A VITRINE DO NADA…

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Triste, muito triste assistir uma seleção brasileira tão frágil, tão destituída de qualidade técnica, a mais básica, a mais primal, no conhecimento e domínio dos fundamentos do grande jogo, aqui apequenado, indefeso…

 

Como é possível uma equipe de alta competição apresentar no somatório de todos os arremessos de quadra (13/53 de dois, 5/16 de três) uma produtividade de 26%, como?

 

E mesmo que agregássemos os 14/22 lances livres, não ultrapassariam os 32%!! Enquanto sua adversária somava 49% e 52% respectivamente…

 

Realmente muito triste, e às vésperas de um 2016 olímpico que não perdoará tanta displicência e incompetência no preparo de uma geração, que é apresentada com empáfia e arrogância como regiamente preparada fisicamente, e possuidora de uma forma veloz de atuar ímpar, além de apresentar, como na masculina, um garrafão poderoso e respeitado mundo afora…

 

Mesmo que concordássemos com essa pseudo realidade, de que adianta tal poderio se a bola encontra bloqueios intransponíveis para chegar até ele em condições de jogo, como?…

 

Bem, convenhamos que as respostas são as mais óbvias possíveis, mas que não encontram respaldo no comando decisório de uma seleção que é entregue a um técnico, que por ser considerado genial (?) destina meio expediente à mesma, dividindo-a com o comando de uma equipe masculina da elite nacional, e que apresenta um hábil álibi justificador de derrotas, como sendo um trabalho de renovação a longo prazo sem pressões e sem exigências com inexperientes e muito jovens jogadoras, esquecendo porém, que se trata de uma seleção brasileira em um Campeonato Mundial, e que mesmo assim passou o tempo inteiro da partida pressionando a arbitragem e discursando freneticamente ao lado da quadra, numa demonstração de que o fator pressão ali estava, esteve e sempre estará em uma competição dessa envergadura…

 

O inconcebível é o conhecimento público de sua preparação, onde testes físicos “científicos”, métodos modernosos como Pilates, entre outros menos votados, com o intuito de desenvolver velocidade, força e impacto, tomassem um tempo precioso do preparo que realmente faria com que progredissem na arte de bem jogar, através o conhecimento embasado e sério dos fundamentos, eles mesmos, se bem planejados e competentemente ensinados, como fonte permanente de preparo físico, sempre junto a bola, nos dribles, fintas, passes, marcação, rebotes, bloqueios, corta luzes, e arremessos, todos elementos de formação, fundamentação e manutenção das técnicas individuais e coletivas do jogo, sem as quais, nenhum, por mais simples que seja, nenhum sistema ofensivo ou defensivo vingará em uma competição, como vimos, e viemos vendo desde muito tempo acontecer de verdade. O que vemos é um pastiche rudemente coreografado e pranchetado do nada, nada mesmo, absolutamente nada, nadinha…

 

Mas que mantêm lideranças bem falantes, simpáticas, paternais (?), em postos para o qual não têm sólida formação, a não ser aquela que se estendeu pelo imaginário dos mal informados, e mesmo mal formados, todos frutos de um realismo cruel alimentado pelo compadrio e pelo selvagem corporativismo, pois um mercado restrito dessa valia tem de ser defendido a qualquer preço e custo, mesmo que algumas gerações de jovens e incautos jogadores e jogadoras sejam sacrificadas para sua existência, manutenção e, por que não, perpetuação…

 

Mérito e competência são definições perigosas nesses tempos de penúria cerebral, dai estarmos colhendo o que ai está, na vitrine do grande jogo…

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

 

 

 

 



2 comentários

  1. Roberto 28.09.2014

    Parabens pela analise.
    Perfeita!
    Otimo!

  2. Basquete Brasil 28.09.2014

    Prezado Roberto, agradeço seus votos, porém, e honestamente escrevendo, preferiria que ele refletisse uma boa campanha de uma seleção tão jovem e tão desamparada, e não o triste exemplo de incúria administrativa e técnica de que padecem. Mesmo assim, torno a agradecer sua audiência que muito me lisonjeia.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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