O INDIVISÍVEL COMANDO…

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Jogo longo, duas prorrogações, muita emoção, luta, mas um jogo que tecnicamente deixou bastante a desejar, principalmente quanto a equipe brasileira, que não soube manter o nível alcançado no récem findo Pan Americano, onde praticou o basquete mais próximo do coletivismo pretendido desde sempre pelo técnico Magnano…

Sem dúvida, a equipe atingiu no Canadá o nível mais próximo do ideário do hermano, fortíssimo na defesa, e alta mobilidade na ofensiva, sem perder intensidade na duração das partidas, demonstrando excelentes progressos técnicos e táticos longamente ansiados por todos…

Mas no jogo de hoje aconteceram falhas que retroagiram a equipe no tempo, basicamente no sistema defensivo, onde a intensidade e combatividade  cedeu lugar à passividade e ausência de contestação aos arremessos de media e curta distâncias dos uruguaios, que por conta disso equilibraram e em determinados momentos lideraram o jogo, levando-o a duas prorrogações, cedendo a vitoria no minuto final da partida…

Por mais uma vez, como num vício mal curado, o abuso nas bolinhas de três (8/30) arrefeceu o coletivismo a pouco conquistado, tornando difícil um jogo que poderia ter vencido com alguma sobra se arremessasse menos de três, usasse mais seus pivôs e não perdesse 12 lances livres (21/33), além dos 15 erros de fundamentos, demasiados para uma seleção nacional…

Mais algo aconteceu de muito novo, inusitado, incomum desde que o técnico argentino assumiu a seleção, a delegação de poderes, ou seja, seus assistentes já ensaiam pitacos nos tempos pedidos, até o momento em que ele cedeu a um deles o comando total num dos tempos, se afastando, inclusive, do foco dos comentários, numa atitude incompreensivel a um head coach de sua envergadura, trajetória e conquistas, com reflexos imediatos e à médio prazo junto a equipe, seu comportamento e aceitação incondicional de sua liderança, fator básico para o sucesso do grupo…

Alguns poderão contestar esse meu posicionamento, mas lembro a todos que todo verdadeiro comando é indivisível nas decisões, principalmente num grande jogo como o basquetebol, o grande jogo, onde a solidão do comando não admite intromissões e palpites, aceitando sugestões quando solicitadas antes ou depois das partidas, nunca durante as mesmas, a fim de que a integridade dos sistemas propostos seja mantida, com coerência e absoluta precisão, fatores estes que se perderão junto a equipe se violentados por intromissões destituidas de fundamentação e notória experiência daqueles que as expõem…

Enfim, seria de bom grado que o premiado técnico pensasse melhor antes de abrir mão de seu comando, principalmente quanto a qualidade e qualificação de seus prepostos, afinal, é a integridade da seleção do país, que sabemos não ser o dele, que está em jogo, para o que der e vier, simples assim…

Em tempo, que barbaridade uma comissão técnica exceder em número o total de jogadores, noves fora os dirigentes e aspones agregados a equipe, demonstrando o quanto de desnecessários gastos  são feitos no momento seguinte a posse de uma vultosa verba federal. São 3 técnicos, 3 médicos, 2 preparadores físicos, 2 fisioterapeutas, 1 fisiologista, 1 nutricionista, 1 mordomo, numa exibição gratuita e exibicionista de nada, absolutamente nada, a não ser…bem todos vocês sabem…

Que os deuses nos protejam…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.



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