CONVERGINDO, DIVERGINDO, INDO…
Chegamos a mais um ano de NBB, que recomeçará em duas semanas de “descanso e férias” para alguns, e merecido aconchego familiar para a maioria, com um único porém, o fato de serem todos profissionais, que tiram seu sustento dentro das quadras de jogo e treinamento, e que deveriam aproveitar ao máximo esses 12 dias, ou 24 treinos, para acertarem os fundamentos e a compreensão e leitura dos sistemas propostos por seus técnicos, que se apresentaram com muitas falhas, muitas mesmo, originando um pseudo equilíbrio técnico e tático, frente a mediocridade apresentada pela maioria das equipes participantes, mesmo as mais bem colocadas. Férias, descanso e aconchegos deveriam ficar para depois de maio com o encerramento da temporada, ai sim, com as benesses a que todos têm direito, vencendo, ou perdendo…
Foram muitos os jogos assistidos, com uma Sportv aumentando sua grade semanal (quem sabe a presença da parceria NBA/LNB tenha despertado seu interesse…), e as transmissões pela Web da Liga, onde constatamos a cada partida o quanto de mesmice técnico tática ainda prevalece na realidade da maioria, com uma ou duas exceções, muito pouco para uma reversão de importância maior…
Exemplificando:
– Num jogo com 36 erros de fundamentos, Franca com 14 e Pinheiros com 22, fizeram uma partida dura de se assistir, principalmente pela similitude de ambas no duelo de bolinhas (7/25 para Franca e 8/24 para o Pinheiros), que somado aos 36 erros apontados, desenharam um estilo de jogar que tem se tornado um lugar comum presente na esmagadora maioria dos jogos dessa competição, que deveria ser de elite, mas desculpem, não é, mesmo, basicamente se continuarem a competir dessa forma. Venceu Franca por ter se interessado em jogar um pouco mais dentro do perímetro (24/37 contra 16/34), através a competência dos bons pivôs que possui. Quanto ao Pinheiros, um pouco mais de disciplina tática seria bem vinda, o que pode ser conseguida se treinarem integralmente durante esse período de “descanso e férias”…
– Num outro jogo, Franca teve um duro confronto com Bauru, decidido no quarto final, quando perdeu para um convergente habitual Bauru (17/27 de 2 pontos e 10/29 de 3), equilibrando a partida através um forte e consistente jogo interior (22/43 contra 17/27), perdendo ironicamente a partida ao optar seus dois ataques finais por bolas de três, através seus dois argentinos, quando deveria, fortemente, fazer valer sua superioridade interna demonstrada até aquele decisivo momento. Errou taticamente e perdeu um jogo que poderia ter vencido…
– Em Brasília, o time da casa teve pouco trabalho para vencer um Ceará que definitivamente não se ajusta aos pedidos de seu técnico, não sei se por excesso ou escassez de informações movidas, mais pela emoção, do que pela praticidade, ocasionando uma catastrófica convergência de 15/32 arremessos de 2 pontos e 10/39 de 3, o que impossibilita qualquer análise séria e formal…
– Então chegamos ao jogo de Rio Claro contra Limeira, onde ambas capricharam no jogo interno ( 28/43 contra 25/42), com Limeira mais solta ofensivamente pela intensa movimentação de seus dois, e até três armadores, e contando com alas pivôs de grande mobilidade dentro do perímetro, ocasionando durante a partida o fator decisivo, que a levou a vitoria, os passes de dentro para fora do mesmo para os arremessos equilibrados e livres de três pontos (10/24 contra 4/15 de Rio Claro), estabelecendo uma diferença determinante em sua vitoria. Essa equipe, que vem jogando de uma forma dinâmica e coordenada entre seus integrantes, quando pouco se vê imobilismos dentro de quadra, seja dentro ou fora do perímetro, desestabiliza as defesas mantidas em constantes deslocamentos, propiciando largos espaços para as penetrações e passes seguros, além do fator acima mencionado sobre os arremessos de três pontos. É sem dúvida a equipe que mais evoluiu taticamente nesse NBB7, justificando a colocação em que se encontra…
