O PIVÔ DE TRÊS…
Caramba, como é duro você assistir um jogo com 20/62 arremessos de três (8/27 Brasília e 12/35 Bauru, convergindo com seus 18/35 de dois pontos, contra os 20/36 dos locais), numa volúpia insana, onde um pivô perpetra 2/7 lá de fora, na maior, como se fosse um fato natural, e não um equivoco que raia ao absurdo, e tudo sob o aplauso de seus técnicos, que propositalmente, ou não, lançam o nosso indigitado basquetebol numa trilha sem saída, a não ser aquela onde se defrontarão mais adiante, quando encontrarem defesas honestas e bem treinadas, e não essa mixórdia que ai está, atrasando e regredindo o grande jogo entre nós…
Aguardo com curiosidade os próximos embates na Liga das Americas, para ver se, contra as melhores equipes desse torneio (as montadas em saguões de aeroportos não contam…), a hemorragia funcionará como aqui tem funcionado, para ai sim, concluir do acerto dessa escolha por parte de nossos estrategistas, que desde já vem condenando, por mais uma geração, nossos jovens e talentosos pivôs a meros pegadores de rebotes e sobras junto às cestas, para gáudio da turma que apóia a midiática realidade das bolinhas, das enterradas monstros, e dos tocos monumentais, esquecendo que, no basquete sério e vencedor, são as bolas de media e curta distâncias que definem os campeonatos, incluso os lances livres e a menor incidência possível nos erros de fundamentos. Mas ai é exigir demais dessa turma analfabeta do que venha a ser o grande jogo…
Vejamos um lídimo exemplo neste jogo na figura da equipe paulista, que converteu 36 pontos de 2 e 36 de 3, em 35 tentativas para ambas, numa pequena diferença de 6 pontos entre elas, deixando no ar uma questão aritmética, se levarmos em conta serem os arremessos curtos e médios muito mais precisos que os longos, a de que bastariam concluir a metade dos 23 erros nas longas bolas, ou 22/23 pontos possiveis pela proximidade, para vencerem por mais larga margem de pontos, o mesmo valendo para seu adversário com seus 19 arremessos falhos de 3 pontos. Mas como ser isso possível no âmago do raciocínio rasteiro e imediatista dessa turma que se apossou do grande jogo, apequenando-o ao triste papel de uma equivocada competição de tiro aos pombos?…
Fico realmente pesaroso com o destino dessa geração muito alta, ágil e veloz, refém de uma artilharia insana e estúpida, privando a ela e as que se sucederão, o desenvolvimento de suas habilidades, a não ser que, como alguns vem se insurgindo, aderindo ao que todos fazem, incentivados ou por conta própria, abrindo para participar do festim, dando surgimento a uma nova opção de jogador, ou o da posição 6, o pivô de três…
Mas voltando ao jogo, fico me perguntando onde os candangos foram pescar um armador absolutamente anárquico como o La Monte, que posta na internet seu treino de 25 bolas de três, e no jogo para valer erra 6 fundamentos de passes e drible, e que foi o cestinha de sua equipe, ao preço do seu desmonte tático, que já não era dos melhores (vide a dualidade de comando em seu banco…) agora também dividido dentro da quadra pelo mesmo, com os também tradicionais esgares contra a arbitragem, que mais para frente poderão custar muitas técnicas fatais em jogos decisivos. O cara realmente é impressionante, não pelo que fez ou fará, mas pelo que pensa ser, e absolutamente, não é…
Amém.
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