SE AGITOU, DECRESCEU E PERDEU…

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O NBB6 chegou ao final, e a equipe do Flamengo foi sua lídima vencedora, a qual parabenizo pela conquista, mas no entanto, continuo a discordar da forma como joga, idêntica a de suas adversárias em sua maioria, vencendo-as por ter nas posições de 1 a 5 melhores jogadores que as mesmas, fruto de maiores investimentos, principalmente em jogadores estrangeiros de qualidade.
Laprovittola e Meyinsse fizeram a grande diferença, principalmente o grande pivô, que quando acionado (infelizmente muitas vezes trocado por bolinhas pretensamente eficientes, que foram nesse jogo 8/26, com 16/28 de dois pontos, num clara convergência propiciada por seu oponente…) decidiu alguns importantes jogos com seu impressionante domínio das fintas, do drible e dos arremessos firmes e seguros perto da cesta, sem falar de seu potencial defensivo e reboteiro. Sem esses dois jogadores, a equipe carioca dificilmente levaria o campeonato, pois seus jogadores patrícios se equivalem aos das outras equipes nas qualidades, e principalmente nos defeitos, basicamente os defensivos, já que taticamente atuam no sistema único presente na realidade de todos, em português e espanhol…

Mas algo saltou aos olhos atentos desse curtido professor, e que no afã torcedor da mídia dita especializada, deixou de ser comentado, sequer apontado, a primariedade opcional da equipe paulista nesse jogo em particular, o decisivo, que, apesar do equivoco, quase o levou de vencida.
E no que falhou? Na teimosa e pouco inteligente permissividade pelos longos arremessos, quando vinha eficientemente se comportando muito bem nas ações de 2 em 2, utilizando seus bons pivôs, inclusive pendurando o Meyinsse no terceiro quarto, e cuja continuidade ofereceria a grande chance de vencer uma partida possível, porque não?
Sabedor de que a equipe carioca, pelos jogadores que possuí, que não abrem mão de suas “convicções” pontuadoras, principalmente de fora (vide o Marcos, o Marcelo e o Alexandre), e por isso pouco utilizando seus pivôs, optou o Paulistano pelos arremessos também de fora (5/21) e pelo tico-tico de seus americanos, também abandonando o jogo interno, que comparecia em alta (21/40). Numa simples continha aritmética, em um jogo que perdeu por cinco pontos nos dois minutos finais da partida, se tivesse trocado a metade dos erros nos três pontos (16 tentativas) por tentativas de dois, teria a sua disposição 16 pontos possíveis e mais precisos, logo…
Mas seu técnico, o melhor da temporada (?), assim como seu oponente, ambos da seleção brasileira, preferiram, desde sempre, fazer presenças coercitivas sobre a arbitragem, do momento que a bola subiu para o início do jogo, até seu final, sem serem coibidos como determina a lei do jogo, por juízes mais voltados ao estrelismo, falseando sua única e básica função, aplicá-la com rigor e isenção.
E ao preferirem tal situação, perderam, como a maioria dos técnicos perdem ( e nesse ponto, um comentário do analista da TV de que TODOS os técnicos reclamam da arbitragem, conotando uma inverdade midiática, mas que parece ser bem vinda como “parte do espetáculo”, o que é lamentável…) a fantástica oportunidade de entrarem no âmago do grande jogo, através a minuciosa comparação de seu projeto de preparação com a realidade da competição, nos detalhes, aqueles ínfimos, porém determinantes detalhes técnicos, táticos, e acima de tudo estratégicos de seu trabalho, pois serão melhores profissionais na medida em que diminuam a distância entre diagnose e retificação de suas ações e intervenções técnicas, táticas, comportamentais, afetivas e interpessoais numa equipe de alta competição, aprendizagem essa iniciada na formação de base, e na percepção do quanto representa essa diminuição na real, pois adquirida, compreensão do que ela representa em sua árdua profissão de educador e técnico.
Enfim, mais uma etapa pelo soerguimento do nosso querido basquetebol completou seu ciclo, no entanto, ainda muito aquém de nossas necessidades, principalmente tão próxima de 2016, numa constatação bastante evidenciada, a de que nosso grande óbice no grande jogo percorre o caminho das carências técnicas, onde uma escola como a ENTB de forma alguma prefacia mudanças, mais sim endossa o que aí está, e onde o primado da meritocracia cede seu estratégico lugar ao compadrio e a mesmice endêmica que asfixia o grande jogo entre nós.
Gostaria imenso que investíssemos em novos sistemas de preparo de base e do jogo em si, e que fosse dado mais espaço de mídia às nossas realidades regionais nesse imenso e injusto país, em vez de vermos a cada dia que passa a solerte e maliciosa imposição de uma cultura absolutamente impraticável em nosso país, pois alimentada por quantitativos astronômicos, muito longe de nossa realidade econômica e social, porém muito próxima de uma turma que ama o que não consegue, e que segue teimando por migalhas advindas de sua consentida colonização.
Amém.

Fotos – Paulo Murilo e André Raw. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 



2 comentários

  1. Henrique Lima 04.06.2014

    E dizem que foi o “MELHOR TÉCNICO DO NBB6”.

    Em que mundo estamos, Professor ?

    Claro, o showzinho, a gritaria, a “empolgação”, tudo isso é mais importante do que realmente instruir, ler e conduzir o time.

    Um abraço !

  2. Basquete Brasil 04.06.2014

    Mas que dá um imenso IBOPE, isso dá, sem dúvida alguma…
    Um abraço Henrique, Paulo.

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