A SÉRIA PREOCUPAÇÃO…

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P1150119Foi uma série marcada pelo elevadíssimo número de erros de fundamentos (26/34/32/31/29), com média de 30,4 por jogo, numa alarmante sinalização do quanto estamos frágeis e expostos na divisão principal, espelho para as de base, principalmente sobre o domínio da ferramenta de trabalho de todos, a bola, suas extensões no controle de sua instável rotação, nos passes, e principalmente na progressão de posse da mesma, sem contar o fator mais extravagante sobre o objetivo do jogo, encestar, ponto fulcral e decisivo, onde a grande maioria falha bisonhamente, ao acreditar serem especialistas nos lançamentos distantes, sem ao menos dominar os mais próximos, como os DPJ´s, as finalizações com mãos trocadas, e até mesmo as bandejas, onde a maioria desconhece as possibilidades do ricochete por toda a extensão da tabela, arma poderosa contra defensores de elevada estatura com seus bloqueios, que poderiam ser enfrentados pela via indireta de determinados pontos da tabela, e mais, pelo total esquecimento (ou ignorância) da grande arma dos ganchos…

Fundamentos, sim, os estratégicos fundamentos, pois sem o perfeito domínio dos mesmos, podem os “estrategistas” de fora da quadra se esgoelar e irem ao paradoxismo gráfico em suas ridículas pranchetas, que limitam o espaço vital entre eles e seus (?) jogadores, nas formulações do “assim que eu quero”, do “estou mandando”, substituindo momentos básicos e fundamentais nos pedidos de tempo, ou mesmo nos intervalos legais, para a manutenção estrutural da equipe, mostrando e revelando com a frieza e os conhecimentos que deveriam ser possuidores , dos verdadeiros detalhes do comportamento dos seus, e por que não, dos jogadores que estão enfrentando, que são aspectos somente revelados no jogo, na competição, ao contrário do treino, onde somente suas equipes mostram suas identidades, daí a extrema necessidade de emular da melhor maneira possível os comportamentos e obstáculos que enfrentarão mais adiante em situações reais de jogo…

Todos estes básicos e importantes fatores, não cabem em nenhuma hipótese no diminuto e estéril espaço de uma prancheta, hodiernamente elevada a grande estrêla – “Agora, as pranchetas falarão!!”- brada o narrador ensandecido, incapaz de uma simplória visão do pouco, muito pouco conteúdo do que lá estará sendo rabiscado e expelido de encontro a jogadores que, no mínimo, estão ali em busca de coesão para com o grupo, e de si para consigo mesmo, pois estarão incapacitados de ajudarem se não estão podendo ajudar a si mesmos; e é nesse pequeno vácuo que se insere o técnico, dirimindo dúvidas técnicas, táticas e comportamentais, pessoais e coletivas, numa participação quilômetros acima de uma caneta hidrográfica e um midiático pedaço de nada, absolutamente nada…

E foi num destes incisivos e decisivos momentos do jogo de ontem que a equipe do Pinheiros se perdeu, individual e coletivamente, do que se aproveitou muito bem o Bauru, talvez por possuir jogadores mais tarimbados, mas que acima de tudo ficou bem patente a fixação de seu treinador, primeiro em aderir a um modismo vindo da matriz do norte, em reunir a comissão técnica antes de se dirigir aos jogadores, tentando estabelecer as jogadas que deverão ser grafadas na prancheta, quando bastaria determinar de comum acordo com todos em quadra, que naquele momento era imperativo o forte jogo interior, seguida e repetidamente, a fim de exaurir com faltas a defesa adversária, e efetuar arremessos mais precisos pela curta distância, e não o que fizeram, ao aceitarem o duelo dos três, contestados ou não, além de não contestarem as bolinhas de seu adversário perdendo a grande oportunidade de irem para a final…

Modismos, mesmice endêmica na formulação sistemática de jogo, falhas na abordagem dos verdadeiros óbices técnicos e táticos em momentos hesitantes das equipes, divisão inapropriada de comando, quando auxiliares têm menos experiência e vivência que o titular, e mesmo assim compromissados, todos, com o sistema único de jogo que conhecem e praticam, são fatores que limitam nossa evolução rumo ao soerguimento do basquetebol no país, ávido, mesmo sem a oportunidade de comparar, por coercitiva exclusão, outras formas diferenciadas de jogar o grande jogo, com algo inovativo, corajoso e determinante, que o tire, de vez, do imenso limbo em que se encontra, principalmente quando se vê limitado e minimizado pelos péssimos fundamentos que pratica, inviabilizando, inclusive, o sistema dos chifres, punhos, polegares, picks, ombros, camisas, especiais disso e daquilo, e todos aqueles que se aventurar empregar, seja americano, russo, espanhol ou checheno, onde penetrar tropeçando ou chutando a bola, passar paralelamente a linha final, driblar unilateralmente, fintar incisivamente, trocar de mãos e direção sem carregar ou conduzí-la, enfim, conhecer seus segredos, seus direcionamentos, seu centro de gravidade controlável (ou não), e como arremessá-la com técnica e domínio direcional, defender em pé, com as mãos e não as pernas e o tronco, saltar girando após o domínio, a fim de se inserir dentro das três possibilidades quando de posse da bola, driblar, passar ou arremessar, todos indistintamente, sejam altos ou baixos, armadores, alas ou pivôs, para aí sim, estarem habilitados aos sistemas, as jogadas, as táticas, ou simplesmente, de posse desses estratégicos conhecimentos jogarem, improvisarem no mais alto nível, pois “só improvisa quem sabe, quem conhece, quem domina os fundamentos do grande, grandíssimo jogo”.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.



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