VAMOS JOGAR A…
Foi a vitoria da equipe que optou em fluir o jogo através uma tripla armação, dinamizando seu ataque num corrossel imparável, escorado por um quarteto de pivôs muito rápidos e potentes, capazes, de aos pares, acompanhar a velocidade da trinca externa, além de, por seu dinamismo, criar sérios obstáculos defensivos nos cariocas, que, como vem acontecendo nas últimas partidas, preferiram, nos momentos decisivos da partida as longas bolas, com seu percentual de acerto sempre inferior ao jogo interno, em vez de duelar diretamente com a turma alta dos paulistas, que ao insistirem “lá dentro” arremessaram 17/20 lances livres, contra 11/14, determinando os 6 pontos decisivos do jogo, em quase tudo parecidos nas bolas de 2 (14/32 e 16/37), e de 3 (11/24 e 10/19 respectivamente), até nos erros de fundamentos (13 e 14)…
Poderia se dizer que o fator decisivo foram as 13 bolas perdidas de três do Flamengo, contra 9 de Limeira, cuja equipe contestou com mais eficiência do que a equipe carioca, haja vista a marcação linear e horizontal do pequeno Jackson sobre o Marcos com seus 2,07m, obrigando-o a um excelente 6/7, porém anulando totalmente sua capacidade penetradora, um de seus pontos mais fortes, além de praticamente cortarem pela raiz a eficiência pontuadora de fora dos demais rubro negros…
Fiorotto, Mineiro, Teichmann e Hayes, juntos a Nezinho, Ramon, Jackson, Dalla e Derick, formam hoje a equipe mais rápida e dinâmica da Liga, onde a movimentação constante e infiltradora, cria excelentes espaços de manobra ofensiva, sempre focando diretamente a cesta, e não se perdendo em passes de contorno como a equipe carioca, aferroada ferozmente aos exigentes pedidos de obediência tática a jogadas mil, com aplicabilidades nem sempre condizentes com as exigências táticas daqueles momentos mais decisivos, porém imperiosas para seu técnico, mais preocupado com o desenvolvimento das mesmas, do que atento àqueles sutis aspectos técnico individuais que seu adversário captava com mais prontidão e perspicácia, vencendo a partida por se comportar daquela forma, apesar de quase por tudo a perder com seu temperamento exibicionista e até certo ponto imaturo e infantil…
Mas, como sempre vem acontecendo nesse NBB, como nos anteriores também, algo de muito mal gosto e pouco inteligente vem grassando no âmbito da arbitragem, a teimosa e dispensável “arbitragem pedagógica”, aquela que teima em “ensinar” as regras pela TV, com juizes microfonados, e sempre dispostos ao recado – Da próxima vez dou falta técnica – fator altamente dispensável numa divisão profissional onde o conhecimento das regras é obrigatório, e onde a aplicação das mesmas tem de seguir padrões bem determinados, onde a inexistência da “próxima vez…” é uma de suas bases legais…
Finalmente, com o decréscimo das convergências, onde somente as equipes de Bauru, Paulistano e Ceará se mantem fieis às mesmas, e mesmo uma redução significativa nos arremessos de três pontos pela maioria das equipes na competição, vemos, aos poucos, a evolução do jogo interior, exigindo pivôs mais elásticos, ágeis e velozes, substituindo os lentos cincões, todos convenientemente servidos por armadores cada vez mais bons leitores de situações de jogo, agilizando e tornando-o mais dinâmico e próximo a cesta, aumentando, por conseguinte, a eficiência e a precisão dos arremessos, onde até o desaparecido DPJ ressurge em toda sua eficiência vencedora…
Pena que toda essa bem vinda evolução se processe ainda em torno do sistema único, quando outros sistemas ofensivos poderiam emergir desse marasmo, dessa mesmice endêmica estabelecida, porém, somente possível através outras cabeças pensantes, infeliz e coercitivamente afastadas da liga master do grande jogo deste enorme e muito injusto país…
Mas, como o corporativismo impõe o “vamo que vamo” atual, rezemos aos deuses para que um dia se faça justiça ao mérito, e não ao infeliz e desmoralizado Q.I…
Amém.
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