PIMBA CATA PIMBA HISTÓRICA 2…

P1120162-001P1120163-001P1120165-001P1120172-001P1120174-001P1120175-001P1120181-001P1120183-001

Após o pimba cata pimba histórico 2 (13/39), o comentarista da TV anuncia enfaticamente que o técnico do Baurú se prontificava em sua volta ao país, de repassar aos técnicos brasileiros toda a experiência que vivenciou nesta breve temporada junto à matriz, com conhecimentos adquiridos sobre organização, administração, treinamento, fisioterapia, preparação física, sistemas de jogo, defesas, no que seria algo bastante importante para o basquete tupiniquim…

Bem, tudo isso seria formidável não fosse, por exemplo, a forma de como sua equipe atuou nas duas partidas na sacrossanta terra do grande jogo, assunto bem mais atual e interessante do que discorrer sobre uma estrutura que dispõe de 80 milhões de dólares (a dos Wizards) para a temporada que hora se inicia, talvez “um pouquinho” acima de todos os valores somados de todas as franquias do NBB, e ainda sobrando um baita troco…

Ou por outra, não atuou, sequer tentou, a não ser o pimba cata pimba 1 e 2 citados, gloriosamente presentes nos dois majestosos ( e semi desertos…) ginásios da liga maior, onde cometeram os seguintes e espantosos números:

– Dois pontos  –  43/86 – 50%

– Três pontos  –  24/82 – 29,2%

– L Livres         – 29/43 – 67,2%

– Erros Fund.   – 40 (21/19)          ou seja, uma equipe que não domina a arte do arremesso, e é falha nos fundamentos do jogo…

Mas algo a mais espanta nessa equipe, que ao apresentar seu sistema de ataque baseado nos arremessos de três, inclusive através seus pivôs ( Jefferson – 2/19; Hettesheimeir – 5/20; Mineiro – 1/3), seus armadores (Fisher – 1/3 e Boracin – 1/7), encontrou nos alas (Alex – 2/5 ; Day – 11/6) seus melhores pontuadores de longa distância, mas que em nenhum momento houvessem tentado um outro modo de atacar, pois bastariam ter trocado a metade das tentativas erradas de três por um jogo mais interiorizado, para  conseguir resultados melhores através os arremessos mais precisos de curta e media distâncias…

Somemos a tudo de errado taticamente que fizeram, os 40 erros de fundamentos (21/19), para termos um retrato fidedigno de como não jogar com critério e acima de tudo, bom senso, e mais ainda, na terra do grande jogo…

Descupe-me o técnico pela iniciativa de passar sua experiência pelo mundo encantado dos dólares em abundância, mas preferencialmente sua fala deveria ser dirigida aos fatores definidores de sua opção pelo jogo centrado nas bolinhas, da ausência efetiva dos pivôs junto das tabelas, da defesa erecta de seus jogadores, incapazes de se movimentarem lateralmente, e por conseguinte sendo batidos inapelavelmente em todas, todas as investidas dos americanos, poloneses, sérvios, e sei lá mais quantos nas duas partidas de uma pré temporada morna e pascácia, para eles…

Pois, vendo os números acima, perpetrados por uma das duas equipes que mais investiram em nomes, estrelas e prospectos para a temporada a ser iniciada no NBB, deixa pairando no ar uma grande e séria dúvida – serão eles os melhores jogadores para contribuir com os princípios técnico táticos de seu técnico, ou melhor, de sua comissão técnica elegantemente paramentada, serão?…

