicos que serão divulgados pedagógicamente aos ignorantes tele ouvintes ligados ao mesmo, assim como os saudáveis diálogos que travará dali em diante com jogadores e técnicos, todas atitudes altamente dispensáveis face as regras do grande jogo, da qual é seu executor, jamais legislador…
“Atenção que vou lançar a bola muito alta, para depois vocês pularem”, instrução óbvia ao bola ao alto para a platéia ignara de casa, e dois jogadores por volta dos 2.10m de altura, todos convencidos de que a bola terá de realmente ir bem alta, afinal…
No entanto, desta vez a arbitragem agiu rapidamente quanto ao cenário que ensaiava se repetir do jogo anterior, e com uma falta técnica refreia o jovem técnico do Paulistano, e de tabela o de São José, que daquele momento em diante se perde em irônicos olhares e gestos, em vez de se concentrar firmemente nos problemas de sua equipe, talvez mais perdida do que ele ao se ver tolhida em sua tentativa de pressionar a arbitragem, como é de seu hábito fazer.
São José, de certa forma repetiu a fórmula vencedora do Flamengo de véspera, forçando o jogo interior, onde o substituto do contundido Caio, o americano Nelson, se impôs com força e técnica, desmontando aquele setor da equipe segunda colocada na classificação, e que não encontrou antídoto a altura, se perdendo nos longos arremessos, e na pífia marcação em ambos os perímetros, o que incentivou também seu oponente aos tiros longos, que se substituídos pelas penetrações teria alcançado um placar mais elástico do que foi conseguido.
Mas algo de inusitado aconteceu em um dos comentários feitos pela entrevistadora e pelo analista da TV, a que reporto aproximadamente: Repórter – “O Gustavinho foi a mesa e sarcasticamente pediu para que seus tempos fossem cedidos ao Zanon. Não deu instruções a seu time no tempo de São José, e disse que o melhor a fazer era arrumar suas coisas e voltar para são Paulo”…
Comentarista – “Não concordo com a posição dele, tem de respeitar o seu adversário”…
Repórter – “O fato dele ter somente 33 anos pode ter influenciado nisso?”…
Comentarista – “Acredito que sim”…
Como podemos testemunhar, o birrento técnico rapidamente se firma como uma personalidade ambígua, entre o discurso técnico tático e o comportamento passional, que anula a capacidade analítica e metódica, necessária às tomadas de decisão, naqueles momentos onde a calma, a paciência e a concentração absoluta definem a medida mais indicada a ser tomada junto a equipe, que tenderá a responder com as mesmas qualidades advindas de seu líder, pois em caso contrário o melhor a fazer é “arrumar suas coisas e retornar para…”
O quarto jogo na sexta feira definirá qual o caminho e a opção a ser tomada pelo jovem técnico, a raivosa, agitada e agressiva liderança, principalmente voltada para a arbitragem, cegando e obliterando suas decisões, ou a calma e paciente observação do que ocorre na quadra de jogo, basicamente sobre sua equipe, pois a adversária é conhecida e testada. Torço para que consiga, ao menos, se acalmar…
Amém.
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