– Finalmente, ao fim dessa pequena resenha, não posso deixar de comentar um jogo que deveria ter sido equilibrado entre Pinheiros e Palmeiras, mas que infelizmente não o foi, por obra e graça de uma equipe absolutamente equivocada em sua forma de atuar tecnicamente, e ler o jogo da forma tática mais errônea ainda, pois convergindo fortemente (15/33 de 2 pontos e 9/32 de 3) ofereceu ao seu oponente as brechas necessárias à vitoria, ao duelar dentro do perímetro (18/36), economizando seis tentativas na aventura dos três (10/26), obtendo a vantagem necessária para vencer uma partida com 29 erros (14/15), frente a um Pinheiros que tem na armação seus maiores arremessadores, quando deveriam se concentrar um pouco mais no abastecimento interno de seus pivôs, sempre relegados a um segundo plano. A não corrigir esse estilo de jogar, terá essa tradicional equipe muitos resultados desfavoráveis na continuidade da competição, sendo das mais necessitadas de um forte trabalho de reestruturação nesses 12 dias de intervalo…
Enfim, entre prós e contras avança esse pouco impactante NBB7, que infelizmente ainda patina na pista escorregadia da indefinição por algo realmente novo, ou melhorado, ou mesmo recauchutado de experiências positivas de antanho, que viesse revigorar um cenário já bastante cansado e desgastado frente à mesmice institucionalizada que ai está, altaneira, formatada e padronizada, por estrategistas bilíngues, e brevemente, quem sabe trilingues também, afinal de contas, uma parceria está a caminho, ou não?…
Desejo a todos um 2015 pleno de realizações, com muitas esperanças em dias melhores para o grande jogo, para a formulação de uma politica nacional desportiva de verdade, se é que pode ser possível estabelecê-la com os dirigentes que apontam no novo governo, mas que poderia começar a ser possível através a luta permanente e infatigável daqueles que realmente amam esse enorme e injusto país, propiciando a seus jovens a única e factível oportunidade de vida, sua educação de qualidade, direito constitucional de todos eles…
Amém.
Antes de mais nada quero desejar ao senhor ótimos festejos de final de ano e muita saúde e paz!
Agora, se me permite, gostaria de perguntar sobre as próximas capacitações ao ensino de basquete que o senhor têm planejado!
Aguardo… Abraços.
Prezado Alexandre, obrigado pelos votos, que estendo para você também. Acredito que até o final de janeiro terei meu mini ginásio terminado, podendo dessa forma, otimizar as sessões praticas, para então estabelecer oficinas na semana final de cada mês, para até 4 professores de cada vez, pois tenho acomodações para tanto.Em janeiro divulgarei o projeto, e aceitarei as inscrições. Espero tê-lo aqui comigo. Um abraço,
Paulo Murilo.
Se Deus quiser. Mas Professor, como seria se eu tentasse chegar por via rodoviária? Como se daria o translado da rodoviária até suas dependências?
Se preferir pode responder por e-mail!
Aguardo e abraços.
Prezado Alexandre, fique tranquilo que tudo será devidamente providenciado, logo que a Oficina for ativada para o fim de janeiro, quando você e os demais interessados em fazê-la serão orientados. Um abraço.
Paulo Murilo.
Prezado Professor, diante de mais uma lâmina que evidencia a famigerada mesmice endêmica que nos rouba a arte do grande jogo, fico ainda mais pasmo quando vejo a situação do inteligente e fantástico Marcel. Um mestre com grandes ideias e críticas à essa doença, mas que ao tentar “transformar água em vinho”, esbarra nesses vícios dos jogadores que os acompanha desde a base e são aperfeiçoados pelos “estrategistas das pranchetas”. Assim, O trabalho dele, muito bem intencionado, mais parece o de um phd em física quântica tentando explicar a rota das galáxias à crianças do primário. Triste ver essa foto dele acima e sua brilhante legenda. Ao lado da LDB É a prova cabal de que está tudo convergindo para o nada. Abraço e um feliz ano novo.
Prezado Thales, também me entristeço com a situação do Marcel, que me parece estar sendo muito pressionado, o que reflete em seu semblante sempre muito tenso e crispado, o que retira dele uma boa dose de tranquilidade e equilíbrio, quando a equipe responde mal na quadra. Acredito que ele saberá superar essa fase, retomando o caminho dos bons resultados. Quanto à LDB, fico temeroso de publicar o resultado desta fase terminada, quando os erros de fundamentos alcançaram números realmente absurdos. Um bom e feliz 2015 para você. Paulo Murilo.