O DETALHE (ÚNICO E VERDADEIRO) QUE DECIDE…
Ontem assisti surpreso um jogo entre duas das equipes mais chutadoras de fora, com somente 8/36 bolinhas (1/15 para o Flamengo e 7/21 para Brasília) num positivo contraste de 47/88 bolas de dois pontos (27/49 e 20/39 respectivamente), em tudo originado por uma defesa contestatória da equipe candanga sobre os arremessadores cariocas de fora, o que ocasionou uma quebra sensível em sua produtividade (1/15), levando-os para o jogo interno, onde bons e fortes pivôs os combatiam com algum sucesso. Mais ou menos era o que ocorria por parte da defesa rubro negra, não tão enérgica no perímetro externo, porém, à imagem de seu adversário, muito forte internamente…
Foi um jogo de garrafão e de curtos e médios arremessos, como a muito não se via nesse NBB, e que proporcionou ao bom público presente uma outra perspectiva de como se pode jogar o grande jogo, diferenciado do “chega e chuta” a que estava acostumado desde sempre, podendo assistir, não um ou outro nome estelar, e sim toda uma equipe envolvida na disputa, de forma coletiva e solidária. Claro que alguns rompantes se repetiram, principalmente por parte da turma do planalto, com alguns longos arremessos forçados e perfeitamente dispensáveis…
Por força de defesas muito próximas e combativas, a grande deficiência nos fundamentos de nossos jogadores veio, mais do que nunca, à tona, com erros grotescos de passes e domínio de bola, contabilizando o péssimo número de 33 erros (16/17), muito além do mínimo permitido (inclusive para divisões de base), quando , um deles, primário e comprometedor, levou de roldão uma partida empatada, com a posse de bola em lateral para Brasilia a 6.1seg do tempo final de jogo, e um passe foi negligentemente executado pelo armador Fúlvio, dirigido erroneamente ao pivô Cipolini, estando um outro armador, o Fred, em quadra, a quem deveria o mesmo ter sido dado, a fim de que, com sua habilidade e velocidade pudesse ser tentada uma penetração para uma finalização em DPJ, ou um passe sucedâneo a uma cobertura defensiva, permitindo a um dos três pivôs concluir o ataque, ou sofrer uma falta pessoal. Foi o mesmo interceptado corretamente pelo jogador Benite, deixando-o em condições de complementar um bandeja, dando a vitória à sua equipe por 76 x 74…
O auspicioso fator dessa diferente (se considerarmos a mesmice endêmica que tem prevalecido ate o momento) partida, com 40 pontos convertidos dentro do garrafão pelo Flamengo e 38 por Brasilia, nos faz acreditar ser possível jogar de forma diferenciada a que temos dolorosamente assistido no NBB, onde o tão decantado coletivismo, enfim, pode dar o ar de sua graça, através um basquete mais solidário e eficiente, com uma dupla armação de verdade, e três homens altos jogando conjuntamente no perímetro interno, como deveria ser, dando enfase prioritária aos fundamentos, que é o detalhe que decide partidas, o que defendo daqui dessa humilde trincheira desde muito, muito tempo…
Amém.
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