O ESNOBADO DPJ…
DPJ – Drible (com ou sem finta), parada e jump (ou arremesso em suspensão), é um tipo de finalização profundamente esnobada em nosso país, impotente na comparação com os “gatilhaços de três”, os “monstros” (enterradas) e as menos atraentes bandejas, todas finalizações importantes, mas não mais estratégicas do que o DPJ, em sua letalidade bem no miolo de uma defesa, onde os gigantes imperam, onde levar pontos é desmoralizante, onde, num terreno mínimo e minado, somente aqueles que o dominam vencem jogos, os decidem, de verdade, numa aparentemente (e só aparente) fácil execução, onde o appeal se esconde dos olhos mal treinados de torcedores e pseudo conhecedores do grande jogo, pois se trata da síntese mais sofisticada no domínio dos fundamentos básicos, pelo drible ambidestro e colado ao corpo no deslocamento, a finta e o corte progressivo em espaço reduzido, a parada com completo controle do centro de gravidade, onde a transferência da velocidade horizontal para a vertical (alguns mais dotados chegam a saltar para trás nesse movimento, ampliando seu campo de visão) se torna uma arte, e o arremesso curto ou de media distância preciso, equilibrado e letal…
Franca possui dois jogadores que poderiam desequilibrar jogos se aplicassem o DPJ com mais frequência, e com vantagens enormes se comparadas aos bons armadores da equipe, que aliás pouco o usam. Cito o Leo Meindl e o Lucas, enormes, ágeis, rápidos e, se mais exigidos nos fundamentos de drible e fintas, dominariam qualquer defesa se utilizando do mesmo, pois de saida se equilibrariam aos gigantes defensores, sem sequer encostarem neles, simplesmente finalizando em suas cozinhas, no âmago de suas defesas…
Porque menciono esse arremesso e estes jogadores em particular? Bem, se voltarmos aos últimos jogos de Franca, quando perderam no quarto final partidas que poderiam ter ganho, e que segundo seu técnico aconteceram por desequilíbrio emocional, e se recordarmos a chuva de arremessos de três que intentaram no afã de reverter placares, inclusive tentativas seguidas destes mencionados jogadores, poderemos argumentar que uma aproximação nas contagens se utilizando dos arremessos curtos e médios, indo de 2 em 2 (às vezes 3 se houverem faltas), seria a tática mais recomendável, ainda mais com o potencial ofensivo da equipe, dos dois jogadores, e onde o DPJ se constituiria numa possibilidade muito além da média, vide os argumentos acima postados…
Graças aos deuses que ainda gostam do grande jogo, aos poucos vai se desnudando a falácia dos três pontos como decididores de jogos, com sua alta, porém esquecida ou pouco mencionada imprecisão e perdas de esforço vital em quadra, mas beatificados midiaticamente, como a ápice do jogo em conjunto com as enterradas, numa mistificação que o vem prejudicando profundamente, principalmente na formação de base, espelhada numa elite equivocada e orientada para o nada. Espero que evoluamos, no sentido da valorização dos fundamentos, onde o DPJ tem cadeira cativa (ou deveria ter…)
Amém.
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