OS CONCEITOS…

DSCN3492-001DSCN3500-001DSCN3501-001DSCN3511-001

 

 

Bem melhor da crise ciática, tomei coragem e fui ao Tijuca para a quinta partida entre o Flamengo e São José, onde pude reencontrar os técnicos Antonio Carlos,o Marcio, récem empossado presidente da Associação de Técnicos do Rio de Janeiro, e o Miguel Palmier, amigo de longa data, que me viram saindo a seis minutos do final de uma partida decisiva, onde o placar àquela altura separava as equipes em 40 pontos, isso mesmo, 40 pontos!…

Inadmissível numa decisão, mesmo na casa do adversário, uma equipe se apresentar com uma única proposta de jogo em duas opções, o Caio ou as famigeradas bolinhas (2/14), ao se deparar com uma barreira interior, onde o bom tecnicamente, porém paquidérmico cincão jogava mais na meia quadra do que nas taboas, pois quando voltava ou avançava se situava metros atrás dos rápidos e ágeis jogadores cariocas, inclusive os pivôs, proporcionando contra ataques em profusão, até a diferença alcançar os inimagináveis e constrangedores 40 pontos numa decisão às semifinais, numa lastimável demonstração de incapacidade e planejamento técnico e tático, numa partida para “colocar a bola embaixo do braço”, reduzindo o rítmo ao máximo, otimizando a posse de bola, dando tempo para que o Caio se posicionasse, e não ficasse apostando corrida sem poder sequer elevar os pés do solo nos deslocamentos (se não perder pelo menos uns 15kg de gordura, sofrerá cada vez mais restrições táticas, apesar de ser tecnicamente um bom jogador), e o mais escancarado, a impossibilidade que a equipe encontrou ao se deparar com uma astuta dupla armação, formada pelo Laprovittola e o Benite, sem sequer esboçar uma contrapartida, por exemplo, escalando o Betinho ao lado de um mais bem cansado e curtido Valter, auxiliando-o nas levadas de bola e nas armações visando cadenciar o jogo interior com o Caio e o Renan, que bem poderiam ter atuado juntos nos momentos cruciais da partida…

Enfim, foram apostar corrida com a bem disposta turma rubro negra e se deram mal, e tão mal que nem a desculpa tradicional de ter sido um “jogo atípico” cola mais…

Em Bauru, o time da casa enfim dobrou a bem mesclada equipe de Franca, que defendendo com competência quase derrubou o “favorito” da mídia especializada tupiniquim, graças ao vício alimentado pela mesma, o endeusamento das bolinhas (7/28) por parte dos francanos, e ai poderíamos voltar às continhas, pois bastaria que a metade das bolas de três perdidas (no caso, 14 tentativas), fossem trocadas por penetrações visando os dois pontos, para vencerem um jogo perdido por seis (78 x 72), numa partida em que ambas perpetraram 15/54 bolinhas, num desperdício monumental de esforço físico e possível ganho de inteligente ação estratégica. Mas nada disso importa para o sucesso midiático propugnado por aqueles que nem de longe, muito longe, conhecem e entendem o grande jogo, que é extremamente exigente e seletivo…

Chegam às finais as mesmas quatro equipes que se classificaram na primeira fase, as mesmas compostas de pivôs rápidos, ágeis e flexíveis, que atuam de fora para dentro do perímetro interno, que defendem na linha do passe, e alguns deles pela frente de pivôs com as mesmas características, e que, sem exceção, atuam em dupla, e as vezes em tripla armação, e que já ensaiam fortes defesas fora do perímetro, todos fatores muito bem vindos ao nosso basquetebol, e importante, abrindo mão das convergências, demonstrando maturidade na seleção dos arremessos, faltando somente, e como passo definitivo à nossa evolução, a fuga definitiva do sistema único com seus chifres, punhos, polegares e correlatos, estrelas fulgurantes permanentemente desenhadas em  folclóricas pranchetas, lastimáveis e castradoras pranchetas, mas importantíssimas como passaporte midiático da atuação dos estrategistas que as empunham, sôfregos e extasiados com suas habilidades gráficas, ininteligíveis na maioria, ou, em todas as participações perante perplexos jogadores, quando poderiam, num passo fundamental e definitivo, optarem por novos rumos, caminhos, percorrendo-os com a coragem de inovar, de retirar do âmago de cada jogador o que melhor possa produzir, criar e dividir as responsabilidades de jogar o grande jogo como deve ser jogado, recriando-o a cada intervenção, e não copiando ad perpetuam jogadas que todos conhecem desde sempre…

Coragem, preparo, estudo, determinação e comprometimento é o que nos falta para o passo à frente em nossa forma de atuar, de jogar o grande jogo…

Amém.

Fotos – Reprodução da Web e fotos próprias. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 



Deixe seu comentário