DE NOVO, OS HERMANOS…
É realmente duro você ter de assistir numa competição do nível de uma Copa Mundial, a jogos como o de hoje contra uma equipe que sequer disputaria uma Copa Ouro da LNB, tal sua fraqueza e ingenuidade, como a equipe egípcia, que deve ter levado o Queops a se retorcer em sua pirâmide…
Mas o pior de tudo é ter de ouvir comentários exultantes e grandiosos sobre uma pretensa qualidade técnica por cima de um mais pretenso ainda cachorro morto, chutado ao não mais poder, mas sobre contra ataques terminados em arremessos de três, e pirotecnias exibicionistas nada foi comentado, ao contrário, exaltadas como se defrontassemos um adversário qualificado. Quero ver, e ai sim aplaudirei de pé, os mesmos arroubos no domingo contra a Argentina…
Ah, tornaremos a encontra os hermanos em mais um Mundial, e no mata-mata definitivo, somente com passagem de volta para quem jogar a toalha, e que, bem poderiam ser eles, se…
Se jogarmos na cozinha deles, no embate direto com seus pivôs, que são muito bons, mas não tão melhores que os nossos, num confronto onde o jogo será decidido, e porque penso que assim o será?
Basta observar o cuidado com que os argentinos tratam a sua sempre presente dupla armação, assessorada de muito perto por um ala pontuador como o Gutierrez ou veloz e penetrador como o Mata, sempre por perto dos dois pivôs que ora fecham sobre o aro, ora abrem para os médios arremessos, coordenados e praticando um coletivismo de verdade, além de defenderem ferozmente seus perímetros…
Então, o que nos cabe fazer para enfrentá-los no passo a passo de uma partida que determinará quem segue na competição, senão confrontá-los no que têm de melhor, sua unidade, que pode ser abalada frente a uma unidade semelhante ou maior, como, por exemplo, atacá-los também em dupla armação, lançando os pivôs no embate frontal, liberando dessa forma possíveis e bons arremessos de média e curta distâncias, até o ponto em que, forçados pela compressão defensiva abram os espaços necessários a bons e equilibrados arremessos de fora, executados por quem os dominam, e não candidatos iniciantes nessa dificílima arte, principalmente se forem pivôs…
Defensivamente, bloquearmos o poderio reboteiro deles se torna a maior de todas as prioridades, num trabalho conjunto e de mútua ajuda de toda a equipe, altos e baixos, assim como optarmos pelos arremessos deles dos dois pontos, contestando-os a não mais poder fora do perímetro, permitindo, sem trocas e em última instância suas penetrações, basicamente dos armadores, levando-os a uma armadilhamento de bloqueios similar ao executado com precisão pelos gregos no jogo de hoje, quando blocks sobre o Campasso e até o Prigioni foram bem sucedidos, já que o Laprovitola com seu DPJ e fintas com hesitações e trocas de direção bem azeitadas, obtém mais sucesso que seus companheiros de função nas finalizações interiores…
Acredito que aquela equipe que se mantiver mais estável em suas concepções táticas ofensivas, e mais determinada em defender em bloco e na linha da bola, contra atacando sempre que puder, e não permitindo liberdade nas ferozes bolinhas de três pontos, conseguirá uma razoável vantagem para finalizar o jogo, somada a um fator que será determinante, o bom aproveitamento nos lances livres, pois jogos com pivôs tão poderosos, além de velozes, provocam muitas faltas pessoais, que de nada valerão se não forem convertidos aqueles arremessos, que de um em um, ganham jogos desse nível…
Convertendo de dois em dois e de um em um, podemos vencer o jogo, deixando os arremessos de três para aqueles momentos em que se imporão natural e complementarmente, e não como prioridade no jogo, o que seria um desperdício de tempo e esforços, e que não perdoará quem infringir uma das regras fundamentais do grande jogo, a de que precisão e eficiência nos arremessos estarão sempre relacionadas à menor distância possível em que forem executados, e esse determinante fator se constitui na chave mestra das grandes vitórias, sempre…
Amém.
Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.
Aquele give-gozinho já está aniquilando o Brasil desde 2001 na Copa
América de Neuquen quando o armador platino era o Pepe Sanchez.
E me parece que continuaremos a penar com eles, através os bons armadores argentinos alimentando o Scola, prezado Alex. Mas, com uma boa defesa poderemos equilibrar, e até vencer, vamos ver. Um abraço. Paulo Murilo.