A ARTE DE PERDER…
É difícil de entender uma equipe com pivôs tão bons como Brasília, somente conseguir 28 pontos no garrafão de um total de 42 de 2, conseguir 17/19 lances livres, exatamente pelo poderio ofensivo dos grandões, e se perder num 9/23 de 3 pontos pela teima em duelar com os 11/22 de Mogi, ela mesmo também conseguindo 28 pontos lá dentro nos 40 pontos possíveis de 2, e 15/19 nos lances livres…
Foram iguais nos rebotes, 34 para cada um, e erraram bastante 14/11, num jogo que poderia pender para qualquer um dos dois, um pouco mais para os candangos, se não se atirassem de cabeça nos 3 pontos, abrindo mão de um jogo interior onde era mais forte, ágil e dominador. Mas, a estratégia das bolinhas ainda se ressente dos dois que de lá saíram, deixando o Guilherme meio solitário nas mesmas, porém cercado de novos “especialistas”, ou pelo menos,os que se julgam ser…
Mais difícil ainda tentar entender um erro repetido à exaustão, não só pelos candangos, mas por muitas outras equipes quando no quarto final, com poucos pontos à frente, ou atrás no placar, desandam nas bolas de três, visando ampliar ou reduzir diferenças, que perante o baixo percentual de acerto desses arremessos, tendem fortemente ao erro, quando tentativas de 2 pontos, mais próximas à cesta qualificariam os ataques pela maior precisão e eficiência dos mesmos, que se paciente e inteligentemente exercidos, alcançariam resultados bem mais consistentes…
Mais não, e mesmo com a conivência dos técnicos, continuam a tentar um tipo de arremesso altamente crítico quanto à direcionalidade, que diminui na medida do distanciamento, equilíbrio e contestação sobre o mesmo, sendo por isso uma habilidade para muito, muito poucos jogadores…
Temos melhorado aos poucos nas técnicas do grande jogo, quando já atuamos com dupla armação ( sofri críticas e mais críticas ao preconizar e praticar sua utilização…), pivôs mais ágeis, rápidos e flexíveis (também uma luta solitária aqui dessa humilde trincheira…), e técnicas defensivas individuais e coletivas mais sofisticadas (pelas quais pago o preço da marginalização…), porém ainda bem distantes das melhores escolas de basquetebol de outras nações, aspectos esses que necessitam ser trabalhados por professores e técnicos mais qualificados e melhor ainda, formados em cursos de conteúdo mais específico, dentro ou fora das universidades, e não diplomados ou provisionados da forma mais superficial ora existente…
Enfim, pouco a pouco estamos nos reencontrando com nossa histórica tradição no grande jogo, quando ainda teremos um longo caminho pela frente, faltando mais uma batalha a ser vencida, a de melhores técnicas e estratégias a serem introduzidas no preparo de jogadores desde a base, e de sistemas de jogo, ofensivos e defensivos diferenciados e voltados à criatividade e permanente leitura de jogo, lastreados pela pratica constante e intensa dos fundamentos do jogo, em todos os segmentos, da base a elite, indistintamente, sendo toda essa empreitada liderada por técnicos de verdade, advindos do mérito, e não do institucionalizado Q.I…
Amém.
Um “especialista” é aquele que sabe quase tudo de quase nada. As “bolinhas” estão matando o basquetebol nacional.
Talvez não esteja matando, prezado Vitor, mas retardando seriamente seu desenvolvimento, sua evolução em direção a patamares superiores.
Um abraço, Paulo Murilo.