O GIOCONDO SORRISO…

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Como manda a tradição olímpica, o país organizador do mega evento (e põe mega nisso…) tem suas representações esportivas garantidas nas competições, e não seria o basquetebol a exceção desse princípio tradicional, apesar do trambique da CBB junto à FIBA, que teve de acompanhar a decisão do COI, jamais contestada. Aliás, o sabido presidente do COB ensaiou um teatrinho de influência política para, por mais uma vez, curtir com o malfadado basquete nacional, de quem tirou politicamente o patrocínio do BB, que catapultou o volei ao estágio que ostenta hoje, mais sempre com um pé atrás pela real  possibilidade de soerguimento do grande jogo na preferência do grande público, claro, se bem administrado técnica e gerencialmente falando, possibilidade esta que trata de afastar, ajudando a manter “política e  economicamente” a catastrófica gestão vigente,,,

Então, com a vaga garantida, e a TPO (tensão pré olímpica…) afastada, nada poderia interferir para que logo reaparecessem os olímpicos 2016 na mira das preciosas e rentáveis vagas em solo nacional, com seus cardeais, delfins e proprietários (assim se julgam…) das capitanias hereditárias desde sempre no basquetebol tupiniquim, onde as poucas exceções pouco contam…

Vimos, ou assistimos então, um torneio amorfo e em banho maria, onde ao largo das “grandes emoções” propiciadas por três prorrogações, que não deveriam ter acontecido se tivéssemos atuado com pelo menos 1/3  do produzido em Toronto, onde a classificação não estava decidida oficialmente, o que demonstrou tacitamente o quanto a ausência de dois jogadores compromissados com o sistema de jogo do hermano (conseguido depois de três anos de missão  franciscana), causou uma quebra radical do mesmo pela presença de substitutos (?) não muito afeitos a abnegados coletivismos…

A volta triunfal das bolinhas (13/57) nos dois jogos, demonstrou cabalmente que o chega e chuta ainda esta muito longe de ser orientado ao chutar em perfeitas condições de equilíbrio e certeza de boa colocação nos possíveis rebotes ofensivos, fatores estes ausentes nos dois enfrentamentos, dai a imagem de equilíbrio apresentado pela turma do Rio da Prata… Arremessássemos metade a menos de fora, e venceríamos por larga margem, pela imensa superioridade de nossos ágeis e velozes alas pivôs nos dois garrafões, o defensivo e o ofensivo, que deveriam estar assessorados e alimentados por uma dupla, e as vezes tripla armação competente e pontuadora também, como o foram no Canada. E ainda existe nesse país pessoas que não reconheçam o Benite como armador, o que sempre foi e lutou para ser reconhecido, e não um ala, para que o sistema e classificação de 1 a 5 seja mantido, o que me deixa perplexo, técnico que sou e ainda serei por muito tempo, ah, e jornalista também…

Mas nada que transcenda os 0,07seg para o final do jogo contra a Argentina, com as equipes empatadas em 59 pontos. O Renato, comentarista da TV afirmando que a FIBA deliberou ser possível um arremesso desde que acima dos 2 centésimos, mas para quem milita a longo tempo no grande jogo, e que tem uma queda pelos meandros dos arremessos (defendi uma tese de doutoramento na Europa sobre os mesmos *) é sabido o fato de que nenhuma firme empunhadura para o domínio da bola é possível em menos que 1,5seg, logo, aos 7 centésimos somente um toque será factível. Ora, uma equipe como a Argentina, com dois campeões olímpicos em quadra, iria permitir que um passe de lateral para uma ponte aérea obtivesse exito, e algum juiz marcaria algo nessa circunstância? Pois bem, foi nesse contexto que o hermano, pela segunda vez nesse torneio, abriu mão do comando, destinando-o a um ávido e midiático assistente, para que genialmente (claro, se desse certo…) apresentasse uma jogada (que em hipótese alguma tenha sido “exaustivamente” ensaiada em treinos…) definitiva, e denominada “jogada forte”, prosaica denominação dada a uma  “ponte aérea monstro”, tristemente risível em se tratando da seleção nacional de um país, enorme e profundamente injusto…

Formidável o fugidio esboço de um giocondo sorriso do hermano, logo contido pela gravidade daquele emblemático momento do jogo, que deu em nada, nem poderia obviamente dar. Se desejou flertar com a sorte, ou simplesmente demonstrar a qualidade e qualificação de um seu jovem, porém glorificado e ambicioso assistente, parece ter conseguido sagaz e sutilmente, o que foi divertido, e como…

Paulo, e o feminino, nada, nadinha?…

Pra que? Para comentar o erro escrachado nos fundamentos e na ausência de um sistema simples de jogo, ou mesmo glorificar a “volta triunfal” de uma jogadora que aviltou por duas vezes a camisa da seleção? Ainda prezo a tradição e a história do grande jogo no país, onde não deveria haver espaço para comportamentos dúbios e desmoralizantes. Mas reconheço, existem, e em bom número, aqueles que amam e aprovam tais posicionamentos, e que ai estão dando as cartas, deliberando e determinando a falência do grande jogo, lamentavelmente,  lembrando sempre a sabedoria popular – Quem faz um cesto, faz um cento…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

(*) –  ESTUDO SOBRE UM EFETIVO CONTROLE  DA DIREÇÃO DO LANÇAMENTO COM UMA DAS MÃOS NO BASQUETEBOL- Dissertação para o Doutoramento em Ciências do Desporto na FMH/UTL – Portugal – 1992.



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