EU (NÃO) ACREDITO…
(…)- Eu acho que nesta partida foram duas equipes, dois rivais e duas gerações que deram o sangue e deram o seu melhor ali, mas teve só um ganhador. Planejamos o sistema tático, mas não contávamos com a performance e o grande que o Nocioni e o Campazzo tiveram. Conhecendo essa equipe e esses jogadores (da Argentina), nós deveríamos ter nos preparado da forma devida – comentou o veterano de 33 anos, citando o ala, cestinha do jogo, com 37 pontos, e o armador, que assinalou 33.(…)
(Declaração do jogador Nenê ao Globoesporte)
Quer dizer que o mais eficiente jogador da seleção afirma não ter a equipe se preparado de forma devida para esse embate, foi isso mesmo? Se foi, qual deveria ter sido a preparação devida, qual? Seria interessante que ele explicasse, ou não?…
Do meu humilde canto, nada de diferente do que relatei no artigo de ontem, acrescentando algumas minúcias contundentes, começando pelo fato do nosso eterno rival ter arremessado 17/42 de três pontos, e 19/37 de dois, numa inimaginável convergência às avessas histórica, em cima de uma defesa exterior absolutamente ausente e omissa, permitindo vergonhosamente que os hermanos detonassem 42 bolas de três, repito incrédulo, 42!!! sem a mais remota contestação, e claro, sob tal bombardeio 17 caíram, e fim…
Do nosso lado, concluímos 29/57 de dois pontos, ou seja, fomos razoavelmente eficientes dentro da cozinha portenha (de onde não deveríamos ter saído), somados aos 9/26 de três pontos, que deveriam ter sido substituídos, pelo menos na metade pelo jogo interno, mais seguro e impactante, auferindo pontos suficientes para vencer a partida, provavelmente no tempo regulamentar, mesmo com os 12 lances livres perdidos…
Mas como refrear um Marcos (0/6), Raul (0/4), para mencionar dois que perpetraram 0/10 de três num jogo desse calibre, em confronto a um Nocioni e um Campazzo, atuando livres e faturando 38 e 33 pontos respectivamente, como?…
Que tal defendendo com alguma competência, no que teria sido uma obrigatória ação tática, ou não?…
Num jogo com 34 erros de fundamentos (15/19), erramos menos, mas que comparados a ausência de contestação sobre as terríveis 42 bolinhas platinas, soam em um tom menor, apesar do teor negativo dos mesmos…
Enfim, defensivamente erramos quase tudo, demonstrando nossa falência nesse básico fundamento, fator que anulou, e sempre anulará todo e qualquer esforço ofensivo que façamos, ainda se somados aos erros individuais de fundamentos de ataque…
Enfim, precisamos entender de uma vez por todas que, propugnar por sistemas de jogo, coletivismo, fluidez, jogadas milagrosas, pranchetas mágicas, e outros penduricalhos midiáticos, jamais substituirão os fundamentos do grande jogo, que delimitam sua estrutura básica, e cujo conhecimento e domínio exequibilizam sistemas e estratégias que se pretenda empregar, e por não termos solidamente estabelecidos tais conhecimentos, é que perdemos para os que os tem, profundamente desenvolvidos.
No mais, decididamente já não acredito que mudanças possam vir a ocorrer, pois nem mesmo os deuses olímpicos acreditam e compactuam com tanta enganação…
Amém.
Fotos – Reproduções ta TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.
A primeira imagem do post não deixa dúvidas e resta comprovado o
que comentei no post anterior:
Ainda se pratica por aqui o basquete que praticava a 30 anos atrás
e que só nos levará aos resultados que temos tido a 20 anos nas
grandes competições.
Aliás, aproveitando a primeira imagem, em qual movimento ofensivo
há mais probabilidade de a bola cair:
O arremesso da linha dos 3 ou se o Nenê recebesse a bola e
partisse para a bandeja ou para a enterrada ?
Na partida do Brasil contra a Lituânia, por exemplo, os lituanos
executaram 475 vezes o movimento ofensivo citado no comentário
anterior.
O Radujica (principalmente) e os outros pivôs lituanos deitaram e
rolaram no garrafão brasileiro:
Era executado o pick and roll ou o give-and-go, infiltravam no
garrafão e partiam pra bandeja ou pra enterrada.
E sempre que cruzar com as tradicionais escolas da Sérvia, da
Croácia, da Lituânia e da Eslovênia, nas grandes competições,
via de regra o Brasil continuará sendo derrotado, pq nestas
escolas de basquete já percebeu-se (décadas atrás) que o easy
basket é (muito) mais efetivo.
Treinador…primeiramente: esse time só esta participando do torneio porque somos sede…se fosse disputar vaga, já era…equipe desfocada, sem raça…alem disso não temos alas capacitados para enfrentamento contra jogadores de outros países…chamou-me atenção o incrivel desequilíbrio defensivo, fato que foi bem colocado pelo Alex no comentário acima…outro ponto: ataque com pouquissima movimentação no lado contrário, trocas e bloqueios indiretos quase não existem nesse time…na minha opinião o jogador bem fundamentado tem intrinseco estas caracteristicas de conhecimento/entendimento do jogo principalmente aqueles que disputam competições de alto nível como Mundial e Olímpiada…não é o caso de muitos jogadores brasileiros…finalizando, por tudo o que estamos vendo nestes ultimos tempos, o Basquete brasileiro pode estar correndo sério risco de não participar mais das principais competições da modalidade.
Prezado Alex, primeiramente desculpe a demora na resposta ao seu comentário, pois a maratona olímpica foi exaustiva e dolorosa, mas resisti com algumas, poucas, sobras.
Seu comentário está corretíssimo, e o artigo que hoje publico, creio que responda algumas de suas colocações. Obrigado pela participação lucida nesse espaço. Um abraço. Paulo Murilo.
Prezado João, dolorosamente você está eivado de razões, e os resultados da aventura olímpica já se fazem presentes com a saída, hoje anunciada, do técnico Magnano. Somente espero que junto a ele saia toda a comissão técnica, pois são os responsáveis pela catástrofe longamente anunciada. Que não sobre ninguém, absolutamente ninguém, dando lugar a quem possa realmente soerguer o grande jogo nesse enorme e injusto país. Assim espero.
Um abraço, Paulo Murilo.