O DISCURSO COLETIVISTA…

Num jogo em que o Marcelo e o Guilherme entraram e saíram da quadra sem que ninguém no ginásio os notassem; que os armadores perdessem todos os duelos 1 x 1 com os americanos e atuassem pifiamente no apoio logístico ao jogo interno; que o Marcos em momento algum disputou uma bola sequer embaixo das cestas, ou tivesse chance de disparar suas bolinhas de fora; que por mais uma vez os grandes pivôs viessem jogar fora do perímetro, atuando isolados, e mesmo assim pontuassem com relevância, e que nossa defesa se situasse abaixo do mínimo permitido em um jogo de tal importância, é que podemos aquilatar o quanto de problemas enfrentará o hermano para tentar equacionar, principalmente quanto a uma rotação seriamente comprometida pela falha convocação, ao deixar para trás jogadores que, ao menos, poderiam somar para a equipe no plano físico, frente a fragilidade nesse aspecto por parte de alguns veteranos, nitidamente convocados pelos nomes e pressões midiáticas.

O tão decantado discurso de que o confronto se situaria entre o coletivismo brasileiro e a individualidade americana, ruiu exatamente pela coletividade americana, onde seus jogadores se complementavam através o enorme domínio que ostentam nos fundamentos do jogo, os individuais e coletivos, enquanto os nossos se perdiam em individualizações equivocadas e premidas pelo baixíssimo conhecimento daqueles mesmos fundamentos ostentados por seus oponentes, que se atuassem em pleno, como o farão certamente na Espanha, teriam levado o placar para muito mais do que os 20 pontos de diferença alcançados…

Enfim, creio que tenham ficado bem expostas as grandes dificuldades da seleção, a ausência de uma fluidez ofensiva que una e torne interdependente as ações fora e dentro do perímetro, através uma constante e dinâmica movimentação de todos os jogadores, e o sentido de cobertura defensiva, somente possível a esse nível, com a execução de flutuações lateralizadas à linha da bola, nunca longitudinais a cesta, propiciando as ajudas fundamentais ao sucesso de um sistema defensivo de qualidade, ainda mais com a presença de bons pivôs, ainda muito dispersos no jogo de rebotes, onde as mútuas ajudas os tornariam verdadeiramente eficientes.

No entanto, como imagens explicam mais do que palavras, acompanhem as aqui postadas para compreenderem o quanto de trabalho terá de ser dispendido em treinamento (e não rachões…) até o inicio da grande competição mundial. Assim torço e espero…

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Cloque nas mesmas para ampliá-las e acessarem as legendas.

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2 comentários

  1. Walter Carvalho 17.08.2014

    Ola Professor Paulo,

    Adorei os seus comentarios e obervacoes especialmente as fotos ilustrando problemas taticos e tecnicos na performance do nosso selecionado durante os amistosos que antecedem a copa do mundo.

    Para jogar desta forma, nao acho que seja necessario tecnico estrangeiro! Nao podem mais justificar as derrotas e as performances abaixo do nivel….

    1. Nao tem tempo para treinar a equipe…
    2. A equipe esta desfalcada dos grandes astros da NBA

    O que estamos observando e que a parte tatica da equipe nao se encaixa com o material humano da selecao. Estamos jogando de uma forma arcaica, sem movimento e sem fluidez. Forma esta que nao favorece as caracterisitcas individuais de nossos jogadores, vide as suas fotos e as performances abaixo do nivel de muitos dos nossos jogadores importantes…

    Sem falar na defesa que continuam cometendo os “mesmos” erros descritos aqui em suas colunas e em minhas observacoes anteriores:

    1. O arremesso de tres – nossos jogadores nunca contestam o arremesso.

    2. Nao possuimos postura defensiva – jogando com os bracos abaixo da cintura e com o posicionamento dos pes que e uma salada de conceitos defensivos.. Ou seja nossos jogadores que marcam o homem da bola nao sabem como marcar e qual o objetivo – se e o de forcar o homem para a linha lateral ou para o meio…

    3. Nossos jogadores sao facilmente batidos com e sem a bola e nao conseguem evitar penetracoes a cesta e quando isto acontece – nao existe flutuacao nem rotacao defensiva.

    4. Continuamos a jogar sem utilizar as jogadas de situacao especiais como oportunidades para cesta.

    5. Jogamos sem reconhecer e ler o adversario – nossa pegada defensiva – se e que podemos chamar “isto” de pegada defensiva e HORROROSA! marcamos todos igualmente como se todos fossem importantes para o adversario. Nossa defesa nunca dita as acoes ofensivas e sempre reage as movimentacoes do ataque.

    Para jogar desta forma… com tantas falhas tecnicas e taticas – Nao precisamos de tecnicos estrangeiros! Acho isto um absurdo para um pais como o Brasil! Acho um absurdo tambem a falta de coragem de tecnicos brasileiros em aceitar tal situacao!

    Acredito que a performance de nossa equipe atual seria muito melhor se fosse dirigida por tecnicos brasileiros…

    Por exemplo se o Mortari, ou Marcel estivessem dirigindo esta equipe e eles perdessem da forma que o Brasil perdeu para os EUA e vem jogando durante os amistosos – estes seriam altamente criticados por outros tecnicos brasileiros e pela midia..

    A Luana Piovani ja dizia que o brasileiro nao respeita e nao aceita o sucesso de um outro brasileiro – mas abre as pernas para qualquer estrangeiro!

    Desculpe mas estou indignado com as performances individuais e coletiva do nosso selecionado!

    Estava assistindo o jogo com amigos e torcendo pelo Brasil querendo me orgulhar de ver o nosso selecionado com jogadores da NBA fazendo um jogo duro e um jogo seguro tecnico e tatico – porem tive que aguentar os sorrisos e a falta de respeito ao nosso basquetebol pois da forma que jogamos parecia uma equipe de high school jogando contra uma equipe da NBA.

    Infelizmente continuo torcendo… Mas sem esperanca de que estes erros sejam corrigidos a tempo ate a Copa da Mundo!

  2. Basquete Brasil 18.08.2014

    Walter, sua indignação é a minha também, pois não podem mais tapar o sol com a peneira como se nada ou ninguém conhecesse o básico do grande jogo, nem precisando ir a fundo, somente o básico. Não defendem, não contestam, atacam em ações isoladas, pouco contra atacam, e o pior, nem arremessos acertam mais, fator que me deixa arrepiado com as veladas ameaças de retorno da hemorragia dos 3, ensaiada por um…isso mesmo, um pivô, agora endeusado por acertar três bolinhas de fora, e claro, deixando as possibilidades de rebote ofensivo a descoberto. Quero ver isso se repetir no Mundial, a não ser que o Magnano o escale junto a outros dois pivôs, reservando-o para as conclusões de fora. Mas acredito que o hermano não teria peito para isso, logo…
    Enfim Walter, fora os anseios de “superação” que emanam dos comentários nos blogs especializados (nesse aqui não, pois a esmagadora maioria dos mesmos é anonima, como anonima é a chuva de “opiniões táticas” de uma turma que não tem coragem de mostrar a cara…), todos lideres de audiência por acoitar tal gentio.
    Mas como o “vamo que vamo” é a tônica dos desportos nesse enorme e caótico país, esperemos para ver, ou ouvir…
    Um abração Walter.
    Paulo.

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