A DERROTADA (!) CONVERGÊNCIA…
Sobe a bola, e o primeiro arremesso desferido foi um de três, pelo Bauru, que dali em diante sofreu uma corrida de 12 x 0 por parte de um Real Madrid nada disposto a se submeter a um novo bombardeio de fora sem contestá-lo devidamente, na mais do que prevista situação de jogo a ser enfrentada, mesmo ante um adversário que repetia a convergência do jogo anterior (14/29 de dois pontos e 10/28 de três), nada mudando taticamente, como que apostando na reedição vitoriosa da ante véspera…
Foi quando da primeira bola recebida aberta pelo pivô de três, que contestado tentou a finta driblando para dentro e… andou bisonhamente, chegando ao final com 1/4 de fora, que somado ao 0/2 do outro ala pivô, ficaram bem distantes dos 9/17 do primeiro e vitorioso jogo. mas, como numa compensação nas bolinhas, o armador Fisher conseguiu 5/8 nas benditas, para marcar o posicionamento convergente da equipe, que em momento algum encontrou um simples arremedo de jogo interior, mesmo com os bons pivôs que possui, que quando abastecidos eram deixados sozinhos frente ao combate defensivo, tendo seus companheiros abertos e parados assistindo o massacre…
O Real, sem seus dois armadores titulares, um machucado e outro infantilmente expulso, encontrou nos outros dois (que como toda equipe que utiliza a dupla armação, os tem em dobro…) substitutos a altura, principalmente o Lull, brilhante em quadra, sendo merecedor da indicação de MVP da competição…
Concluindo, a equipe espanhola fez o que devia para vencer o jogo final, contestando os pivôs de três fora do perímetro, não se preocupando muito com as investidas dos mesmos à cesta, pois são fracos nas fintas e drible em progressão, e mesmo lá fora conseguindo bloquear, ou alterar trajetórias dos demais arremessadores não muito altos, caso do Day, Alex e Gui, e somente se preocupando bastante com as velozes fintas e penetrações dos excelentes jovens Meindl e Fisher, que se bem trabalhados produzirão bastante num futuro próximo, inclusive na seleção, além de trabalharem bem dentro do perímetro paulista, e arremessar de fora sem a qualidade contestatória que apresentou durante toda a partida…
Desta feita, a convergência foi fragorosamente derrotada, e o pior, sem uma opção tática que a suprisse, numa seria falha estratégica, pois concedeu ao adversário uma solução mais simples, objetiva e óbvia possível, o avanço defensivo, anulando os pivôs de três, além de deixá-los fora dos rebotes (41/21), e somente preocupados com os bons fundamentos do Fisher, Meindl e o inesgotável Alex…
Preocupações que tenho? A implantação da convergência como carro chefe técnico e tático do nosso basquetebol, a negativa teimosa e pouco inteligente da dupla armação, com seu potencial abastecedor do jogo interno, além do vasto incremento defensivo, e o vazio absurdo e constrangedor do garrafão dos adversários, por parte de nossos pivôs, abandonados à própria sorte por seus companheiros, que simplesmente não sabem como agir e se comportar dentro do perímetro ofensivo interno, todos preocupados, ou instruídos a se situarem abertos a espera de um passe de dentro para fora para… Aleluia, a sagrada bolinha, que como vimos (e veremos cada vez mais) nem sempre caem, ainda mais quando competentemente contestadas, e o pior, sem apresentar soluções internas que as substituam, obrigação de toda equipe de alto nível competitivo. Como vemos, são preocupações demais…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.