Tenho dúvidas, sérias dúvidas, ao ver dois de seus principais pivôs, arremessarem 7/39 bolas de três pontos, de uma distância 50cm maior do que o fazem nas regras FIBA, sem que nenhuma ação inibidora se fizesse sentir do banco, onde pareciam todos estarem na doce torcida de que elas caíssem, como se fosse possível na somatória distância/contestação a que eram submetidos, que obtivessem exito, num desgaste inútil de esforços em partidas de 48min de duração. Nada pode ser visto de jogadas internas advindas de um sistema efetivo, estudado e treinado de jogo, nada, absolutamente nada, e esse é o grande óbice, a monumental fratura a que está submetido o grande jogo entre nós, apequenado e estéril ante o reinado das bolinhas, das enterradas “monstro” (engraçado, não vi nenhuma acontecer…), e dos tocos monumentais, que sequer puderam ser compensadas em suas ausências de efetividade, por um jogo centrado, coletivo, participativo, não egoísta, compromissado e acima de tudo, estrategicamente bem pensado e coerentemente praticado, a fim de se constituir numa verdadeira e sólida equipe, e não um amontoado grupo de egos e candidatos a estrelas…de chutes bem la de fora, onde o drible, a finta, o passe são fundamentos de somenos importância, frente aos midiáticos esgares dos pombos sem asa…

É dessa lúgubre realidade que tenho medo para 2016, que está logo ali na virada de uma esquina decisiva para o grande jogo em nosso imenso e injusto país…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 



4 comentários

  1. João 14.10.2015

    O Josué Guerra Filho fez um cometário perfeito no artigo anterior…realmente o basquete brasileiro corre muito risco…porque estão negligenciando estupidamente aquelas pessoas que realmente teriam todas as condições de implementar as inovações necessárias para revitalizar o nosso basquete…e estas pessoas estão por aqui mesmo…enquanto isso o corporativismo dos grupos prevalece…em tudo…ta insuportável o Brasil.

  2. Basquete Brasil 14.10.2015

    Mesmo insurportável prezado João, é o nosso país, contando com jovens como você para resgatá-lo de tanta incúria, sabendo das grandes dificuldades, mas não impossibilidades para conseguí-lo, ao prêço que for, pois essa é a nossa tarefa, a nossa missão, da qual não devemos abrir mão, jamais…
    Um abraço, João. Paulo Murilo.

  3. Fabio Aguglia 15.10.2015

    Prof Paulo Murilo,

    Não posso deixar passar a data de hoje sem parabenizá-lo por tudo que já fez e ainda faz como professor.

    Parabéns pela dedicação, amor à profissão e generosidade em compartir do que sabe com todos que não se privam de entrar em contato.

    Um antigo filme já dizia que o legado de um grande professor é como uma garrafa com mensagem jogada ao mar… Ele nunca saberá onde foi parar e quantas vidas seus atos podem ter impactado…

    A minha foi uma delas e de público desejo muita saúde e felicidade nos períodos que estão por vir, muito brilho nos olhos para que a chama nunca se apague e que eu possa ter a oportunidade de vê-lo nas quadras de novo num futuro breve, seja em que nível ou categoria for.

    Um grande abraço… aguardo novas oportunidades de cursos/clínicas

    Fabio Aguglia
    SP

  4. Basquete Brasil 16.10.2015

    Prezado Fabio, fico realmente feliz com suas colocações sobre professores, pois sou somente um entre muitos melhores do que eu nesse desnivelado país,sem quaisquer oportunidades para se destacarem, pois as barreiras corporativas são poderosas e estruturadas em torno da coisificação da educação e cultura do país, combustível básico para suas manutenções no poder. Sei que um dia a grande volta poderá acontecer, mas também sei que pouco tempo terei para participar, pois ser setentão no país torna-se uma barreira que muito poucos transpõem, infelizmente.
    Mas continuo aqui nessa democrática trincheira,com planos de divulgação de técnicas, táticas e conceitos de ensino e pesquisa junto ao grande jogo. Logo após a reforma de minha casa darei partida a essas novidades, se os deuses assim o quiserem…
    Obrigado por sua sempre bem vinda atenção, respeito e consideração por mim, Fabio, muito obrigado.
    Paulo.

Deixe seu comentário