O ÁPICE DA CONVERGÊNCIA…
“Pôxa Paulo, o sul americano comendo solto e você nada, nadinha?
Olha amigo, com tanta “fera” comentando até minúcias que honestamente desconheço, que falta faço? E mesmo que tentasse me ombrear com a “especializada”, que mais poderia acrescentar, senão, talvez, uma ou outra colocação escrita, ou gráfica, com a minha proverbial ranzinzice de veterano que não aceita (e jamais aceitou) tanta mediocridade que afoga o grande jogo, injusta e renitentemente?
Mas velho, pelo menos uma pincelada, monocrômica até, de leve…
Tá bem, vamos lá, mas só uma pincelada…
Não vi os jogos contra a Argentina e a Venezuela (estava ajudando minha filha Andrea em seu IV Congresso Brasileiro de Dança Moderna, algo bem mais técnico e belo que as peladas institucionalizadas que imperam por aí…) , mas analisei os números, manjados, os de sempre, principalmente quanto a eterna hemorragia, jamais estancada das bolas de três, como numa afronta deliberada e profundamente estúpida, burra até…
Consegui assistir(?) o do Uruguai, que foi uma lástima, pois em absoluto percebi algo que se comparasse a uma equipe treinada, organizada, minimamente preparada para uma competição internacional, e com uma retumbante novidade, um sistema com dois pivôs e três armadores, numa clara, direta e incisiva, pois deliberada, opção pela convergência, pela priorização das bolinhas de três, que nessa partida consumou 18/25 de dois pontos e inacreditáveis 6/28 de três, e que irônicamente conseguiu vencer em duas esporádicas finalizações embaixo da cesta no minuto final da partida, numa tácita confirmação de ser esta a concepção tática de seu trei…,digo, estrategista…
Também foi tentado o sistema de dois armadores e três pivôs, assim como em toda a partida sempre estavam em quadra dois armadores, numa claríssima demonstração de “inovações” pretendidas, porém profundamente equivocadas, pois desenhar, ou pranchetar tais formações que exigem um profundíssimo conhecimento do “como” fazer uma equipe se comportar coletiva e harmonicamente dentro dessas concepções avançadas de jogo, e que são, com a mais absoluta certeza, desconhecidas por essa geração de estrategistas ligada xipófogamente ao sistema único. E quando afirmo não conhecerem o “como” fazer jogar, basta o simples fato de vermos o resultado dos especializados testes, treinos físicos e de força, além dos rachões de praxe, resultarem na bagunça, triste e lamentável, que temos visto acontecer em nossas seleções, para avaliarmos com isenção e muita certeza que, com tal liderança estaremos roubados para 2016, com ou sem os “detalhes” previamente inseridos nos espertos álibis premonitórios que já se desenham no horizonte…
Somemos a este sombrio cenário ao pavoroso ensaio que se desenrola nos mais sombrios ainda, bastidores do nosso tecnicamente indigitado basquetebol, sobre a efetivação de uma associação de técnicos, que segundo o técnico Lula Ferreira “existe, mas não funciona”, e que logo para mim, se não funciona, inexiste, e sendo que a mesma jamais foi prioridade para nenhum dos luminares que se apossaram do controle técnico do grande jogo, mas que se afigura como um politico instrumento, mais um, na busca do domínio completo da modalidade, na forma de um clubinho entre amigos comprometidos com o que aí está, sacramentado e cristalizado, quando deveria ser amplamente discutida em caráter nacional, ocupasse o tempo que fosse necessário para sua consecução, já que estrategicamente básica e fundamental. No entanto, vejo o velho e acalentado sonho, que tentei por duas vezes tornar realidade, começar a se transformar em mais um instrumento da mesmice endêmica em que foi transformado o basquetebol, em sua organização de base e em sua formulação técnico tática desde sempre.
Voltando ao jogo em si, e suas anárquicas e equivocadas “soluções” táticas, acompanhem as fotos que ora posto, como prova inconteste do muito que ainda temos de aprender sobre a grande arte de formar, treinar e fazer jogar uma verdadeira equipe, em toda a sua dimensão de coletivismo e produção individual, totalmente voltada ao bem comum, no qual estará inserida se orientada e comandada por quem realmente entende o que está fazendo, de verdade, de verdade mesmo, e não apoiado sob o manto do corporativismo vigente…
Amém.
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