CONVERGÊNCIAS…
Faltavam poucos minutos para o final do jogo, quando o técnico de Bauru pediu um tempo para alertar a equipe da reação do Flamengo, e orientar uma cadenciação do jogo dali para diante, a fim de refrear o ímpeto do forte adversário. O lateral é batido e na investida a seguir, e com mais de 15seg de posse de bola, seu melhor finalizador queima um arremesso de três, erra, propiciando o temido contra ataque carioca. Pede um novo tempo para advertir o jogador, quando deveria tê-lo sacado da equipe, dando aos demais o recado direto, e fazendo com que o mesmo, no banco, refletisse sobre a importância da obediência tática, quando essa se faz estrategicamente necessária. Algumas vezes agi dessa forma em equipes que dirigi, e somente uma vez fui levemente contestado, quando o caminho do jogador foi mudado do banco para o vestiário, sem maiores debates…
Menciono esse fato como o fator que definiu o jogo, quando a equipe paulista optou priorizar o jogo interno (26/44), apesar dos 9/27 arremessos de três, que é a sua marca nessa competição, tendo convergido muitas vezes, e de forma maciça, enquanto seu adversário, também agindo fortemente dentro do perímetro em três quartos da partida (18/37 de 2 e 24/29 lances livres), optou equivocadamente no quarto final pelas bolinhas (8/26), não exercendo o paciente e mais preciso jogo dos 2 em 2, originando, frente a forte contestação de Bauru, muitas falhas de arremessos, permitindo os contra ataques que selaram seu destino no jogo…
Neste jogo em particular, Bauru mudou bastante sua habitual característica pontuadora de fora, utilizou mais seus bons pivôs, otimizando seus ataques, que mesmo frente às 18 bolas perdidas de 3, soube compensá-las com uma forte defesa interna e também externa frente aos bons e técnicos jogadores cariocas, que em vez de seguirem o exemplo dos paulistas, preferiram retornar ao habitual jogo de fora, errando em demasia e perdendo justamente o jogo, testemunhado por um técnico, que não soube (ou não quis) refrear as desesperadas bolinhas, que foi o mérito maior do técnico adversário…
Foi um jogo bastante didático, provando mais uma vez que, com boa vontade e bom senso, pode-se mudar um pouco essa medonha realidade que vem prejudicando nossa forma de jogar o grande jogo, bastando desenvolver um misto de coragem e audacia, para atingirmos um outro patamar, uma nova e promissora realidade…
No jogo do Paulistano na Argentina, pela Liga das Américas contra os mexicanos do Halcones, somente uma observação anexada à imagem postada – Equipe convergente (18/31 de 2 e 11/32 de 3) não vence grandes torneios, pois trata-se de uma simples questão aritmética, onde seu adversário efetuou 27/44 e 5/11 nas mesmas conclusões- Nada mais poderá ser dito…
Amém.
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